Antes, vale o registro do sábado, em que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) chegou a cavalgar na 64ª Festa de Peão Boiadeiro de Barretos, onde assinou decreto que estabelece padrões de bem-estar para animais utilizados em festas de rodeio e foi saudado aos gritos de “mito”. Foi bom para descontrair e aproveitar para descansar no domingo.
Afinal, fica ou não fica? Eis a questão? Foi o tema do dia de ontem na política nacional. E olha que começou bem cedinho, às 7h50, com Sérgio Moro, ministro de Estado da Justiça e Segurança Pública, no Palácio da Alvorada, a residência oficial da Presidência da República. Claro que, em um horário assim, a conversa era totalmente pessoal.
O certo é que os demais compromissos – e não foram poucos – começaram às 8h45min e só foram terminar no fim da tarde. O último evento da agenda oficial previa compromisso, às 17h, encontro com Antônio Barra Torres, Diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). É praticamente uma sugestão.
Já que, afinal, Bolsonaro tratava de vigiar e sanear os últimos problemas envolvendo o ministro Sérgio Moro. Afinal, o registro é que a defesa feita por ele de defender que o presidente vete nada menos que 11 artigos do projeto aprovado na Câmara dos Deputados, aquele tratando de abuso de autoridade.
O presidente tem até 5 de setembro para fazer os vetos, integrais ou parciais, da proposta do Congresso. O detalhe é que a proposta veio do Senado há dois anos. Isso mesmo, já tinha sido aprovado lá. Isso é que pode ser chamado de uma gaveta bem trancada que ficou este tempo todo.
É claro que o Ministério Público Federal (MPF) entrou na polêmica. Basta uma frase: “Instituições tíbias, cujos membros estejam permanentemente ameaçados por normatividade excessiva, ou vaga, cumprem seu papel de modo exitante no tocante a enfrentar os poderosos, coibir a corrupção e o crime organizado”.
A declaração foi dada pela procuradora-geral da República (PGR), Raquel Dodge, durante o evento, em Curitiba, em que esteve também o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, que acumula o Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Por fim, o último registro é que o ministro Sérgio Moro, depois da conversa com o presidente Bolsonaro, embarcou para Bauru (SP). “Estamos atentos a óbices que eventualmente sejam colocados no trabalho da atividade policial”. No dicionário, o gran finale: “aquilo que impede: a corrupção é o óbice da boa política”.
Na frigideira
Um passarinho me contou que, na última sexta-feira, o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o secretário da Receita Federal, Marcos Cintra, almoçaram juntos na Churrascaria Assador. E quase tiveram uma indigestão. Foram literalmente fritados pelos demais clientes, que lá também estavam e partiram para o ataque com as medidas tomadas pelo governo. É isso de fato, assados ou fritados, mesmo com a bela vista que tinham, já que o restaurante fica em frente à Baía da Guanabara e oferece uma cozinha refinada com um buffet diversificado que traz carnes nobres de braseiro e vinhos, em espaço elegante e acolhedor.
O forno assado
Quem contou foi o passarinho que esteve também com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que tratou como um “clima muito ruim” e chegou a dizer “a dor de cabeça” que o Marcos me deu e acrescentou: “a única certeza que eu tenho – e falo com toda liberdade, até porque o presidente da República também já falou, não fica parecendo que é um conflito meu com a equipe econômica – é que nós não vamos retomar a CPMF na Câmara em hipótese nenhuma”.
Projeções
0,02%. Isso mesmo. “O mercado financeiro aumentou a projeção para o crescimento da economia brasileira e reduziu a estimativa de inflação para este ano”. E olha que é oficial, trata-se do boletim Focus, aquela pesquisa que é divulgada todas as semanas pelo Banco Central (BC) e faz a previsão para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país. E o BC informa que foi ajustada de 0,81% para 0,83% neste ano. Para lembrar, a pesquisa é feita com mais de 100 instituições financeiras.
Quem diria?
Hein! Teve troco português diante das piadas feitas pelos brasileiros. E foi na política que atacou o ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sérgio Moro. “Ele passou de superministro a miniministro”, registrou ontem o jornal Diário de Notícias de Portugal. E ainda aproveitou para citar a “vaza-jato”. Acrescentou ainda que Moro é atropelado no Supremo Tribunal Federal e “vê os seus ímpetos reprimidos pelo próprio Bolsonaro”. Nem dá para dizer que foi piada de mau gosto.
Já à noitinha
O requerimento é do próprio presidente da Comissão de Agropecuária e Agroindústria a Assembleia Legislativa (ALMG), Coronel Henrique (PSL). Que pediu a audiência para tratar do fim da obrigatoriedade de médico veterinário como responsável técnico em estabelecimentos que comercializam carne. É que ele, além de militar, é também veterinário. Na justificativa, ele argumenta: “A inspeção garante que os produtos estejam dentro dos critérios técnicos de qualidade e aptos para evitar qualquer tipo de transmissão de doenças”. O detalhe é o horário. A reunião está marcada para amanha, às 18h, no Auditório José de Alencar da ALMG.
PINGAFOGO
Em tempo, sobre o texto que abre a coluna: era o1º Encontro Ibero-Americano da Agenda 2030 no Poder Judiciário. Quem também estava presente foi Niky Fabiancic, coordenador-residente da Organização das Nações Unidas (ONU) no Brasil.
“Pesquisas autônomas e isentas são essenciais para garantir qualidade de vida para a população e, nesse momento em que a ciência é colocada em descrédito, precisamos deixar claro para as pessoas como essas pesquisas impactam nas suas vidas”. A frase é da deputada estadual, Beatriz Cerqueira (PT).
O registro é que se trata da primeira de uma série de visitas que a Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa (ALMG) deve realizar e chama a atenção que a primeira organização a receber foi o Instituto René Rachou, unidade da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Repudiou. Isso mesmo, foi o que fez o deputado estadual Osvaldo Lopes (PSD-MG). E rápido, já que atacou a realização de rodeios e vaquejadas, como estava o presidente Bolsonaro no fim de semana, submetem touros e cavalos a situações de estresse físico e psicológico.
Diante disso, o melhor a fazer, não tem outro jeito, é encerrar por aqui. Sem me submeter a qualquer tipo de estresse e muito menos psicológico. Um bom dia a todos. Ou melhor, uma boa semana a todos.