O escritor espanhol Juan Arias estudou filosofia, teologia, psicologia, línguas semíticas e é também jornalista formado na Universidade de Roma, Itália. Na Biblioteca do Vaticano, descobriu o único códice existente escrito no dialeto de Jesus, procurado há vários séculos. Durante 14 anos, foi correspondente do jornal El País no Vaticano, acompanhando os papas Paulo VI e João Paulo II.
Registro feito, o fato é que ele misturou, aqui no Brasil, religião e política na sexta-feira e traduziu o verdadeiro sentimento sobre a canonização da Irmã Dulce: “A nova Santa da Bahia esteve rodeada por políticos brasileiros de todas as tendências neste domingo, na Basílica de São Pedro. A religiosa, intrépida e obcecada com os mais marginalizados da sociedade”.
E destacou ainda: o “Meu partido é a pobreza”. Ressaltou algumas palavras da agora Santa Dulce dos Pobres, lembrando que ela nunca teve escrúpulos em bater à porta dos políticos importantes do seu tempo, mas sempre para suplicar recursos para os mais abandonados, aos quais dedicou sua vida e às obras por ela criadas exclusivamente para aliviar a dor e a pobreza.
Melhor tratar da política propriamente dita. Ihh! Tem jeito não. Basta a agenda oficial do presidente Jair Bolsonaro em pleno sábado: Chegada a Aparecida/SP – 15h30 – Entrevista à TV Aparecida – 16H. Missa alusiva ao Dia de Nossa Senhora Aparecida, celebrada pelo Arcebispo metropolitano de Aparecida, Dom Orlando Brandes – Aparecida/SP. 17h05 – Visita à imagem original de Nossa Senhora Aparecida. Partida de Aparecida/SP para São Paulo/SP. 18h20. Desembarque no Aeroporto em Congonhas.
É claro que caiu a ficha, um evento católico. Melhor deixar para lá, sem dizer “que veio a calhar” de repente e sem incluir aquela série do “Acredite se...” O jeito, então, é mudar de assunto, afinal tem uma outra crise ainda não resolvida no meio do caminho.
É aquela verdadeira novela que envolve o Partido Social Liberal, o ainda partido de Bolsonaro. Sai? Não sai? O fato é que nos últimos capítulos certamente ela não está. Quem articula para conter a crise é o senador Major Olímpio (PSL-SP), mas pelo jeito anda difícil. “Não tivemos oportunidade de conversar”.
Todo o imbróglio é por causa dos filhos de Bolsonaro, Fávio e Eduardo. “Possivelmente conversamos no início da semana, a partir de segunda-feira. Talvez a gente converse em São Paulo. Espero que avance positivamente”. Sem aspas, a coluna informa que dificilmente nada vai adiantar o esforço do Major diante do Capitão presidente.
Melhor então esperar a semana começar de fato, hoje é domingo, o dia tão lindo, os Bolsonaros que tentem se entender com os ainda apoiadores que têm. Afinal, podem escrever que ainda vai rolar muita chatice vinda da família presidencial. Ou será divertido acompanhar essa confusão toda?
Trzeciak
A sopa de letrinhas remete ao passado. O projeto de lei é de 2017 e foi apresentado pelo ex-deputado Lúcio Vale e demais integrantes do Centro de Estudos e Debates Estratégicos da Câmara Federal (Cedes). O detalhe do ex é que ele é o vice do governador do Pará, Helder Barbalho (MDB). A notícia nova é que Daniel Trzeciak Duarte (PSDB-RS), deputado de primeiro mandato, foi relator na Comissão de Ciência, Tecnologia, Comunicação e Informática que aprovou a criação da Política Nacional de Promoção ao Envelhecimento Ativo. Se aprovado nas comissões de Seguridade Social e Família, Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa e na CCJ, como sempre, vai à sanção presidencial.
