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Estado de Minas ECONOMIA

Ações que podem fortalecer diversidade e inclusão no mercado financeiro

Plataforma lançada pela Anbima visa promover mais pluralidade e inclusão nas instituições financeiras


05/08/2022 10:09 - atualizado 05/08/2022 10:47

Homem negro usando um terno escuro xadrez analisa uma planilha com um gráfico em um escritório
Plataforma da ANBIMA tem por objetivo fomentar a diversidade e a inclusão no mercado financeiro (foto: ANTONI SHKRABA)

Em maio deste ano apresentei aqui um artigo aqui com sobre os dados da pesquisa Diversidade e Inclusão nos Mercados Financeiro e de Capitais, realizada pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). O estudo mapeou a maturidade do setor em relação a Diversidade e Inclusão (D&I), e mostrou que apesar de 52% das instituições financeiras no Brasil terem políticas de promoção da D&I, dessas, apenas 24% definiram metas e somente 35% têm indicadores e dashboards para acompanhamento dos avanços. 
 
A pesquisa on-line foi realizada entre junho e agosto de 2021, com o apoio da consultoria Goldenberg Diversidade. No total, foi registrada a participação de 94 instituições de diversos segmentos: assets, bancos de atacado, plataformas de investimento e conglomerados.  
 
O levantamento também mostra que: 
  • apenas 16% das instituições contam com ações estruturadas, regulares, orientadas por metas e objetivos claros, principalmente os conglomerados;
  • 18% fazem ações pontuais, porém sem política, metas e objetivos claros de atuação, o que acontece com mais frequência nas plataformas de investimento;
  • 26% não têm nenhum tipo de atuação, mas têm interesse em promover diversidade e inclusão em suas organizações. 
Além disso, apenas 20% das instituições entrevistadas adotam requisitos de diversidade e inclusão na contratação de fornecedores e apenas 30% possuem grupos de afinidade para públicos diversos. 
 
De acordo com a pesquisa da Anbima esses são os principais motivos:
  • a temática não é priorizada (41%);
  • desconhecimento sobre o tema e formas de evoluir (40%);
  • falta de ações práticas e intencionais (55%);
  • falta de representatividade de diferentes grupos sociais nas organizações (55%);
  • baixo engajamento da alta liderança das empresas (30%);
  • baixo engajamento de colaboradores e colaboradoras das empresas (14%);
  • ambientes de trabalho pouco inclusivos (32%).
Quando trabalhei esse assunto no artigo em maio, fiz a seguinte pergunta: o que é necessário para reverter esse cenário no mercado financeiro no Brasil? 
 
Uma iniciativa que pode colaborar nesse sentido foi lançada em julho deste ano: A Rede ANBIMA de Diversidade e Inclusão. A plataforma tem por objetivo fomentar a diversidade e a inclusão no mercado financeiro por meio de iniciativas que eduquem, instrumentalizem e estimulem as instituições financeiras a trabalharem o tema. A iniciativa é da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). 

No site da associação, Gilberto Costa, coordenador do Grupo de Trabalho de Diversidade e Inclusão explicou: “A Rede ANBIMA de Diversidade e Inclusão é resposta a uma demanda do próprio mercado, que vem dando cada vez mais importância ao tema e viu na ANBIMA a oportunidade de um trabalho conjunto com alto potencial de acelerar a transformação do mercado”. 

De acordo com o site da ANBIMA um dos objetivos da Rede é conectar as quase 300 instituições associadas, promovendo debates e a troca de experiências relacionadas aos temas sociais. Além disso, a agenda de atividades da Rede é desenhada com foco na institucionalização do tema nas instituições, no aumento da representatividade e no estímulo à adoção da cultura inclusiva. A proposta é que na ponta final aconteça a inclusão de mulheres, da população negra, das pessoas com deficiência, da comunidade LGBTQIA+ e das multigerações no mercado. 

A Rede ANBIMA de Diversidade e Inclusão começa suas atividades em agosto com workshops que vão ensinar como começar a trabalhar com o tema em instituições financeiras. Nesse processo vão apresentar conteúdos sobre a importância do tema como um diferencial competitivo para os negócios, conscientização e barreiras inconscientes e a gestão de diversidade e inclusão. Em paralelo, também serão realizados encontros para troca de práticas e experiências entre as instituições. Também será lançado um site com conteúdo educativo, um banco de práticas, lista de vagas afirmativas e demais informações sobre a Rede. A agenda de 2022 será encerrada com um encontro entre CEOs para discutir as oportunidades e desafios de se aprofundar nessa pauta. 

Para a promoção da diversidade e inclusão avançar ainda nos mercados financeiro e de capitais é necessário adotar também outras ações. Mas a iniciativa da criação da Rede   ANBIMA é um passo importante nesse processo. Espero que mais ações assim saiam do papel de forma contínua. 

Para saber mais sobre a Rede ANBIMA basta acessar o site www.anbima.com.br. 

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