A agenda não estava prevista oficialmente. Nem poderia ser, quando se trata da Central Intelligence Agency. era responsável por dar informações às Forças Armadas, já que ela foi criada logo depois da Segunda Guerra Mundial, só que sem tanques ou caças. O motivo era outra guerra, só que a fria. Aquela que foi travada pelos Estados Unidos e a União Soviética (URSS).
Atualmente, ela trata mais de crime organizado e tráfico internacional de drogas. Só que nem tanto assim, chega a tratar até de meio ambiente. É claro que a CIA mantém os seus espiões. Só que quem esteve lá dar uma espiada, fora da agenda oficial, foi o comandante-chefe das Forças Armadas brasileiras e presidente Jair Bolsonaro (PSL).
Quem não perdeu a oportunidade foi a presidente, ops, a presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR).
Já que o ministro Sérgio Moro está na comitiva presidencial nos Estados Unidos, vale um registro sobre ele, só que daqui do Brasil. Tudo começou ainda no ano passado, com o depósito de R$ 2,5 bilhões em uma conta vinculada à Justiça Federal do Paraná, de acordo com o Ministério Público Federal (MPF).
Só que, ontem, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, determinou que a Caixa Econômica Federal dê informações sobre os R$ 2,5 bilhões, que, em parte, seriam usados na criação de uma fundação da Lava-Jato. A questão é que seria um fundo privado. Melhor aguardar os próximos capítulos.
Ainda bem que mais um capítulo não veio de Curitiba, mas de Brasília, da 10ª Vara Federal, com sede no Distrito Federal. É mais um capítulo porque tem o ex-ministro Antonio Palocci e que bastariam como resumo da ópera duas declarações: “Sei que se tratou de ilícitos e houve pagamento de propina na compra de submarinos e de helicópteros”. Ele ainda acrescentou que “não tenho indícios do envolvimento de militares”.
Por fim, extra, extra, extra! É isso mesmo, edição extra do Diário Oficial da União (DOU) e foi publicada ontem, mesmo com a comitiva presidencial lá em Washington. Vale um trecho: “Art. 1º Fica dispensado, de forma unilateral, visto de visita, nos termos do disposto…
A dispensa do visto de visita apenas se aplica aos nacionais referidos nos incisos do caput, portadores de passaportes válidos, para: inciso I – entrar, sair, transitar e permanecer no território da República Federativa do Brasil, sem intenção de estabelecer residência, para fins de turismo, negócios, trânsito, realização de atividades artísticas ou desportivas ou em situações excepcionais por interesse nacional…” Sendo assim, excepcionalmente ficamos por aqui.
Show musical
Sem quórum e com poucos discursos com os senadores de sempre, vale apenas um registro da sessão de ontem: tudo começou com Jorge Kajuru (PSB-GO), que presidia: “Em seguida, então, na sequência dos oradores, sempre quando sobe à tribuna, com pautas raras, pontuais e implacáveis, o senador que representa o Paraná pelo Podemos...” Mas o melhor ainda estava por vir: “E que V. Exa. aceite o convite de um dos melhores músicos do mundo, que é brasileiro, Ivan Lins, que estará com a cantora Simone em um show, dia 6 de abril, em Curitiba, sua capital paranaense, porque ele é um grande admirador de V. Exa. e fez questão de convidá-lo. Eu também estarei lá”.
Almoço informal
“Estamos construindo uma forma em que os poderes possam dialogar melhor, pactuar uma relação de governabilidade para o Brasil, porque no sistema democrático todos governam juntos.” Se uma foto vale mais que mil palavras, vamos à lista pela ordem: os presidentes Rodrigo Maia (Câmara dos Deputados), Jair Bolsonaro (República), Davi Alcolumbre (Senado) e Dias Toffoli (Supremo Tribunal Federal).
Elas fiscalizam
Com a economia nacional patinando, derrubando o que já era pequeno no Índice de Atividade Econômica do Banco Central, o tal IBC-BR, e com uma expectativa pior do empresariado para o crescimento, o jeito é tentar sair em busca de pouco de otimismo. Só que anda difícil. Bem, pelo menos os supermercados esperam crescer as vendas. Tomara mesmo, mas as donas de casa vão querer, com a atual situação, descontos e promoções verdadeiros. Isso mesmo, de verdade mesmo. Mexer com elas não convém.
Haja sinceridade
O bandido assassino, assim ele foi tratado por deputados. Ontem, disse que “em que pese a minha mais sincera disposição e interesse em prestar depoimento e assim contribuir e colaborar…” Não poderei estar presente “por motivo de saúde” diante da “facetomia a que fui submetido”. Daí ele não poder comparecer e cumprir o requerimento, como informou à senadora Rose de Freitas (PSDB-ES), que preside a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) de Brumadinho.
Luta diária
Em março, quando mulheres vão às ruas para lutar pelos seus direitos, a Câmara Municipal de Belo Horizonte aprovou ontem projeto de resolução que cria a Comissão Permanente de Mulheres. Historicamente, as mulheres têm presença acanhada nos assentos do Legislativo. Entre os 41 vereadores, quatro são mulheres: a presidente da Casa, Nely Aquino (PRTB), Bella Gonçalves (Psol), Cida Falabella (Psol) e Marilda Portela (PRB). Elas terão prioridade na composição da comissão. A criação é fruto de projeto da Mesa Diretora.
Pingafogo
- Em tempo, sobre a nota “Terá cantoria”: o senador Álvaro Dias (Pode-PR), claro, retribuiu: “Senador Kajuru, felizmente a recíproca é verdadeira. Também sou um grande admirador do Ivan Lins e presto aqui as minhas homenagens ao seu talento.
- Acrescentou ainda o paranaense Álvaro Dias (foto): “E faço questão de registrar que a satisfação de poder comparecer ao seu lado será ainda maior. Se possível, estaremos juntos, prestigiando esse grande artista brasileiro, Ivan Lins”.
- A propósito da sinceridade do presidente do Vale, tem um toque mineiro no meio do caminho. Para lembrar, a senadora Rose de Freitas, embora eleita pelo Espírito Santo, é mineira, nasceu em Caratinga.
- “Teremos um grande avanço com segurança jurídica para investidores.” A frase é da jurista e ministra da Agricultura, Tereza Cristina, em evento patrocinado pela US Chamber of Commerce. E acrescentou:“Com boas condições para produção, cuidado, porque vocês não seguram o Brasil”.
- Uai, só se houver boas condições? Está prevendo o pior? Então, deveria mudar o termo.