Jornal Estado de Minas

Em dia com a política

E o tal BolsoDoria foi parar no espaço

“Precisamos trabalhar melhor essas informações e colocar para a população e para o mundo para que não gerem toda essa celeuma.” De fato, é preciso mesmo que a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, consulte os satélites pesquisados pelo Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe). “Os dados que são de alerta. Ou seja, não tem realmente a área desmatada. Pode ter sobreposição, enfim…”
Sobrepor satélite é colocar no espaço sideral tamanha ignorância ambiental. Vale ressaltar, no entanto, que a nobre ministra estava em sua praia. A declaração foi em evento no Congresso Brasileiro do Agronegócio, promovido em São Paulo pela Associação Brasileira do Agronegócio (Abag).

Ficou ainda pior quando o próprio presidente Jair Bolsonaro (PSL) colocou mais lenha na fogueira como já havia feito no mês passado. “A Amazônia é um potencial incalculável. Por isso, alguns maus brasileiros ousam fazer campanha com números mentirosos contra a 
nossa Amazônia.”

O presidente pode me incluir entre os maus brasileiros mais uma vez.
Até porque ficou ainda pior: “E nós temos que vencer isso e mostrar para o mundo, primeiro, que o governo mudou e, depois, que nós temos responsabilidade para mantê-la nossa, sem abrir mão de explorá-la de forma sustentável”. Fica difícil sustentar um argumento desse.

Afinal, diante do tsunami de bobagens, o hipocentro que teve profundidade estimada em 10 quilômetros e sem movimentação da falha vertical, melhor registrar que o movimento de solo registrado não ofereceu risco nenhum, nem mesmo mais uma declaração do presidente da República.

Até mesmo o BolsoDoria foi para o espaço. Em busca de negócios da China, com direito ao trocadilho, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), partiu para o ataque: “A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) sofreu em sete meses duas alterações de direção, o que cria instabilidade na promoção internacional”.

Melhor mudar o cardápio, mas não foi informado qual foi o do almoço ontem, com direito a panos quentes do presidente do Senado, Davi Alcolumbre: “Esse almoço parece já o resultado do saneamento das rusgas públicas que aconteceram entre Guedes e Maia...” E Alcolumbre ainda acrescentou: “Essa união com o protagonismo do governo e do Congresso é fundamental para que a reforma avance”.

Só Deus mesmo
O senhor presidente (Izalci Lucas PSDB– DF) – Declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Eduardo Braga (MDB– AM), que pediu, pela ordem uma comunicação iminente, leia-se de imediato, e ressaltou 13 milhões de desempregados. Também comandou a sessão Lucas Barreto (PSD–P). E discursaram: Jorge Kajuru (PSB–GO), Confúcio Moura (MDB–RO), Marcio Bittar  (foto) (MDB–AC), Reguffe (Sem partido – DF) e Marcos Rogério (DEM– RO).
Para discursar.

E teve ainda:
Presentes no plenário os senadores Paulo Rocha (PT–PA), Jorginho Mello (PT– SC), Lasier Martins (Podemos-RS), Acir Gurgacz (PDT-RO), Álvaro Dias (Podemos-PR); pela Liderança, Jorginho Mello (PL–SC), Humberto Costa (PT–PE). E por fim a Juíza Selma (PSL– MT) e Lucas Barreto (PSD–AP), que também comandou a sessão. Uai, e o presidente Davi Alcolumbre (DEM–AP)? Como já foi registrado, ele patrocinou o almoço, deve ter ido fazer a digestão.

Fora da agenda
Tanto do ministro da Economia, Paulo Guedes, quanto do titular da pasta de Justiça, Sérgio Moro. Eles se encontraram ontem, em segredo. E a informação oficial era “economia da inclusão”. Estava errado. O fato é que o assunto foi a “exclusão” de integrantes do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), aquele que o Congresso tirou do comando de Moro e mandou de volta para a gestão da área econômica. E o presidente Bolsonaro deu carta branca a Guedes, ressaltando que “se ele quiser mudar, mude sem problema”.
Só que avisou: “Eu tenho o poder de veto”.

Eu me amo
“O que eu quero desses respectivos governadores: não vou negar nada para esses estados, mas se eles quiserem realmente que isso tudo seja atendido, eles vão ter que falar que estão trabalhando com o presidente Jair Bolsonaro. Caso contrário, eu não vou ter conversas com eles, vamos divulgar obras junto a prefeituras.” Aí vai então a trilha sonora, “eu me amo, eu me amo, não posso mais viver sem mim”. Os prefeitos certamente vão adorar e cantar a plenos pulmões.

Economic war
Stock markets drop on fresh US-China trade war tensions. US stock markets followed Europe lower on fresh fears of a trade war between the world's two largest economies. The moves followed comments from president Donald Trump who accused Beijing of currency manipulation. Nem é necessário traduzir tudo. Afinal, a briga entre gigantes econômicos mundiais, os Estados Unidos e a China, já fala por si. E é claro e objetivo que atingiu o mercado financeiro, derrubando as Bolsas de Valores pelo mundo afora.

Pingafogo

Em números: já que falamos no mercado financeiro, vamos a ele. O Ibovespa caiu 2,51%, aos 100.097 pontos e o dólar subiu1,96%, vendido a R$ 3,95. O motivo, óbvio, a guerra econômica travada pelos Estados Unidos com a China.

A Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) anda mesmo agitada.
Depois do impeachment do vereador Cláudio Duarte (foto) (PSL), que foi cassado com o placar de 37 a zero, a fila deve andar. Desta vez, o encrencado é Wellington Magalhães (DC), que alega “perseguição”.

O presente de Natal corre risco de ficar mais caro para os encrencados que receberam indulto natalino. A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, não desiste. Insiste em que publicitário Ramon Hollerbach pague a multa já que ele recebeu e não pagou o indulto.

“A Amazônia é um potencial incalculável. Por isso, alguns maus brasileiros ousam fazer campanha com números mentirosos contra a nossa Amazônia”. O presidente Jair Bolsonaro (PSL), diante de devastação da floresta, pode me incluir entre os maus brasileiros mais uma vez.
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