Costumo pensar que herdei o DNA de meu pai, que era médico e não conheci. Quando ele morreu, eu tinha menos de 2 anos. O certo é que enfrento uma chatice: faço meus autodiagnósticos antes de ir ao médico, e ele sempre confirma a minha suposição. Isso ocorreu com o câncer de intestino, que apareceu pouco tempo depois que tive o de mama. Eu falava o que estava acontecendo e as pessoas pensavam que estava maluca. Onde já se viu alguém fazer autodiagnóstico correto antes de passar por um médico?
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O câncer de intestino é o terceiro mais comum no Brasil, superado apenas pelos tumores de mama e de próstata. O câncer de cólon e reto deve atingir a marca anual de 45,6 mil casos no período de 2023 a 2025, correspondendo ao risco estimado de 21,1 ocorrências por 100 mil habitantes, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca).
Nos últimos meses, as cantoras Preta Gil e Simony foram diagnosticadas com câncer colorretal e vêm divulgando tratamentos aos quais têm sido submetidas. Cerca de 80% dos casos são chamados de “esporádicos”, ou seja, sem histórico familiar e com forte incidência de fatores de risco. Os outros 20% apresentam componente hereditário.
O câncer de intestino pode ser detectado precocemente por meio do exame de colonoscopia, recomendável para todas as pessoas acima dos 50 anos. Essa estratégia é fundamental para encontrar o tumor numa fase inicial e, assim, aumentar a chance de cura. Segundo o Inca, os principais fatores de risco são idade acima dos 50 anos, histórico familiar, dieta pobre em fibras e ingestão excessiva de carnes vermelhas e processadas.
A doença se manifesta com a presença de tumores na região do intestino grosso, no reto e no ânus, desenvolvendo-se gradativamente por uma alteração nas células. Elas começam a crescer de forma desordenada e não há sintomas. Grande parte dos tumores se inicia a partir de pólipos, lesões benignas que podem crescer na parede interna do intestino grosso. Essa neoplasia é tratável e, na maioria dos casos, curável ao ser detectada precocemente. Quanto mais cedo o diagnóstico, maiores as chances de cura.
Uma das ferramentas revolucionárias da medicina de precisão, que auxiliam na identificação dos tratamentos com maiores condições de sucesso, são os Organoides Derivados de Pacientes. A partir de amostras de biópsias, esse sistema de cultura 3D possibilita a formação de estruturas celulares que preservam diversas características do tumor de origem e suas interações celulares.
Dessa forma, a atividade de diferentes drogas anticancerígenas pode ser testada diretamente nos organoides derivados de pacientes em condições laboratoriais, o que é bom para eles.
A novidade dos testes de organoides, como o Onco-PDO, da Invitrocue Brasil, é que pela primeira vez se oferece metodologia padronizada para testar o efeito que diferentes drogas podem ter nas células tumorais de cada paciente, oferecendo a cada um a possibilidade de tratamento personalizado.
O Teste Onco-PDO permite experimentar diferentes tratamentos em laboratório, sem que o paciente sofra os efeitos secundários gerados por terapias que podem ser ineficazes para seu caso. Alguns tumores se mostram resistentes a certas drogas. Saber previamente as respostas das células tumorais para os diferentes tratamentos contribui para a tomada de decisão dos oncologistas.
Disponível para coletas no país para câncer de mama, pulmão, colorretal, pancreático, gástrico, próstata e ovário, o Teste Onco-PDO permite que o médico escolha oito entre 60 drogas para testagem nos organoides derivados do paciente. O relatório, gerado em até 21 dias, demonstrará como as células responderam em laboratório, representando ferramenta de alto valor para a continuidade do tratamento.