Aproximadamente uma a cada oito pessoas no mundo convive com algum tipo de transtorno mental, segundo dados divulgados em relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS). O Brasil atualmente está entre os países com maior prevalência de transtornos de ansiedade, o que corresponde a aproximadamente 18,6 milhões de brasileiros, além dos 11,5 milhões que têm depressão. Para abordar esse desafio global que impacta milhões de pessoas em todo o mundo, outubro se torna um período de reflexão e discussão mais intenso, uma vez que o Dia Mundial da Saúde Mental foi celebrado no dia 10 deste mês.
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Minhas lembranças de Israel, onde a emoção tomou conta de mim Diagnósticos de câncer de mama no país aumentam 11% em relação a 2022Crimes contra as mulheres aumentam no mundo do futebolNutricionista esclarece mitos e verdades sobre hábitos alimentaresMédico explica a evolução nas técnicas da rinoplastiaO estigma em relação a quem padece de transtornos mentais é um obstáculo significativo para a busca do tratamento. Não somente o direcionado aos pacientes, mas também às suas atitudes negativas direcionadas à própria doença mental (autoestigma), bem como o direcionado aos médicos que tratam essas condições, os psiquiatras.
Uma revisão da literatura, realizada em 2016 pela Associação Americana de Psiquiatria, destacou que esforços voltados para a redução do estigma e da discriminação podem funcionar tanto em níveis individuais quanto da sociedade com um todo. O combate ao estigma possui três ferramentas poderosas: informação, contato próximo com pessoas com transtorno mental e não aceitar atitudes preconceituosas.
Ampliar o acesso da população à informação sobre doenças mentais também desempenha um papel fundamental na redução do estigma. Campanhas de conscientização global, como o Dia Mundial da Saúde Mental e a Semana da Conscientização do Cérebro, oferecem oportunidades cruciais para normalizar conversas sobre transtornos mentais e minimizar a desinformação e os preconceitos. Há estudos que indicam que conhecer ou ter contato com alguém com um transtorno mental pode colaborar na redução do estigma.
Ouvir ativamente e compreender as experiências das pessoas que vivem com transtornos mentais é essencial para entender o impacto dessas condições e da estigmatização associada a elas. Nesse contexto, a Lundbeck Brasil, empresa farmacêutica especialista em pesquisa e desenvolvimento de medicamentos para doenças do cérebro, lançou a campanha "Unidos contra o estigma", com o objetivo de promover esforços de conscientização e educação para diminuir o estigma associado às doenças mentais, bem como estimular reflexões políticas e sociais relacionadas ao tema.
De acordo com o presidente da multinacional no Brasil, Josiel Florenzano, a empresa está empenhada em mobilizar iniciativas e viabilizar discussões sobre saúde mental e doenças mentais com profissionais de saúde e com o público em geral por meio desta campanha.
Segundo Juliana Bancovsky, médica psiquiatra e diretora da Área Médica e Regulatória da empresa, o estigma associado aos transtornos mentais é um dos maiores desafios para os que padecem de doenças mentais em todo o mundo e, por isso, é fruto de uma campanha permanente da ABP desde 2014, bem como foi o tema de escolha da campanha de outubro da Lundbeck este ano.
“O estigma persiste em diferentes culturas e contextos, gera sofrimento e cria barreiras relevantes para o tratamento. Através da campanha queremos trazer exemplos de como o estigma está enraizado no nosso dia a dia e muitas vezes nem nos damos conta, de como podemos influenciar e dificultar o acesso ao tratamento pelo uso de palavras e expressões que, direta ou indiretamente, refletem preconceito."
A médica acrescenta: "Chama a atenção o dado que apenas 4,6% das pesquisas em saúde concentram-se nas áreas sobre o impacto dos transtornos mentais”.
Além disso, em média, apenas 2% dos orçamentos de saúde são destinados à saúde mental. Esses números, de acordo com a OMS, destacam uma disparidade preocupante entre a necessidade e o investimento na saúde mental. Seria essa uma forma de estigma social? Apesar da prevalência dos transtornos de saúde mental, persiste um grande desconhecimento e desinformação sobre o tema, o que contribui para a perpetuação do estigma.
Pessoas que padecem de transtornos mentais frequentemente sofrem estigmatização por parte de familiares, vizinhos, profissionais de saúde de outras áreas e até delas mesmas. Em alguns casos, essas pessoas podem internalizar mensagens e estereótipos negativos, o que pode resultar em isolamento social e discriminação, afetando o acesso a cuidados de saúde adequados, a integração à comunidade e a plena recuperação de sua saúde.
“É importante minimizar o estigma e aumentar a conscientização sobre a saúde mental, bem como garantir investimentos adequados em pesquisas de tratamentos e em estratégias para aumentar o acesso aos cuidados de saúde para oferecer apoio eficaz a todos que enfrentam desafios relacionados à saúde mental.”, finaliza a médica Juliana Bancovsky.