Nos tempos antigos, os ovos eram recolhidos nos ninhos das galinhas ou comprados um a um. Hoje, mudou tudo. Eles são vendidos em bandejas ou embalados dúzia a dúzia. A facilidade criou uma dificuldade: é preciso saber escolher.
Dia desses, fui fazer gemada para colocar sobre um doce e ela ficou superbranca. Os ovos não deram aquela cor natural à receita. Sorte é que tinha anelina amarela em casa e usei para “colorir” a sobremesa. Depois fiquei sabendo que algumas gemas quase já não têm cor.
Apesar dos diversos mitos e verdades, fato é que ovo é um dos melhores alimentos do mundo, devido a seu alto valor nutricional e baixo impacto ambiental. Composto por proteínas altamente absorvíveis pelo organismo, vitaminas, minerais e gorduras saudáveis, ele é alternativa a outras proteínas, como a carne vermelha, além de apresentar pegada de carbono consideravelmente menor, o que representa menos impacto para o meio ambiente.
A produção de 1kg de carne vermelha emite 60kg de dióxido de carbono, gás que agrava a crise climática, enquanto na produção de 1kg de ovo são emitidos 4,5kg desse gás.
Ovo é a proteína mais consumida no Brasil (95%) e em outros 27 países (91%), revelou a pesquisa “Vida saudável e sustentável 2020”, desenvolvida por Instituto Akatu e GlobeScan.
O alto consumo desse alimento está relacionado ao fato de ser relativamente acessível, versátil para diferentes tipos de receitas e disponível para carnívoros e vegetarianos, ficando de fora apenas da dieta vegana.
Diversos levantamentos mostram que se consumido de forma adequada, o ovo traz diversos benefícios alimentares. A melhor opção é o ovo orgânico.
“Ele é produzido buscando manejo equilibrado do solo e demais recursos naturais. A galinha recebe alimentação com ingredientes orgânicos e se movimenta livremente. Não há uso de antibióticos e hormônios para crescimento”, explica Bruno Yamanaka, especialista de conteúdos do Instituto Akatu, ONG focada na mobilização da sociedade para o consumo consciente e sustentável.
O Instituto Akatu dá as seguintes dicas, buscando orientar o consumidor sobre o consumo consciente de ovos:
• Evite a casca rachada, quebrada ou trincada, pois qualquer dano à casca pode resultar em contaminação por microrganismos.
• Não consuma ovos em embalagens com mofo, bolor ou vapor de água condensado, pois isso sugere que o produto foi mal armazenado.
• Priorize produtos de origem animal com o selo do Serviço de Inspeção Federal (SIF) do Ministério da Agricultura ou do serviço de inspeção estadual ou municipal.
• Observe a data de fabricação e a validade do produto, pois o ovo é muito perecível e perde qualidade em temperatura ambiente. Recomenda-se o consumo em torno de 20 dias após a postura.
• Não lave os ovos antes de guardá-los, é importante preservar a película protetora da casca. O ideal é higienizá-los somente na hora do preparo.
• Mantenha os ovos na geladeira em temperatura de cerca de 8 graus centígrados. Preferencialmente na embalagem original, para evitar absorção de odores e perda de água.
• Evite o armazenamento dos ovos na porta da geladeira, local que sofre maior variação de temperatura. Há também o risco de trincá-los e contaminá-los devido ao deslocamento.
• Teste a qualidade do ovo submergindo-o em água. Se boiar, não deve ser utilizado para consumo humano
• Cozinhe bem até a clara e a gema ficarem firmes. Evite o consumo de produtos à base de ovos crus, como maionese caseira, para evitar a contaminação por salmonella.