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Estado de Minas ANNA MARINA

Entenda os cuidados que devem ser adotados após uma cirurgia como a de Lula

Artroplastia de quadril exige tratamento de reabilitação por cinco meses. Processo de recuperação definirá como será a vida do paciente dali para a frente


12/10/2023 04:00 - atualizado 11/10/2023 22:20
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Presidente Lula com expressão de dor
Dores causadas pela artrose da cabeça do fêmur obrigaram o presidente Lula a se submeter à artroplastia (foto: Carl de Souza/AFP)
 

O quadril desempenha papel fundamental para a pessoa se levantar, sentar-se ou simplesmente se locomover. No entanto, ao longo do tempo a cartilagem nessa região pode se desgastar, levando a condições que exigem intervenções médicas, como foi o caso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele passou por uma artroplastia de quadril em 29 de setembro, devido ao diagnóstico de artrose. Essa enfermidade afeta cerca de 30 milhões de brasileiros, de acordo com o Ministério da Saúde.


Inicialmente, a alta hospitalar estava programada para ocorrer no máximo em 3 de outubro. Porém, devido à recuperação do presidente, a equipe médica optou por antecipá-la.


A intervenção cirúrgica, que envolve a substituição da articulação danificada por uma prótese artificial, é realizada em pacientes que sofrem de osteoartrite, artrite reumatoide ou lesões traumáticas nas articulações, por exemplo.


No caso do presidente Lula, a cirurgia foi necessária devido à artrose da cabeça do fêmur, condição degenerativa que afeta a região em que o osso da coxa (fêmur) se encontra com a pelve, formando a articulação do quadril. Essa condição é causada, principalmente, pelo desgaste da cartilagem que reveste a articulação do quadril, resultando em intensa dor, rigidez e limitação de movimentos.


Cerca de 20% das pessoas com mais de 65 anos têm o problema. “O paciente experimenta dor ao caminhar, ao se deitar sobre a região, ao se abaixar ou ao realizar movimentos simples, o que o obriga a conviver constantemente com o desconforto” explica a fisioterapeuta Raquel Silvério, diretora clínica do Instituto Trata.


Segundo Raquel, a artroplastia é um procedimento recomendado quando o paciente apresenta dor extrema, além de perda de função, mobilidade e qualidade de vida. “Embora possa parecer um processo extremamente difícil, a artroplastia, em alguns casos, é a melhor opção. No entanto, mais do que a cirurgia em si, o processo de recuperação vai definir como será a vida daquela pessoa dali para a frente. Esse período pode garantir a retomada eficaz das atividades diárias e esportivas”, comenta a fisioterapeuta.


Exercícios de fisioterapia são geralmente iniciados pouco tempo após a cirurgia. Eles têm o objetivo de melhorar a amplitude de movimento, fortalecer a musculatura na região afetada, aumentar a eficiência da articulação e ajudar a restabelecer o funcionamento normal do quadril.


A fisioterapeuta explica que a reabilitação adequadamente conduzida é de extrema importância e deve considerar o tempo necessário para a recuperação fisiológica, aplicando os estímulos apropriados.


No que diz respeito ao período de recuperação, a especialista observa que em aproximadamente 45 dias as funções devem estar restauradas, mas o paciente precisa continuar o tratamento fisioterapêutico por algum tempo.


A fase de reabilitação deve se estender por até cinco meses. “Durante as primeiras três semanas, começamos a incentivar o paciente a caminhar com o auxílio de um andador e a estimular a perna, porém com extrema cautela para evitar qualquer deslocamento indesejado da prótese”, diz a especialista.


Trata-se, antes de tudo, de uma cirurgia de grande porte. Portanto, movimentos incorretos ou negligentes durante a reabilitação podem resultar no deslocamento da prótese, o que pode até exigir o retorno do paciente ao centro cirúrgico.


“A reabilitação não termina após a alta hospitalar. O paciente deve continuar sendo monitorado por um fisioterapeuta para garantir a recuperação completa e duradoura. A recuperação pós-operatória é um período difícil, mas com a abordagem certa e o apoio adequado, os pacientes podem voltar a viver uma vida ativa e saudável”, conclui Raquel Silvério.

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