Eleito com o slogan “BolsoDoria”, o governador de São Paulo, João Doria Jr., jurava de pés juntos que não foi ele quem criou o movimento que, de acordo com ele, nasceu no interior de São Paulo. Bem, do presidente Jair Bolsonaro ele quer é distância. Até condenar a tentativa de seu filho deputado federal Eduardo Bolsonaro (SP) ser embaixador nos Estados Unidos ele deixou claro.
Deve ser por isso que ele não deixou passar a chance de visitar o Palácio do Planalto. Com Bolsonaro em viagem internacional, a chance de matar a saudade palaciana deve ter influenciado. E é claro que ele aproveitou. Basta a agenda oficial do presidente em exercício.
Às 15h, “João Agripino da Costa Doria Junior (PSDB/SP), governador do Estado de São Paulo. Participante(s): Henrique Meirelles, secretário da Fazenda do Estado de São Paulo; Alexandre Baldy, secretário de Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo; Antônio Imbassahy, secretário especial do Governo de São Paulo em Brasília.”
Foi o último compromisso do dia na agenda presidencial ontem do vice-presidente, general Hamilton Mourão (PRTB). Antes, esteve em sua praia. Ela incluiu o comandante da Marinha do Brasil, almirante de esquadra Ilques Barbosa Junior, uma comitiva do Colégio Militar Dom Pedro II, do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal – CBMDF e ainda a Comitiva da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman).
Fake news! Calma, nada a ver com Doria ou com o general Mourão. Trata-se do líder do PSL na Câmara dos Deputados, Eduardo Bolsonaro (SP), em ataque à sua desafeta no partido e também deputada federal, Joise Hasselmann (SP). “Cabe a ela provar, então. Eu não tenho conhecimento de nada disso”, acrescentou. No meio do caminho, os tais perfis falsos já tão falados.
A briga continua feia no partido do próprio presidente da República. E seus filhos não dão descanso, é polêmica dia sim e no outro também. E olha que o próprio Eduardo Bolsonaro fez questão de deixar em aberto uma questão que parecia já ter acabado. É ele próprio quem diz “está tudo em aberto”. Só que fechou, Virou líder.
Bem, o presidente dos Estados Unidos anda mesmo é com seus próprios problemas. Desta vez é Mick Mulvaney, chefe de gabinete interino da Casa Branca. É aquele funcionário da Casa Branca que admitiu na sexta-feira passada, contradizendo o próprio Trump, que o dinheiro público dos norte-americanos foi em benefício dos interesses políticos pessoais do presidente.
A essência
“O que está em debate é a maior transformação na transferência de recursos da União para os estados e municípios nas últimas duas ou três décadas no Brasil. É a própria essência do Pacto Federativo.” A frase, autoexplicativa, é do deputado Aécio Neves (foto) (PSDB-MG) ao reunir prefeitos, vereadores e gestores da área pública para debater a sua Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 48/2019. O anúncio foi feito em seminário na Assembleia Legislativa (ALMG). E ele acrescentou: “Há uma perda imensa desses recursos em esferas burocráticas. A média dos prazos entre a liberação dos recursos e a conclusão de obras, por exemplo, tem sido de cinco anos, o que é inaceitável.”
A promessa
Na semana que vem, o presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), deputado Agostinho Patrus (PV), estará ausente de Belo Horizonte. Ele viaja em família para pagar promessa a Santo Antônio pelo nascimento dos filhos gêmeos – Antônio e Agostinho Célio, de 6 anos. Santo Antônio chegou a ser um padre agostiniano, se tornando, depois, frei franciscano após se encontrar pessoalmente com São Francisco. O presidente já comunicou oficialmente a viagem à Casa Legislativa e os trabalhos prosseguirão normalmente.
Injustiçado
O ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, disse que se sente injustiçado pelo indiciamento. Ele, que compareceu na condição de convocado, esclareceu que faltou à última reunião em que foi convidado pela Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle do Senado porque sua agenda de ministro exige muito esforço para desenvolver o turismo e que tentou combinar novo prazo. E ele próprio alegou ter sido investigado por nove meses pela Polícia Federal, pelo Ministério Público, por órgãos de imprensa e adversários políticos. Foram mais de 80 pessoas ouvidas, buscas e apreensões, inclusive de celulares e não houve materialidade contra mim. “Mesmo assim, fui indiciado e denunciado”.
A má ideia
O placar foi cinco a zero para condenar o ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB) e seu irmão, o ex-deputado Lúcio Vieira Lima (MDB), pelo crime de lavagem de dinheiro no caso do bunker dos R$ 51 milhões em Salvador. O tal bunker é aquele famoso das malas e caixas recheadas de dinheiro espalhadas em um apartamento. Quanto à dosimetria de outras penas, houve divergências, o placar foi menor e apertado: 3 a 2. A denúncia do Ministério Público Federal (MPF) os encrencados tentaram ocultar com uma série de atos frutos de crimes. O principal, corrupção.
Que ambiente
É este? Resposta rápida: a operação é de “guerrilha porque identificar a origem dessa fonte de óleo é fundamental para o trabalho de emergência. Porque a gente não sabe se a gente está numa ascendente ou numa descendente no aparecimento do óleo”. E acrescenta: “Não tem a volumetria desse óleo. Está muito errático, não tem modelo para isso. Uma situação inédita”. Tudo isso o presidente do Ibama, Eduardo Fortunato Bim, declarou aos parlamentares da Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados. O grand finale ainda estava por vir: “A mancha navega indo e voltando e não é possível saber se o processo está no fim ou não.”
Pinga-fogo
Trilha sonora do tráfico de drogas. Uai, o que tem isso a ver com a política? Resposta rápida: o Projeto de Lei 5.194/19 torna crime a utilização de música para estimular o uso e o tráfico de drogas, a pornografia, a pedofilia ou o estupro, ofensas à imagem da mulher e o ódio à polícia.
Como tudo passa por Minas na política, vale o registro de que o autor da proposta é o deputado Charles Evangelista (PSL-MG). O argumento dele é “nossas crianças e adolescentes, com certeza, são vítimas dessa apelação musical de cultura de massa”.
Se o mercado financeiro comemora a reforma da Previdência e bate novo recorde e o dólar cai, claro, é bom sinal para a economia. Mesmo patinando e prevendo índices pequeninos, já é um sinal de que a curva, quem sabe, mude o rumo atual.
E papai Bolsonaro agora pode chamar o filho Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) para acompanhá-lo na viagem internacional, embora seja improvável. Mas que o presidente deve estar satisfeito, ah, isso é claro que está.
Quem deve estar chateado, já que nem chamando a polícia conseguiu, é o deputado Delegado Waldir (PSL-GO), que perdeu a parada na briga. Sendo assim, o melhor a fazer é encerrar por hoje e esperar os próximos capítulos desta confusa política nacional.