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Estado de Minas ANNA MARINA

Pesquisa aponta que ômega 3 pode ajudar a tratar a endometriose

A revista científica americana Human Reproduction trouxe boas-novas sobre estudo realizado com 70 mil mulheres durante 12 anos


12/09/2023 04:00 - atualizado 12/09/2023 01:33
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Postas de salmão
Salmão está entre os alimentos que fornecem ômega 3 à dieta do ser humano (foto: Pixabay)

Gosto de contar, e até repetir, sobre as doenças pelas quais já passei, que não são poucas e podem servir de informação e segurança para os leitores – no caso, principalmente leitoras. Já contei aqui os meus dias de horror com a dor na barriga cuja causa médico nenhum conseguia descobrir. Até que José Salvador, que eu não conhecia pessoalmente na época, me levou para o Hospital Vera Cruz, onde ele ainda operava, e me livrou da tortura.

Era endometriose. No meu caso, doía a barriga toda, eu pedia a morte para ficar livre da penação. Vale acrescentar que enfrento qualquer tipo de cirurgia sem o menor problema. Já fui até para a Itália me submeter a uma operação que não era feita aqui. Fui e voltei numa boa, recebi muitos pedidos de informação, mas acredito que nenhuma das consultantes acabou indo, por causa do custo da viagem, hospital, atendimento médico etc.

A dolorosa endometriose é condição inflamatória crônica que afeta de 6% a 10% das mulheres durante os anos reprodutivos, e de 25% a 38% das meninas adolescentes com dor pélvica crônica.

Há diversas opções de tratamento, mas me chamou a atenção uma novidade que eu não conhecia: os benefícios potenciais do ômega 3.

Ácido graxo presente em fontes como peixes oleosos e suplementos, o ômega 3 pode atuar de maneira positiva no controle de agentes pró-inflamatórios e anti-inflamatórios. Por isso, tem sido considerado parte importante da dieta para diminuir os sintomas da endometriose.

A orientação pró-ômega 3 foi reforçada após a divulgação de extenso estudo realizado com 70 mil pacientes. Mulheres que consumiram quantidade maior de alimentos ricos em ômega 3 apresentaram redução de 22% na probabilidade de desenvolver endometriose. O comportamento delas foi monitorado durante 12 anos, culminando na publicação dos resultados da pesquisa na revista científica americana Human Reproduction.

O responsável é o médico Patrick Bellelis, especialista nesta doença e colaborador do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo. “A pesquisa a respeito do ômega-3 e da endometriose é promissora, mas ainda está no estágio inicial. No entanto, as propriedades anti-inflamatórias do ômega 3 oferecem potencial interessante para melhorar a qualidade de vida das mulheres que sofrem com essa condição”, afirma Bellelis.

A pesquisa em curso pode eventualmente fornecer às pacientes nova esperança para melhoria da qualidade de vida, acredita o especialista.

Enquanto avançam estudos sobre o ômega 3, profissionais da saúde enfatizam a importância da abordagem personalizada. Consultar o médico especializado antes de iniciar qualquer suplementação ou mudança significativa na dieta é crucial para garantir a segurança e a eficácia do tratamento, defendem os especialistas.

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