Jornal Estado de Minas

ANNA MARINA

Barriga tanquinho após lipoaspiração? Nova técnica promete que é possível


A técnica de lipoaspiração high definition recebeu muita atenção nos últimos anos por ser um update da tradicional cirurgia de lipoaspiração – a mais realizada em todo o mundo, segundo dados da International Society of Aesthetic Plastic Surgery (ISAPS), que apontam mais de 1,9 milhão de procedimentos realizados em 2021, nas mais variadas técnicas. A lipo HD (ou LAD) não somente aspirava gordura, mas o fazia reforçando áreas estratégicas que escondem a definição muscular. Agora, uma nova técnica (UGraft) tem feito ainda mais sucesso nas clínicas de cirurgia plástica com uma promessa que é tentadora até mesmo entre quem faz musculação e dieta: transformar gordura em músculo.





Segundo o cirurgião plástico Daniel Botelho, presidente da BAPS (Brazilian Association of Plastic Surgeons), a técnica de lipoaspiração aproveita a retirada de gordura para injetá-la no tecido muscular, promovendo hipertrofia (aumento do músculo). “A transferência de gordura é guiada por ultrassom e, em suma, retira a gordura localizada de um local e a transfere para o tecido muscular”, diz Botelho. “Com isso, redesenhamos o abdômen para um porte mais atlético. A técnica é mais completa, pois além de aspirar a gordura que visualmente impede a definição do tanquinho, ainda promove a hipertrofia do músculo por meio do enxerto de gordura, que é rico em células-tronco”, acrescenta.

Tácito Ferreira, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, explica que a lipoaspiração é um procedimento realizado através de um instrumento chamado de cânula, que é ligada a um aparelho de sucção para que ocorra a aspiração da gordura. Segundo ele, a técnica UGraft complementa e aperfeiçoa a lipo de alta definição. “Até mesmo os pacientes que não têm uma musculatura muito desenvolvida agora conseguem um resultado estético mais natural”, diz o especialista.

Realizada geralmente para melhorar a definição muscular do abdômen, o procedimento também pode ser feito nos músculos deltoides (ombro), peitorais, bíceps e tríceps. “O procedimento deve ser feito em ambiente hospitalar e, durante a cirurgia, no centro cirúrgico, um aparelho de ultrassom é usado para identificar o grupo muscular (normalmente no reto abdominal) que se quer realçar. Após a lipoaspiração, é realizado o enxerto de gordura, que é rica em células-tronco, de forma que conseguimos uma hipertrofia daquela região, transformando a gordura em músculo”, explica Daniel Botelho.





A BAPS reforça que as técnicas de transferência de gordura (lipoenxertia) são seguras. “As transferências de gordura autóloga, ou seja, do próprio paciente, não têm risco de rejeição e oferecem preenchimento totalmente natural e que realmente dura. Com a técnica, áreas musculares antes inacessíveis agora podem melhorar a definição criada pelo volume desses músculos”, explica Daniel.

Após a cirurgia, o paciente, geralmente, recebe alta na manhã seguinte. Para evitar complicações e riscos à saúde, os médicos orientam que é fundamental se certificar de que o procedimento será realizado por profissional especializado. “Vale a pena analisar as especialidades do médico e se ele tem a prática com as técnicas corporais. Também é importante procurar por outras pessoas que já tenham passado por procedimentos com o seu médico e verificar qual foi a experiência delas”, recomenda Tácito.

Durante o pós-operatório, o paciente pode apresentar dor leve, inchaço e hematoma nas áreas tratadas, sendo que o tempo de recuperação é de 15 dias para trabalho e 20 dias para atividades leves. “Tente se alimentar bem, com alimentos saudáveis. Evite também a exposição solar da região por 90 dias. As recomendações da realização de drenagens linfáticas e ultrassons para reduzir o inchaço também são interessantes”, finaliza Tácito Ferreira.