Cruel realidade
“Estou desapontada com o veto presidencial, mas confiante que esse veto será derrubado pelo Congresso. Não podemos retroceder na luta contra essas barbáries que ocorrem todos os dias no Brasil”. A deputada federal Renata Abreu (SP), presidente nacional do Podemos obriga registro de violência contra mulher em prontuário médico. Ao ser comunicada do fato, no prazo de até 24 horas, a polícia terá condições de mapear a região do crime para fins de estatística e elaborar um plano de ações preventivas. O detalhe: com essa medida, estaríamos dando um passo a mais para o fim da subnotificação, que mascara a cruel realidade da violência contra a mulher no Brasil”.
Até o Nobel?
Isso mesmo, vou perguntar de novo: até o Prêmio Nobel? “Uma das razões de Lula estar preso é justamente porque o império o quer preso. Jamais um Nobel, que responde diretamente ao império, permitiria sua premiação”. O primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed (foto), que ganhou o Prêmio Nobel da Paz desta edição, “personifica a África que o homem branco avaliza”. “Ele é um neoliberal”. A publicação é do site que alega ser “um dos principais sites de notícias do Brasil, com foco em política, economia, mídia e temas de interesse nacional. Suas pautas têm compromisso com a democracia e uma sociedade mais justa e menos desigual. Uai, não é de esquerda não? Todas as notícias têm esse viés declarado.
Sorte danada
O deputado Tadeu Alencar (PSB-PE) informa: “a iniciativa ocorre no momento em que a cultura brasileira é alvo de diversos ataques desde a chegada do atual governo, inclusive com a extinção do Ministério da Cultura”. Talvez, mesmo sem querer, o parlamentar socialista deu uma sorte danada com o Globo Repórter de sexta-feira, todo dedicado a ela. O fato é que, quarta-feira agora, haverá a sessão solene, no plenário, em homenagem aos 90 anos da atriz Fernanda Montenegro. A cerimônia está marcada para 13h30, no plenário Ulysses Guimarães.
Eu, hein!
Requeiro, nos termos do art. 58, § 2º, II, da Constituição Federal e do art. 93, II, do Regimento Interno do Senado Federal, a realização de audiência pública, com o objetivo de analisar as novas diretrizes relacionadas ao desenvolvimento da pesca e do turismo que estão sendo alavancadas pela Secretaria da Aquicultura e Pesca do Ministério da Agricultura, Pecuária e abastecimento junto com a Embratur, para o aprimoramento e o crescimento econômico pesqueiro e turístico do nosso Brasil. Proponho para a audiência a presença dos seguintes convidados: Jorge Seif (Pesca) e Gilson Machado Neto (Embratur). A iniciativa é da senadora Soraya Thronicke (PSL-MS). Uai, e a lama e o óleo derramados? Afinal, desde 2 de setembro, manchas gigantescas de petróleo se espalham pelo mar do Nordeste brasileiro.
Pinga Fogo
“Vítima de retaliações”, “violência sofrida”, “malicioso engenho mental”, “abusiva”, “absurda” e “sórdida”, “irreal”, veemente repúdio, indignado e perplexo, “intransigente”. Tem mais, mas já basta essa coleção em uma nota só.
Na prática, é nota do ex-presidente da República e hoje senador Fernando Collor de Mello (Pros-AL) sobre a Operação Arremate da Polícia Federal (PF), aquela registrada sexta-feira na coluna. Mas com tantos adjetivos assim, não dá para resistir.
Afinal, “Temos um dragão do tradicionalismo. A direita é violenta, é injusta, estamos fuzilando o papa (Francisco), o Sínodo (da Amazônia), o Concílio do Vaticano II, parece que não queremos vida” arcebispo dom Orlando Brandes, em Aparecida.
Em tempo: sobre a nota. Eu hein!: A senadora Soraya Thronicke pode ter sido governista diante da crise noticiada mundo afora. Como é do PSL, não sei se do grupo dissidente ou não, o fato é que o partido do presidente ainda é o mesmo, pelo menos por enquanto.
Ou então, deu azar e anda mal-informada. Afinal, duvido que Jorge Seif ou Gilson Machado vão aparecer, diante do óleo derramado em quase todo o litoral brasileiro, os 8,5 mil quilômetros dele. Sendo assim, longe do litoral, nem uma prainha por perto, o melhor a fazer é encerrar por hoje.