Jornal Estado de Minas

ANNA MARINA

Ao falar sobre o câncer de mama que enfrentei, ajudo outras mulheres


Não é novidade para ninguém: para facilitar a divulgação de fatos ou doenças, criou-se a denominação de um mês. Agora, por exemplo, que entramos em outubro, o mês passou a se chamar Outubro Rosa para enfatizar a prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama, doença que afeta milhões de mulheres em todo o mundo. Como já passei pela experiência, gosto sempre de contar aqui o que me aconteceu, porque um depoimento positivo dá força às mulheres que passam pelo problema.





Anos atrás, mais de 40 anos, tinha mania de pesquisar as mamas, procurando algum diferencial que me levasse a um médico. Tanto examinei que, um belo dia, senti um caroço diferente do lado direito. Fui ao José Salvador, meu médico, e ele me recomendou o primeiro passo: fazer uma radiografia da região. Saí de seu consultório e fui imediatamente atender à sua recomendação. Fiz o exame recomendado e, no dia combinado, fui levar para ele o resultado – que já tinha olhado antes. Então, não foi surpresa ao me encontrar com seu filho Henrique, que estava completando seu curso de medicina, presente à consulta que eu tinha que fazer.

Não deu outra coisa: Salvador avaliou a radiografia e contou que realmente existia um quisto que precisava ser retirado e analisado para se saber o que era. É claro que não deu outra: era um câncer que estava começando, pequeno ainda, mas que devia ser retirado prontamente. No consultório mesmo, já tratamos da operação, porque eu tenho esse carma: não gosto de adiar nada, deixar nada para depois.

Henrique conversou comigo, dizendo o que faria e fui embora para casa, sem sofrer muito, sem maiores aflições. Chegando em casa, chamei meu marido e minha irmã para contar o resultado. É claro que ambos ficaram nervosos, e era exatamente o que eu não queria. Como sou de família grande, e unida, pedi a ambos que deixassem a notícia para depois, não queria falação não minha cabeça, perguntas, ações de solidariedade.





A reserva foi mais ou menos mantida e fui me operar – no Mater Dei antigo, aquele pequeno, antes de se transformar no “hospitalão” que é hoje, seguido por tantos outros. Fiquei uns quatro ou cinco dias no hospital e, quando fui para casa, passados alguns dias, acho que 15, comecei a fazer a radioterapia em casa, ainda não era comum nos grandes hospitais.

Só que, para ser prática, passei a procurar onde podia fazer o tratamento fora de casa. E descobri o Hospital São Francisco, o único que dispunha da máquina de fazer a rádio. Fiquei uns dias fazendo o tratamento e voltando para casa, até onde acordei e vi que podia tratar e trabalhar no mesmo dia, sem o menor problema. Assim fiz, saía do hospital e vinha para a redação do Estado de Minas. Fiz assim durante os 30 dias recomendados para a rádio

Ajudou a pronta recuperação a firmeza da minha cabeça: não tinha aflição, não sofria efeitos colaterais e levei a vida normalmente, como se estivesse completamente saudável. Tenho a firme convicção que esse procedimento é danado para vencer qualquer doença que não provoque danos colaterais, como repouso, reclusão e outros fatos comuns em vários outros tratamentos.

Conto isso mais uma vez porque o Outubro Rosa atenta para a conscientização sobre o câncer de mama, com ênfase voltado para a prevenção e o diagnóstico precoce dessa doença que afeta milhões de mulheres em todo o mundo. Para abordar o tema, aproveito as dicas de Eduardo Cordioli, médico ginecologista e head de Inovação da Docway, empresa pioneira em soluções de saúde digital, que compartilha informações essenciais sobre como um estilo de vida saudável pode desempenhar um papel crucial no combate ao câncer de mama.





Segundo o médico, o câncer de mama é uma condição inevitável para algumas mulheres, devido aos fatores genéticos interligados à sua manifestação. No entanto, ele enfatiza que a manutenção de um estilo de vida saudável não apenas ajuda a prevenir a doença como também influencia positivamente a resposta ao tratamento em caso de diagnóstico positivo.

"Uma coisa é um diagnóstico de câncer de mama em indivíduos com comorbidades, como obesidade e hipercolesterolemia, outra é o mesmo diagnóstico em pacientes que mantêm um bom estado de saúde. A resposta ao tratamento, em termos de eficácia e impacto na qualidade de vida, demonstra ser significativamente mais positiva quando a doença ocorre em um corpo que mantém uma base de saúde sólida, sem condições associadas”, afirma Cordioli.

A tecnologia também desempenha um papel crucial na promoção da saúde e no tratamento do câncer de mama. O uso de mamografias 3D e inteligência artificial na análise de imagens médicas tornou o diagnóstico mais preciso e o tratamento mais eficiente. A saúde digital também oferece oportunidades interessantes, como o monitoramento em tempo real e o uso de gadgets de saúde que interagem e fornecem informações de saúde personalizadas.

"Hoje, um dos aspectos mais importantes no combate ao câncer de mama é o desenvolvimento tecnológico em saúde", enfatiza o médico. “Estamos caminhando para um futuro onde será possível prevenir determinados tipos de câncer por meio de vacinas específicas. Isso tem o potencial de revolucionar a prevenção", explica o médico.

E eu complemento dizendo que bons pensamentos e ações também ajudam.