Desde o trágico assassinato de George Floyd, em 2020, sufocado por joelhos de um policial branco, nos Estados Unidos, algumas empresas passaram a intensificar ações de diversidade e inclusão. Mas esses investimentos são bem aplicados? As empresas já destinam orçamento adequado para isso? Essas ações são bem elaboradas e contam com a participação efetiva da alta liderança?
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Investir em diversidade e inclusão não é caridadeQual o lugar reservado para pessoas trans na sociedade?'Não somos números frios, não somos entretenimento ou seres exóticos'O racismo é perpetuado em atitudes sutis do cotidianoComo as heranças da escravidão impactam nas relações de emprego atualmenteQual é a relação entre os jovens negros e negras e o mercado de trabalho?O levantamento foi feito pela consultoria global Korn Ferry, entre 2020 e 2021, que buscou traçar um quadro da DE&I na América Latina. A pesquisa analisou informações de 250 empresas de diversos setores no Brasil.
O estudo mostra que os principais fatores que desencadearam essa aceleração foram o CEO/ time executivo (70,3%), os colaboradores (65,9%), além de questões relacionadas à marca e reputação (57,6%), e ESG compliance (57,6%).
Além disso, as práticas de diversidade, equidade e inclusão das empresas brasileiras estão relacionadas, principalmente:
- ao desenvolvimento de políticas de não-discriminação, bullying e assédio (67%)
- ao foco em uma cultura de expressão e segurança psicológica (63%)
- ao diagnóstico organizacional de diversidade, equidade e inclusão (60%)
- ao conselho/comitê de diversidade (57%)
Mas quais são os principais desafios para tirar a diversidade, equidade e inclusão, do papel? O estudo aponta alguns:
- transformar intenção em iniciativas pragmáticas (69,5%)
- mudar comportamentos (67,5%)
- assegurar líderes responsáveis (48,7%)
- vincular custos e resultados (39,5%)
- orçamento (35,5%)
Além disso, a pesquisa aponta que existe a dificuldade de formação de times inclusivos e diversos (73%), dificuldade de recrutamento de talentos subrepresentados (72%) e a dificuldade de retenção desses talentos (56%).
Apesar de alguns avanços, esses dados mostram que existe uma caminhada muito longa pela frente. As empresas brasileiras precisam amadurecer e tomar consciência que diversidade, equidade e inclusão também são estratégias sustentáveis de negócios.
Nessa caminhada a participação efetiva das lideranças é crucial. Uma boa notícia é que de acordo com a pesquisa “DE&I pós-2020: progresso real ou ilusão?”, em 44% das empresas entrevistadas, nos próximos 12 a 18 meses, a principal prática que as organizações desejam implementar é o treinamento de liderança inclusiva para líderes de pessoas.