Jornal Estado de Minas

ANNA MARINA

Conheça mitos e verdades sobre o vinho, a bebida deste tempo de frio

 

Longe vai o tempo em que meu dia terminava com um copo de vinho e o papo que entrava pela noite. Raramente encaro vinho, que adoro, por causa de tantos remédios que tomo. A idade tem desses empecilhos. Mas como muita gente gosta e é pressionada por preconceitos, vou aproveitar o Dia Nacional do Vinho, comemorado no domingo passado, 4 de junho, para trazer o tema aos leitores.





No Brasil, a população adulta (36%) consome a bebida regularmente, porção equivalente aos Estados Unidos, segundo a Wine Intelligence.

O consumo do vinho cresceu 18% em nosso país durante a pandemia, informa o relatório da diretoria de Agronegócio do Itaú BBA. A pesquisa apontou também que os brasileiros compraram 430 milhões de litros em 2020.

A seguir, publicamos a lista enviada pela Vinícola Salton com mitos e verdades sobre a bebida:

Vinho dá sono.
Mito. Consumi-lo de forma moderada relaxa o corpo e faz com que a pessoa durma melhor. Porém, isso não significa que o vinho atue como sonífero. O álcool tem efeito sedativo e a melatonina oriunda das cascas, polpa e semente das uvas é um hormônio que ajuda a melhorar o sono.





Vinho respira.
Verdade. No mundo da enologia, existe o termo “respiração do vinho”, que diz respeito à relação entre oxigênio e a bebida. Ao “respirar”, ou entrar em contato com o oxigênio, a bebida libera compostos aromáticos, o que pode causar mudanças no sabor e no aroma.

Quanto mais velho o vinho, melhor ele é.
Mito. O vinho é uma bebida fermentada com capacidade de envelhecimento, podendo durar bastante tempo. Menos de 5% deles são produzidos com o intuito de envelhecer. Grande parte é pensada para ser consumida em pouco tempo, cerca de quatro a oito anos, mantendo suas características de aroma e sabor.

Garrafas de vinho devem ser guardadas em ambiente escuro.
Verdade. Esse cuidado pode fazer grande diferença no aroma, sabor e aparência do vinho. É recomendado armazená-lo em locais com baixa luminosidade, seja natural ou artificial. A Salton recomenda manter as garrafas na temperatura de 13 a 15 graus centígrados.





Vinho feito de várias uvas não é bom.
Mito. A qualidade não está relacionada às variedades de uva. O que torna um rótulo bom é o manejo da videira, sua adaptação ao solo e clima da região, a técnica de vinificação, a higiene na elaboração e a qualidade da safra.

Vinho rosé é resultado da mistura de vinho tinto com vinho branco.
Verdade. Vinhos rosés são leves, vibrantes e podem ser elaborados com o corte entre uvas brancas e tintas ou apenas com uvas tintas. A coloração, definida após a prensagem dos frutos para extração do mosto e a tonalidade do vinho, dependerá do tempo em que o mosto ficará em contato com as cascas da uva, de onde extrairá os pigmentos que darão a cor final. Os tons variam entre salmão e rosa-claro, conforme passam as horas.

Vinho brasileiro é de má qualidade.
Mito. Produtores nacionais sabem que há muitos desafios para que os vinhos do país sejam competitivos no mercado, mas já conquistaram espaço especial na mesa dos brasileiros e de consumidores internacionais com bebidas premiadas. A Salton, por exemplo, possui cerca de 200 premiações nacionais e internacionais conquistadas nos últimos três anos.





Existe um jeito correto de segurar a taça.
Verdade. Segurar a taça pela haste evita que a temperatura do vinho seja alterada. É preciso também estar atento à limpeza da taça; se ela estiver suja, pode esconder sabores presentes no vinho.

Vinho tinto só combina com carne e vinho branco com peixe.
Mito. De acordo com especialistas, vinho tinto e vinho branco combinam com uma série de comidas. Porém, vinho tinto com peixe pode dar sensação metalizada na boca, mas se for um prato de bacalhau ele pode harmonizar. Os peixes mais gordurosos ou com textura combinam mais com vinho tinto leve. Carnes brancas e aves podem ser associadas ao vinho branco mais encorpado e envelhecido, por exemplo.