“Somos casados há oito anos e temos duas filhas. Quando brigamos, o que tem sido cada vez mais frequente, nós nos insultamos, nos ofendemos, nos magoamos muito. Nossas filhas estão aprendendo isso e praticando. O clima na casa fica horrível.” - Danilo e Celeste, de Belo Horizonte
Na construção de um relacionamento mais duradouro, como o casamento, a existência de conflitos é natural e necessária. Afinal de contas, marido e mulher vieram de mundos diferentes, são pessoas autônomas com formas diversas de perceber a realidade e de atuar nela.
Agora, encarregados de formular em espaço comum de convivência, terão de confrontar as diferenças, negociar objetivos, formas comuns de agir com relação a filhos, sexo, dinheiro, trabalho etc.
Agora, encarregados de formular em espaço comum de convivência, terão de confrontar as diferenças, negociar objetivos, formas comuns de agir com relação a filhos, sexo, dinheiro, trabalho etc.
Na briga boa, o foco é a relação: a distribuição do poder, as formas familiares de decisão, a manutenção do espaço individual, o contrato para a convivência. Apesar das diferenças, eles estão do mesmo lado: construir a vida conjugal.
Na briga ou conflito construtivo, há cooperação para resolver os problemas. Esse é o verdadeiro objetivo do sentimento da raiva: descobrir saída para os obstáculos.
Como a maioria das pessoas leva para o casamento os valores sociais de controle, mando, competição, inveja e ciúme, as brigas se tornam feias, destrutivas, violentas. Nesse caso, não há luta para mudar a realidade, mas para se destruírem.
O objetivo é ganhar do outro, é aniquilar o “companheiro”, é enfraquecer o outro, para dele ter submissão e obediência. Nesse esforço de supremacia, de primazia, de dominação, costuma-se usar de tudo. Essa é a causa da violência doméstica.
Como a maioria das pessoas leva para o casamento os valores sociais de controle, mando, competição, inveja e ciúme, as brigas se tornam feias, destrutivas, violentas. Nesse caso, não há luta para mudar a realidade, mas para se destruírem.
O objetivo é ganhar do outro, é aniquilar o “companheiro”, é enfraquecer o outro, para dele ter submissão e obediência. Nesse esforço de supremacia, de primazia, de dominação, costuma-se usar de tudo. Essa é a causa da violência doméstica.
Ainda são inúmeros os casos da violência física, principalmente contra as mulheres: espancamento, abusos sexuais, cárceres privados, lesões corporais graves e até homicídios. Entre os casais, existe outro tipo de humilhação não menos danosa que a física: a violência verbal. Ela corrói o relacionamento.
São palavras que desqualificam o outro: ironias, silêncios torturadores, críticas repetitivas. Duelos de palavras que objetivam minar a autoestima, em tom alto ou baixo, com palavras de alto ou baixo calão, para paralisar o outro e solapar sua individualidade.
São palavras que desqualificam o outro: ironias, silêncios torturadores, críticas repetitivas. Duelos de palavras que objetivam minar a autoestima, em tom alto ou baixo, com palavras de alto ou baixo calão, para paralisar o outro e solapar sua individualidade.
Uma música popular justifica: “A gente briga, diz tanta coisa que não quer dizer...” Quando a gente diz algo a uma pessoa é porque quer dizer. “Ah, mas eu estava com raiva”. Não importa. A raiva, não é um sentimento externo que se apossa de nós e, sobre o qual não temos controle.
Somos responsáveis pelo nosso ódio e podemos decidir o uso dele. Costumamos usar a raiva como pretexto para insultar o outro, violentar o outro com nossas palavras. Na vida conjugal, os parceiros deveriam combinar de nunca usar adjetivos durante as brigas.
Somos responsáveis pelo nosso ódio e podemos decidir o uso dele. Costumamos usar a raiva como pretexto para insultar o outro, violentar o outro com nossas palavras. Na vida conjugal, os parceiros deveriam combinar de nunca usar adjetivos durante as brigas.
A desqualificação mútua se faz, verbalmente, através deles: autoritário, alcoólatra, burra, displicente, imprestável, louco, estúpido, má, preguiçosa, medroso, covarde, insensível, exploradora etc.
A base de uma vida emocional sadia é a autoestima. A violência verbal tenta acabar com ela, tentando convencer o outro de que ele não presta, não serve, não vale. E às vezes as palavras são gestos para desequilibrar o outro.
A base de uma vida emocional sadia é a autoestima. A violência verbal tenta acabar com ela, tentando convencer o outro de que ele não presta, não serve, não vale. E às vezes as palavras são gestos para desequilibrar o outro.
Portas batidas com força, objetos jogados contra o chão ou a parede, carros arrancados, cantando pneus, roupas rasgadas, gritos. E no final, após o exercício verbal da força, um casal no poço fundo da autoestima destruída.
Rostos sem esperança, almas culpadas, sensação de perdidos. Ninguém ganha. Todos perdem. E aí? O que fazer? Aprender o bom combate, a brigar adequadamente. Usar o conflito e as diferenças a favor da relação. Mesmo que para isso tenha de pedir ajuda a especialistas das relações humanas.
Rostos sem esperança, almas culpadas, sensação de perdidos. Ninguém ganha. Todos perdem. E aí? O que fazer? Aprender o bom combate, a brigar adequadamente. Usar o conflito e as diferenças a favor da relação. Mesmo que para isso tenha de pedir ajuda a especialistas das relações humanas.
O verdadeiro amigo é aquele que conhece todos os pontos fracos do outro e cujos defeitos também são conhecidos pelo outro e ambos se ajudam a conviver melhor com esses negativos.
Não é companheirismo quem alfineta constantemente as feridas do outro. Convivendo sob o mesmo teto, dormindo juntos, observando-se durante anos, os parceiros conjugais acabam tendo profundo acesso às intimidades e fragilidades do outro.
Não é companheirismo quem alfineta constantemente as feridas do outro. Convivendo sob o mesmo teto, dormindo juntos, observando-se durante anos, os parceiros conjugais acabam tendo profundo acesso às intimidades e fragilidades do outro.
A violência verbal é um abuso dessas intimidades. Ela desagrega o elo amoroso, através da humilhação. Com o tempo a única saída é a separação. Ninguém aguenta permanecer em um relacionamento onde se sente cada dia com menos valor.
Qualquer pessoa deseja, nas relações, folga para ser o que é. Produzir medo e culpa é atalho para o inferno familiar. No próximo conflito vá bem devagar com o andar, pois o santo é de barro.