É engraçado. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que está preso, não aproveitou para se defender. Preferiu partir para o ataque. “O presidente Jair Bolsonaro não faz nada. Ele destrói.” Já o artigo do jornal francês Le Monde traz no subtítulo: “L’ancien président brésilien effectue, depuis avril 2018, une peine de huit ans et dix mois de prison pour corruption”. Os oito anos de prisão por corrupção já bastam.
Em bom português, o fato é que o Brasil tem e teve no comando do país dois presidentes radicais, um na esquerda, outro na direita e ambos radicais. O que, atualmente, os brasileiros rejeitam, de um lado ou de outro, é o que as pesquisas de opinião pública têm indicado, sem tirar nem pôr.
Há quem acredite que Lula não era assim. “O Lula não é um radical, só não é uma pessoa que negocia suas próprias convicções”. A frase, mais do jeito tucano do que petista, é da ex-presidenta Dilma Rousseff (PT). Será que não?
“É um governo de destruição, sem nenhuma visão de futuro, sem programa, que não é qualificado para o poder. É por isso que Bolsonaro diz tantas besteiras, que ele insultou a esposa de Macron e Michelle Bachelet, que ele briga com Maduro. É a loucura total. E, ainda por cima, se submete totalmente a Trump. Nunca vi disso!”. Se não foi um ataque, mudou de nome, mas tudo que Lula disse é verdade.
Está bem informado mesmo em Curitiba, onde está na sede da Polícia Federal (PF). E quando o assunto é a Amazônia, ele também não deixou barato. “A Amazônia é propriedade do Brasil. Ela faz parte do patrimônio brasileiro. É o Brasil quem tem que cuidar dela. Isso não quer dizer que é preciso ser ignorante, que a ajuda internacional não é importante. Mas a Amazônia não pode ser um santuário da humanidade”. Ora, quem diria, desta vez, Lula concordou com Bolsonaro.
Mudando de assunto, ontem foi dia de despedida no Supremo Tribunal Federal (STF). Não especificamente de algum ministro se aposentando. Foi da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, em sua última sessão na mais alta Corte de Justiça do país.
E a eles mandou um belo recado. “Faço um alerta para que fiquem atentos a todos os sinais de pressão sobre a democracia liberal, uma vez que no Brasil e no mundo surgem vozes contrárias ao regime de leis, ao respeito aos direitos fundamentais e ao meio ambiente sadio também para as futuras gerações”.
Bastaria este trecho, já que Raquel Dodge teve o direito de ouvir elogios de ministros, entre eles, o decano Celso de Mello e o próprio presidente do STF, Dias Toffoli. E teve o grand finale: “Se o esforço do século 20 foi o de erguer a democracia brasileira, o esforço deste século 21 é o de impedir que ela morra”.
Em Minas Gerais
Quinze deputadas e deputados da Assembleia Legislativa (ALMG) receberam, na manhã de ontem, a Medalha Presidente Juscelino Kubitschek. A solenidade foi realizada, como sempre, em Diamantina, que é a cidade natal do ex-presidente da República. O orador oficial da solenidade foi o deputado Antonio Carlos Arantes (PSDB). E, como não poderia deixar de ser, fez a tradicional referência ao slogan “50 anos em 5”.
E em Brasília
Às 9h30, cumprindo a tradição de muitos anos, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), esteve no Memorial JK para depositar uma coroa de flores no túmulo do fundador de Brasília, em homenagem ao seu 117° ano de nascimento. O governador do DF deixou flores no túmulo de JK e fez preces. E teve sessão especial no Senado em comemoração ao aniversário de nascimento do presidente da República Juscelino Kubitschek de Oliveira.
A filmagem
“406 Deputados presentes na sessão Deliberativa Extraordinária 12/09/2019.” Registro oficial. Ou seja, marcaram a presença e caíram fora. O plenário vazio deixou isso claro em transmissão ao vivo da própria Câmara dos Deputados na TV. Não tinha como esconder, mesmo com o esforço dos ‘cameramen’, os operadores das câmeras de filmagem. Bem, para ser justo, já estava tudo acordado, a sessão terminou pouco mais de 14h30min. Naquele jeito peculiar de sempre no tal permaneçam como estão... aprovado!
Ligação direta
O deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) se encontrou ontem com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) (foto), para tratar da proposta de emenda à Constituição (PEC) que prevê alterações no repasse de recursos da União para os municípios. De acordo com a proposta, que será relatada na Câmara por Aécio, os recursos das emendas parlamentares apresentadas ao Orçamento vão direto para os municípios, sem a necessidade de convênios com os ministérios ou interveniência da Caixa Econômica Federal.
Nada elegante
O ministro-astronauta da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, era esperado ontem na Comissão de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados. Mas não pôde ir. Quem deu a notícia foi o deputado Rodrigo Agostinho (PSB-SP) que presidia e não foi muito elegante, como deveria, diante da notícia: “Nós estamos com um problema, o ministro Marcos Pontes foi internado no Hospital das Forças Armadas por um problema de saúde. Nós estamos aqui com a equipe técnica do ministério”. Com um problema para cá e outro problema para lá, a audiência, claro, será remarcada.Pinga-fogo
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) não deve ter gostado, mas não tinha outro jeito. Ordens médicas são ordens médicas, não adianta espernear. É que a equipe médica do Hospital Vila Nova Star determinou que ele ficasse da Presidência da República até terça-feira.
Quem deu a notícia oficial foi, como não poderia deixar de ser, o porta-voz general Otávio Rêgo Barros. Com isso, quem continua no exercício da Presidência da República e Hamilton Mourão (PRTB). Mas deve ficar quieto, pode escrever.
A CPMF conseguiu demitir, mas o ex-secretário da Receita Federal Marcos Cintra ainda insiste. Citou, por exemplo, a Argentina. Diz que ela é adotada por lá há 20 anos com alíquota de 1,2% com excelentes resultados. Uai, a Argentina não está em crise econômica? Eu, hein!
Quem está de olho no dinheiro da Operação Lava-Jato da Polícia Federal (PF) em conjunto com o Ministério Público Federal (MPF) é o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC). Ele quer usá-lo para a retomada das obras da estação da Gávea, que integra a linha 4 do metrô…
Uai, mudou de ideia? Para lembrar, o governador chegou a cogitar que as obras neste trecho no metrô do Rio de Janeiro fossem aterradas. Sendo assim, sem pegar o metrô e muito menos uma boa praia carioca, melhor ficar por aqui.