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Estado de Minas ANNA MARINA

Saiba o que causa o efeito do envelhecimento rápido, que nos assusta

Cirurgiã plástica explica o que provoca inchaço e aparência envelhecida na pele e cita as medidas adequadas para combater o problema


18/09/2023 04:00 - atualizado 17/09/2023 21:02
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mulher usa produto para pele
O uso de protetor solar e a limpeza diária da pele são cuidados recomendáveis (foto: Pixabay)

De repente, você olha para o espelho e vê uma pessoa envelhecida: de onde vieram essas rugas? E essas bolsas sob os olhos, que não estavam aqui ontem? “Calma, pode haver razão para um envelhecimento mais rápido. Situações inflamatórias, quando há aumento súbito de radicais livres, como infecções, estresse emocional, luto ou doenças, podem refletir de maneira rápida na pele. Ou nada disso e simplesmente envelhecemos”, explica a cirurgiã plástica Beatriz Lassace, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. 

“A primeira coisa a se fazer é conversar com essa pessoa do espelho. Há quanto tempo você não se olha desta forma? Será que a vida anda corrida demais, problemas demais? Será que há tempos você não reserva um período para um autocuidado, um hidratante, filtro solar pela manhã? Tem tomado água?”, questiona a médica.

O primeiro ponto para entender um envelhecimento mais rápido é olhar para o hábito de vida, principalmente com relação à dieta. “Carboidratos simples como açúcar são rapidamente digeridos e absorvidos chegando em forma de glicose no sangue (glicemia). A glicose tem de ser removida imediatamente do sangue. E começa uma grande operação de guerra para resolver isso. Nos picos de glicemia alta, a reação do organismo contra esta glicose é tão poderosa que as enzimas são requisitadas para ajudar no processo, o que gera produção de radicais livres. Na pele, o excesso de radicais livres pode danificar o DNA das células, provocando menor atividade celular, menor produção de colágeno e fibras elásticas, menor atividade de células de defesa, menor poder de cicatrização e até tendência maior a câncer de pele”, explica a médica.

E ainda a glicose reage com proteínas do organismo, que é a chamada glicação, segundo a especialista. “A glicação das proteínas é piorada pela presença dos radicais livres em excesso. A glicose pode ‘grudar’ na hemoglobina (hemoglobina glicada do seu último check up), na gordura, no DNA e também no nosso querido colágeno. A curto prazo, estes efeitos são bem perceptíveis. Após um final de semana de comilança, do tipo pé-na-jaca, ingestão de bebidas alcoólicas e muito doce, acordamos inchados, com bolsas sob os olhos e até alguns quilos a mais”, diz a médica.

Na pele, além de fatores endógenos,como aumento de radicais livres e glicação, temos fatores externos. O maior vilão, nesse sentido, é o sol. A dra. Beatriz explica que a pele exposta ao sol sofre um aumento súbito da quantidade de radicais livres, que têm a função de provocar defesas contra o efeito dessa radiação. “É o chamado fotoenvelhecimento. O estresse oxidativo é tão grande que danifica o DNA e favorece o aparecimento de câncer de pele”, diz a médica.

“O cigarro diminui a circulação sanguínea de vasos pequenos da pele, além disso, na fumaça do cigarro foram encontradas proteínas glicadas que vão para a circulação sanguínea e refletem diretamente na pele”, enfatiza a médica. O estresse psicológico está ligado a aumento de estresse oxidativo: ele aumenta a produção de cortisol. 

“Esse hormônio tipo sinal de alerta está ligado a uma maior produção de radicais livres e uma diminuição da produção do sistema antioxidante. Esse inflama e desinflama, incha e desincha compromete fibras da pele, gera um efeito cumulativo de radicais livres e glicação de colágeno e fibras elásticas e predispõe à flacidez e ao envelhecimento”, diz a especialista.

O que fazer? “A primeira medida é respirar, olhar-se com carinho, como se fosse uma amiga sua no espelho; autocompaixão é a palavra”, diz a médica. “Quanto à alimentação, passe a se preocupar com o que come. Fuja de alimentos com alto índice glicêmico, como açúcar refinado, farinha branca, álcool”, aconselha.

Para desinchar, a médica diz que o melhor a fazer é beber muita água! “Tomar diurético não ajuda em nada, sobrecarrega os rins, pois o corpo precisa deste excesso de água para desinflamar.” Outra ação que ajuda é a prática de exercício físico. “Entenda também que ele é o maior estimulante do nosso sistema antioxidante. Quem faz atividades físicas tem menor chance de doenças cardiovasculares, pressão alta, doenças neurológicas”, aponta.

Outro potente antioxidante é o sono. A especialista argumenta que pacientes com insônia apresentam maior estresse oxidativo. “Nossa avó já falava sobre o sono da beleza, dormir emagrece, a gente cresce enquanto dorme. Sim, tudo isso é verdade, um sono reparador, de boa qualidade é antioxidante. Se preciso, procure ajuda profissional”, afirma. Por fim, a médica reafirma a importância de iniciar e manter uma rotina de cuidado com a pele. 

“Limpe e hidrate a pele antes de dormir e aplique filtro solar pela manhã. Simples assim. Obviamente temos uma infinidade de ativos, cremes e tecnologias que podem auxiliar nesse detox e combater o envelhecimento cutâneo, mas medidas simples já fazem muita diferença.”

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