Há uns 15 dias, mais ou menos, fui pela primeira vez ao ginecologista depois do início da minha transição. Foi uma consulta por meio do meu plano de saúde. Pra quem não sabe, sou um homem negro retinto, trans e neurodiverso (no meu caso, dislexia e TDHA). Isso mesmo, homens trans também precisam ir ao ginecologista. E nessa semana tive que voltar lá, mas antes tive que me preparar psicologicamente e tirar força e coragem do “suvaco”. “Mas por que, Arthur?”
Estou falando da falta de investimentos para promover sensibilização, conscientização e informação às pessoas que trabalham diretamente ou indiretamente com a rede privada de saúde e na saúde suplementar. Sabe o senhor que trabalha como porteiro no prédio? A ideia aqui não é transformar ele em vilão. Longe disso. Quero ressaltar que com certeza ele só teve essa atitude porque faltou informação e treinamento. Se ele tivesse passado por um programa de diversidade e inclusão, com certeza o porteiro teria outras formas mais adequadas de abordar pacientes trans.