Em meio ao calor sufocante e ao nervosismo devido à greve de Hollywood, Nova York realizou sua Semana de Moda primavera/verão 2024. Os pesos pesados Ralph Lauren e Helmut Lang retornaram ao principal evento do setor com novas ideias. A marca de luxo americana Coach revelou sua coleção de vestidos sensuais translúcidos – evento interrompido durante alguns momentos por ativistas dos direitos dos animais.
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Mostra no Met, em Nova York, destacará o poder da moda criada por mulheresAlta-costura abre espaço para a ousada moda masculina contemporâneaMinissaia ressurge na passarela com o visual da bolsa Birkin, da HermèsBalmain se recupera do roubo de peças e brilha na Semana de Moda de ParisLondon Fashion Week foi da elegância austera a looks divertidosHelmut Lang, o estilista, deixou a moda em 2005, mas Helmut Lang, a marca, continua viva, comprada pela Prada e depois pelo grupo japonês Fast Retailing, dono da Uniqlo. A grife voltou às passarelas da Big Apple com a coleção elaborada pelo novo diretor artístico, Peter Do, considerado um prodígio da moda.
O desfile teve tons nostálgicos e homenagem à década de 1990, quando se tornou a primeira marca fashion a anunciar em placas amarelas de táxi em Nova York.
Outra grife que regressou, embora no Brooklyn, para onde muitos desfiles migraram, foi a Ralph Lauren, que definiu a elegância americana e incorporou o estilo preppy. Ela não realizava desfile em Nova York desde 2019. Exibiu-se em clima intimista, com decoração rústica de celeiro que lembrava ranchos no Colorado.
Jeans é marca registrada de Ralph Lauren. Desta vez, ele foi reinventado como “roupa de noite romântica”, embelezada com miçangas e penas bordadas, ou como saia rodada terminando em cauda floral. Com a modelo Christy Turlington na passarela e as atrizes Robin Wright e Amanda Seyfried olhando tudo, o desfile terminou com vestidos dourados, incluindo um com franjas que exigiu “mais de 800 horas de trabalho de 15 bordadeiras especializadas”, segundo Lauren.
Esta temporada de moda é marcada pela greve de roteiristas e atores de Hollywood, o que reduziu ao mínimo o número de estreias no tapete vermelho, privando as marcas da chance de vestir estrelas e se promoverem.
Para ver o desfile de Prabal Gurung, os visitantes se aventuraram à chuva na Ilha Roosevelt. A coleção se inspirou na recente viagem do designer à Índia para visitar a família, incluindo a avó. “Na cultura, fala-se muito sobre o encontro do Oriente com o Ocidente, mas é hora de o Ocidente encontrar o Oriente”, defendeu Gurung.
O designer americano Michael Kors levou o público para seu desfile primavera-verão no Domino Park, no Brooklyn, às margens do East River, transformadas em calçadão à beira-mar sob o olhar das atrizes Blake Lively e Halle Berry. Modelos exibiram looks leves bordados com renda, conjuntos de minissaia e blusa, vestidos curtos e calças combinadas com pequenos tops.
Foi o primeiro desfile da marca desde o anúncio de que sua holding Capri seria comprada pela controladora Coach Tapestry. Na passarela, o suéter solto em caxemira e algodão caía logo abaixo da linha da cintura, deixando as pernas completamente descobertas – homenagem à recente tendência “sem calças”. Ou talvez algo mais prático. “Você pode usá-lo no calor. Você pode usá-lo quando estiver frio. Todos nós sabemos que o mundo ficou muito quente”, disse Kors.
Tudo estava de acordo com o clima de férias, com sandálias rasteiras e sacola artesanal de vime tecida a mão, homenagem à recém-falecida cantora Jane Birkin, ícone do estilo. (Com AFP)