Jornal Estado de Minas

ANNA MARINA

Transição capilar é processo delicado, que exige uma série de cuidados

 
A transição capilar é um processo pelo qual muitas pessoas passam quando decidem parar de alisar ou colocar química nos cabelos, retomando os fios naturais. É um momento importante na vida de quem passa por essa jornada, pois envolve uma série de mudanças físicas e emocionais. Por isso, vão aqui dicas de Karla Anacleto, trancista de São Paulo especializada em cabelos cacheados e crespos, que atende pela plataforma GetNinjas.





Como dar o primeiro passo para a transformação?
O ideal é buscar conhecimento e ter muita paciência, diz a trancista. “O mundo dos cabelos cacheados e crespos é cheio de termos e técnicas. Ao tomar a decisão sobre a transição capilar, o ideal é contar com um profissional que entenda sua necessidade e acompanhe a transformação de perto, pois o sucesso dessa mudança vai depender de muitos fatores externos, até mesmo do ambiente”, informa Karla.

Por onde começar?
O cronograma capilar é um dos processos mais importantes na transição. “Deve-se criar uma rotina de cuidados com o objetivo de repor nutrientes perdidos pelos cabelos e deixá-los mais fortes. Esse processo é composto por três etapas: hidratação, nutrição e reconstrução, que atuam diretamente na reposição de água, lipídios e massa capilar”, diz Karla Anacleto.

O que fazer quando o cabelo tem duas texturas?
Em determinado momento, o cabelo terá duas personalidades: a química e a natural. De acordo com Karla, não há um produto que torne tudo uniforme de primeira. “O uso de cremes finalizadores para cachos ou cremes de pentear sem enxague pode amenizar as duas texturas, isso fará com que o fio se acostume com a nova forma”, aconselha a trancista.





O que é tabela de curvatura?
A tabela classifica os cabelos a partir da curvatura dos cachos, dos mais abertos até os mais fechados. Existem os tipos 2ABC (ondulados), 3ABC (cacheados), 4ABC (crespos) e 5 (crespos).

O que ocorre durante a transição?
“Big chop é o grande corte da transição capilar, o momento em que você retira toda a parte alisada ou com química, deixando os cachinhos livres”, diz Karla. Ela recomenda a técnica de lavagem co-wash. “Nesse método, o cabelo é higienizado com um condicionador limpante específico para a função. A intenção principal é fugir da ação dos sulfatos, petrolatos, parabenos e silicones presentes na composição de diversos produtos capilares, que podem prejudicar o resultado da transição”, detalha.

Deve-se dar especial atenção ao day after, a quantidade de dias que os cachos duram após a última lavagem, ou seja, o tempo entre uma higienização e outra. Fazer a higienização dos fios sem o uso do sulfato deixa o cabelo mais macio, sedoso e saudável.





Qual é a diferença entre os métodos L.O.C. e C.O.G?
Estas técnicas de finalização buscam prolongar o day after. L.O.C. significa líquido, óleo e creme. É feita com a ajuda de borrifador ou produto em spray para trazer hidratação, óleo para nutrir e o creme para definir os cachos. C.O.G. significa creme, óleo e gelatina. “Nesse caso, o resultado é ainda mais duradouro, pois o creme define, o óleo nutre e a gelatina traz fixação para o cabelo”, salienta Karla Anacleto.

Como utilizar a texturização?
Técnicas de texturização formam cachos nos fios sem a ajuda de ferramentas de calor. “São ações essenciais durante a transição, pois ajudam a lidar com as duas texturas. Podem ser feitas com o próprio cabelo, com grampos, com a ajuda de acessórios, como 'bigudinhos', flexi rods, bobes e curl formes”, comenta Karla.

Como deve ser feita a umectação?
Essa técnica faz parte da etapa de nutrição do cronograma capilar. Funciona como um banho de óleo, repondo os lipídios. “A umectação pode ser realizada com diversos óleos vegetais, como o de coco ou de oliva”, informa a trancista.