Jornal Estado de Minas

Baptista Chagas de almeida

Vice-presidente Hamilton Mourão e a voz da sensatez

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(foto: Sérgio Lima/Folhapress 2/3/11)


Diplomacia em falta. Ministro Ernesto Araújo diz que o G–20 vai seguir “na mesma direção defendida pelo presidente Jair Bolsonaro”. É aquele ministro que segue a cartilha de que o nazismo e o fascismo são resultados de “fenômenos de esquerda”.


Só para lembrar. Agora ele diz que pretende seguir os líderes do G-20 que iria “na mesma direção defendida pelo presidente Jair Bolsonaro”. O volante do ministro Ernesto Araújo deve estar com defeito. Só pode ser isso. Algumas perguntas, então, se fazem necessárias.

Como é? Vai seguir “testar, rastrear, fazer quarentena, tratar os doentes e coordenar medidas para restringir movimentos e contatos”? Vale uma resposta rápida, ministro. Quem recomenda é nada menos que o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres.

Quem seguiu foram, nada menos, que 25 dos 27 governadores. Eles deixaram claro e objetivo que vão continuar mantendo as regras de isolamento, apesar das declarações do presidente da República, Jair Bolsonaro, que pretendia “o fim do confinamento em massa”. Ou seja, não deu certo.


A voz de sensatez no Palácio do Planalto partiu foi do vice-presidente, general Hamilton Mourão (PRTB). “A posição do nosso governo, por enquanto, é uma só: o isolamento e o distanciamento social”, ressaltou em contrário do que disse Bolsonaro. Para Mourão, pode ser que Bolsonaro “tenha se expressado de uma forma que não foi a melhor”. Foi uma tentativa de consertar a fala do presidente.

Quem expressou a insatisfação foram os comandantes do Congresso, tanto o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) quanto da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Ambos no sentido da necessidade de união em um momento tão grave como este.

Como sempre é necessário um toque mineiro, vale o registro de que “toda necessidade de recursos que o governo tenha para combater a pandemia, é evidente que o congresso vai alocar, autorizar. Isso tem sido uma unanimidade”.


A frase é do senador Antonio Anastasia (PSD-MG), acrescentando ter observado dos líderes partidários “uma boa vontade de participar no combate à pandemia dentro das nossas limitações”. Ele tratava da antecipação do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).

Diante de tudo isso, só resta esperar que haja mais serenidade na política nacional. Anda em falta.



É oficial

Informação da Agência Brasil, que é do governo. O vice-presidente Hamilton Mourão participa da primeira reunião do Conselho Nacional da Amazônia Legal neste ano. O encontro trata de estruturação, estratégia e ações imediatas do conselho, que foi transferido por decreto presidencial no mês passado do Ministério do Meio Ambiente para a Vice-Presidência da República. No meio da tarde, ontem, Mourão publicou no Twitter: “A Amazônia pode gerar muita riqueza. Seu desenvolvimento industrial e tecnológico torna seu futuro ainda mais promissor”.

Em dinheiro

A Força-Tarefa de Defesa da Amazônia da Advocacia-Geral da União (AGU) obteve na Justiça o bloqueio de mais de R$ 9 milhões em bens de dois desmatadores de uma área localizada em Itaituba, no Sudoeste do Pará. A decisão também proíbe que os proprietários façam novos desmatamentos, usem o terreno para pastagens ou exerçam qualquer atividade que agrida o meio ambiente, além de suspender todo tipo de financiamento aos envolvidos até que a área seja recuperada.



75 deputados

A vez da votação por videoconferência na Assembleia Legislativa (ALMG), a primeira votação remota da história dela. E como não poderia deixar de ser o tema foi a medida de contenção do avanço do novo coronavírus. Setenta e cinco dos 77 deputados votaram favoravelmente à medida, sendo que a presidência não vota, e um dos parlamentares não conseguiu se conectar ao sistema. Um dos únicos deputados presente no plenário foi o presidente da Casa, Agostinho Patrus (PV). E só comandou. Não votou.

Inadmissível

A diretoria da Frente Nacional de Prefeitos (FNP) divulgou seu repúdio ao presidente Jair Bolsonaro, diante das manifestações que desmerecem o trabalho dos prefeitos no enfrentamento ao novo coronavírus. O documento destacou que “resguardar a vida das pessoas, dos brasileiros, é o objetivo máximo de quem tem responsabilidade de liderar, seja nos municípios, nos estados e ainda mais no país”. Vale deixar o presidente da FNP, Jonas Donizette (foto), prefeito de Campinas (SP) finalizar:  “O que ele faz é algo inadmissível. Postura pessoal você não interpreta em rede nacional de TV”.

Endividados

“É importantíssimo nós termos algumas medidas neste sentido com uma certa urgência. E levei também os pleitos de Minas Gerais, que está sendo fortemente impactado. Vamos ter, caso esta situação perdure, uma queda na arrecadação de ICMS da ordem de R$ 7,5 bilhões, e isso seria catastrófico para o nosso estado. Dentro disso, levei o pleito para que o governo federal tente antecipar os recursos da Lei Kandir e tente encaminhar e fazer com que o Congresso aprove o quanto antes o projeto Mansueto, que vai ajudar os estados endividados”. Declarações do governador Romeu Zema, o do Novo.




Pinga Fogo


Em tempo sobre os 75 deputados: também deixou de votar o deputado Inácio Franco (PV), só que, no caso dele, foi por problemas na conexão remota. Patrus seguiu a mesma orientação feita no Senado. Por ter presidido a sessão, o senador Antonio Anastasia (PSD-MG) também não votou.

Mais um: o governador Romeu Zema (Novo) reforçou o “esforço de trabalho de prevenção e defende ações do governo federal para minimizar impactos econômicos do coronavírus” e apresentou algumas demandas que poderiam ajudar o estado...”

A propósito, o setor de serviços em Minas Gerais apresentou, em janeiro, um avanço de 2,2% frente a dezembro de 2019, na série com ajuste sazonal, enquanto o Brasil mostrou um avanço de 0,6%. Melhor esperar os dados deste ano antes de comemorar.

Caducou! É a medida provisória que tornava permanente o pagamento do 13º salário para os beneficiários do Bolsa-Família perdeu a validade ontem. Prevista para ser votada na Câmara dos Deputados, semana passada, a proposta não foi votada por causa da pandemia do novo coronavírus.

Sendo assim, assunto encerrado por hoje.