(none) || (none)

Continue lendo os seus conteúdos favoritos.

Assine o Estado de Minas.

price

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e segurança do Google para fazer a assinatura.

Assine agora o Estado de Minas por R$ 9,90/mês. ASSINE AGORA >>

Publicidade

Estado de Minas

(EM TEMPOS DE CORONA) PÂNICO

A síndrome do pânico vem dizer algo extremamente simples: você precisa parar um pouco, relaxar, divertir-se, cuidar de você, descansar, brincar e viver'


postado em 17/05/2020 04:00

(foto: Lelis)
(foto: Lelis)

 

 “O motivo pelo qual estou escrevendo é que estou em pânico com essa pandemia. Estou tomando medicamentos e parece que não está resolvendo.Tenho pânico quase todos os dias. Me ajude!”

 

Maria Aparecida, de Ribeirão das Neves

 

 

A síndrome do pânico, que tem acometido um número cada vez maior de pessoas, é na verdade um descontrole da ansiedade. A ansiedade é um estado corporal de medo, quando o organismo se prepara para lutar ou fugir. É um estado de emergência. Quando o perigo é real e iminente a ansiedade é uma defesa natural. Quando, porém, ela é provocada pelos perigos imaginários, ela é uma resposta a um estilo de vida pautado por expectativas, cada vez maiores, no que se refere à vida pessoal, profissional, financeira e outras.

 

A frustração decorrente dessas expectativas irrealistas faz parte da desordem do pânico. Muitas vezes não conseguimos alcançar nossos desejos: nossos relacionamentos afetivos não são estáveis ou felizes como gostaríamos e a situação financeira nem sempre é tão boa, agravada pelo desemprego, separações e perdas que aparecem constantemente. Tudo isso aliado a uma mente perfeccionista e, portanto, exigente, faz da nossa vida um perigo iminente.

 

O nosso corpo entra em alerta máximo, provocando um distúrbio generalizado como sensação de cansaço, de estar no último furo, sensação constante de fadiga, dificuldade para concentrar, irritabilidade, tensão muscular e distúrbios do sono. Esse quadro de desordem da ansiedade pode evoluir para o chamado ataque do pânico. Isso significa que a base é a ansiedade. O pânico é a manifestação dessa ansiedade de maneira intensa, de curta duração com outras manifestações corporais como taquicardia, palpitações, sudoreses, tremores, sensação de desmaio, dor no peito, náuseas, sensação de tonteira, desmaio e outras.

 

A síndrome do pânico, portanto, é um grande sinal de alerta para o estilo de vida que você tem levado. Excesso de obrigações, o desejo de atender a tudo e todos, a incapacidade de dizer NÃO, o medo de ser egoísta, a culpa, o rigor consigo mesma são traços comportamentais que nos levam à situação-limite: pânico. Sob este aspecto, ele vem com um grande objetivo: nos chamar para uma mudança de vida.

 

Tem-se disto constantemente que a nossa época se caracteriza pela ansiedade, pelo corre-corre, pela acentuada pressa em tudo, pela mudança avassa- ladora. Culpar o mundo, a sociedade, a cultura pelos nossos problemas emocionais não é de muita valia, a não ser um certo alívio imediato. E tem a desvantagem de nos paralisar no caminho de nossas mudanças pessoais. O primeiro passo para os que sofrem ou estão no caminho para sofrer o pânico é assumir integralmente a verdade fundamental de que não são as circunstâncias que nos oprimem, mas a minha relação com essas circunstâncias.

 

Pior que a pressão externa, é a pressão interna provocada por nossa onipotência de querermos ser perfeitos em tudo. Na verdade, a síndrome do pânico vem dizer algo extremamente simples: você precisa parar um pouco, relaxar, divertir-se, cuidar de você, descansar, brincar e viver, apesar do grave momento que estamos vivendo com o coronavírus.

 

Em vez de nós mesmos nos protegermos, no sentido de atender às nossas próprias necessidades, nós nos desdobramos em atender às necessidades alheias para que protejam e nos amem. Para as pessoas ansiosas é urgente mudar algumas crenças e valores da nossa cultura que provocam a ansiedade. 

 

A primeira é a crença no valor da PERFEIÇÃO. A segunda é a crença que para amarmos devemos AGRADAR SEMPRE.

 

O “NÃO” faz parte do amor. Se quisermos ser felizes e compartilhar nossa alegria com os outros, temos de dar um “SIM” a nós e procurar uma vida mais tranquila, mais divertida, menos responsável e, portanto, mais prazerosa. Amar o próximo como a si mesmo! A terceira é querermos controlar aquilo sobre o qual não temos o menor controle, como, por exemplo, essa pandemia. 

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)