Ela já não respira sem o outro, não se alimenta direito sem o outro, pensa nele o tempo todo. Torna-se quase uma obsessão contínua. Apesar de a paixão ter sido muito enaltecida pelos poetas, ela é considerada uma forma mais branda de enlouquecimento.
O que nos confunde na paixão é que ela não é só sofrimento, é misturada com momentos de extremo prazer, principalmente na área sexual. Daí a tendência para confundi-la com o amor. A paixão é um veneno envolvido em mel. No começo é dor e prazer. Esgotando o mel sobram a dor e a indiferença. Paixão é fogo de palha.
É a partir daí que eu encontro com o outro e vou construir junto dele. Eu quero o outro não para me preencher, me fazer feliz. A cura da paixão se situa num trabalho psicológico em que eu exista cada vez mais como eu. Há um autor da Gestalt que diz “eu sou eu e você é você”. Na verdade, a cura para paixão é o verdadeiro amor.