Ciclo de vida marcado pelo fim do período menstrual, a menopausa geralmente ocorre entre os 45 e 55 anos de idade. Todavia, algumas mulheres podem iniciar esse processo mais cedo, até com menos de 40 anos – a chamada menopausa precoce.
Conhecida como falência ovariana prematura, a menopausa precoce ocorre antes dos 40 anos e acomete 1% das mulheres. Os ovários param de funcionar, ou seja, interrompem a liberação de óvulos em intervalos regulares, bem como a capacidade de produzir hormônios internos.
Márcia Cunha, fundadora da Plenapausa (femtech voltada para mulheres), diz que a menopausa em si já é um processo de muitas transformações, mas quando ela ocorre mais cedo que o previsto, deve ser tratada com ainda mais cautela e atenção.
“A mulher com menos de 40 anos está ativa. Muitas, inclusive, planejam filhos, porém os planos mudam com a chegada da menopausa precoce. Deixa-se de menstruar e não se pode mais engravidar. Por isso, buscar orientação médica é fundamental”, observa a especialista.
Não há uma definição fixa das principais causas da menopausa precoce, mas algumas são apontadas pela maioria das pacientes, como cirurgia de retirada dos ovários; quimioterapia; radioterapia; terapia hormonal; hipotireoidismo autoimune; lúpus eritematoso sistêmico; insuficiência renal; endometriose; tabagismo; doenças genéticas, como a síndrome do X frágil e a síndrome de Turner; pequena quantidade de folículos; doenças autoimunes, como tireoide e doença de Addison; distúrbios metabólicos; e toxinas como fumaça de cigarro, produtos químicos e pesticidas.
Natacha Machado, ginecologista da Plenapausa, diz que o primeiro sintoma é a menstruação irregular antes dos 40 anos, que pode ser percebida por meio de ciclos menstruais mais curtos ou mais longos, ou ainda, a ausência da menstruação.
“Os sintomas da menopausa precoce acontecem devido à diminuição da produção de hormônios femininos estrógenos e progesterona, que têm ação protetora sobre os ossos e o sistema cardiovascular. Os sintomas são os mesmos da menopausa natural: ondas de calor, oscilações de humor, mudanças urogenitais, alterações do sono e ganho de peso”, explica Natacha.
Os tratamentos indicados para amenizar os sintomas são:
1. Terapia de reprodução hormonal. Evita os efeitos colaterais da baixa produção de hormônios.
2. Estrogênio vaginal. Pequenas doses de estrogênio dentro da vagina podem aliviar a secura.
3. Exercícios e dieta adequada. Caminhar, pedalar e exercícios de fortalecimento muscular aliados à alimentação balanceada podem melhorar os sintomas da menopausa precoce. Deve-se priorizar alimentação rica em cálcio para diminuir os riscos de osteoporose.
4. Antidepressivos. Em casos de mulheres impedidas de tomar hormônios, podem ser prescritos outros tipos de medicamentos, como antidepressivos.
5. Fertilização in vitro. Uma alternativa recomendada para mulheres que queiram engravidar.
6. Tratamentos de doenças relacionadas. Quando a falência ovariana é causada por alguma doença, é importante cuidar dela com muita atenção.