Jornal Estado de Minas

ANNA MARINA

Paciente deve parar de fumar de 30 a 60 dias antes de fazer plástica


O tabagismo está entre os principais causadores de doenças crônicas e mortes atualmente, vem alertando a Organização Mundial da Saúde (OMS). Mais de 8 milhões de pessoas morrem anualmente em decorrência de doenças relacionadas ao cigarro. É a terceira principal causa de redução da longevidade, de acordo com a OMS.





O cirurgião plástico Josué Montedonio, membro da American Society of Plastic Surger e da International Confederation for Plastic, Reconstructive, and Aesthetic Surgery, enfatiza que a relação entre o tabagismo e as doenças é amplamente conhecida, mas reforça que o vício pode interferir significativamente nos resultados de procedimentos cirúrgicos realizados em busca do bem-estar e da beleza.

“O ideal seria que o paciente não fumasse, mas recomenda-se pausa de 60 a 30 dias antes da cirurgia. Os benefícios de parar de fumar antes do procedimento podem impactar positivamente o resultado”, informa.

Se agir assim, a pessoa não apenas maximiza as chances de uma recuperação bem-sucedida, mas também investe em sua saúde a longo prazo, reduzindo os riscos de complicações e melhorando sua qualidade de vida.





A melhora na circulação sanguínea e na capacidade pulmonar resultante da ausência do cigarro contribui para o pós-operatório mais tranquilo e cicatrização mais rápida e eficiente.

“A falta de nicotina no organismo permite que os tecidos recebam a quantidade adequada de oxigênio, essencial para uma boa recuperação’’, ressalta o médico.

Em casos mais complexos, Josué Montedonio indica o tratamento em câmara hiperbárica, que ajuda a melhorar a oxigenação tecidual e facilita o processo de cicatrização.

“A câmara hiperbárica é opção terapêutica que pode ser recomendada em casos específicos de fumantes que planejam se submeter a cirurgias plásticas. O tratamento consiste em submeter o paciente a uma atmosfera pressurizada de oxigênio puro, o que aumenta significativamente a quantidade de oxigênio dissolvido no sangue e nos tecidos”, explica.





No entanto, é essencial ressaltar: o tratamento em câmara hiperbárica não substitui os benefícios de parar de fumar antes da cirurgia. O ideal é que o paciente siga à risca todas as orientações do médico, incluindo a suspensão do tabagismo antes e depois do procedimento.

“Sei que fumar é um hábito difícil de largar. Por isso, o paciente pode fazer sessões em uma câmera hiperbárica com o objetivo de melhorar a oxigenação tecidual. O procedimento deve ser feito antes e depois da cirurgia’’, finaliza o doutor Josué Montedonio.