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Estado de Minas ANNA MARINA

Cirurgia da enxaqueca é discutida em congresso no Brasil

Procedimento tem o objetivo de descomprimir e liberar os ramos dos nervos trigêmeo e occipital envolvidos nos pontos de dor


02/09/2023 04:00 - atualizado 02/09/2023 00:56
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Ilustração mostra homem com dor de cabeça, apertando as têmporas
(foto: Pixabay)

Desde que foi desenvolvida pelo cirurgião plástico Bahman Guyuron nos Estados Unidos, a cirurgia da enxaqueca vem sendo estudada por especialistas no mundo inteiro, a partir de 2000. No mês passado, o procedimento foi discutido no 2º Congresso Nacional BAPS, realizado em São Paulo pela Brazilian Association of Plastic Surgeons, que recebeu o doutor Paolo Rubez, pioneiro da técnica no país.

“A cirurgia da enxaqueca, pouco invasiva, tem o objetivo de descomprimir e liberar os ramos dos nervos trigêmeo e occipital envolvidos nos pontos de dor. Os ramos periféricos desses nervos, responsáveis pela sensibilidade da face, pescoço e couro cabeludo, podem sofrer compressões das estruturas ao redor, como músculos, vasos, ossos e fáscias. Isso gera a liberação de substâncias (neurotoxinas) que desencadeiam a cascata de eventos responsáveis pela inflamação dos nervos e membranas ao redor do cérebro, causando dor intensa, náuseas, vômitos e sensibilidade à luz e ao som”, explica Paolo Rubez. O médico faz parte da Sociedade de Cirurgia de Enxaqueca, que funciona nos EUA

Há sete tipos de procedimentos dessa natureza. Eles podem ser realizados nas regiões frontal, rinogênica, temporal ou occipital (nuca). Rubez afirma que cada tipo de dor exige acesso diferente para tratar os ramos dos nervos. Isso se dá nas áreas superficiais da face, couro cabeludo ou na cavidade nasal.

Cada cirurgia foi desenvolvida para gerar a menor alteração possível na fisiologia local, comenta o especialista. “O princípio é o mesmo: descomprimir e liberar os ramos dos nervos trigêmeo ou occipital, que são irritados pelas estruturas adjacentes ao longo de seu trajeto”, diz ele.

A cirurgia é indicada para o paciente que tenha diagnóstico de migrânea (enxaqueca) feito por um neurologista; para a pessoa com duas ou mais crises severas de dor por mês, não controladas por medicações; para quem sofre efeitos colaterais de medicações para dor ou que tenha intolerância a elas; e para quem deseja se operar devido ao comprometimento causado pelas dores em sua vida.

O doutor Paolo Rubez enfatiza que a cirurgia é realizada em ambiente hospitalar, sob anestesia geral – em alguns casos, até sob anestesia local. “A duração do procedimento, para cada nervo, é de cerca de uma a duas horas. O paciente tem alta no mesmo dia e pode voltar para casa”, conclui.

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