Jornal Estado de Minas

Curva do gráfico do crescimento do Brasil é melhor que quadro do Bird

(foto: Isac Nóbrega/PR 21/7/19 )
A “crise sem precedentes” tem nome e sobrenome. Vem diretamente do procurador-geral da República, Augusto Aras, aquele que teve o disparate de defender que cabe ao presidente Jair Bolsonaro, exclusivamente, traçar a estratégia para permitir que as pessoas saiam do isolamento doméstico e voltem ao trabalho.



Vale a transcrição literal: “As incertezas que cercam o enfrentamento, por todos os países, da epidemia de COVID-19 não permitem um juízo seguro quanto ao acerto ou desacerto de maior ou menor medida de isolamento social, certo que dependem de diversos cenários não só faticamente instáveis, mas geograficamente distintos, tendo em conta a dimensão continental do Brasil”.

“There's huge pressure on people to go back to work to go back to school to participate in daily life. I don't want to be the person at home with a fever, and with a job to go to where I can make a calculation that instead of picking up the phone and phoning my health provider or phoning the public health authorities and asking for a test and a diagnosis that I think that putting a mask on, is an adequate response to that situation. And that is something we really have to be careful about”.

O diretor-executivo do programa de emergências da Organização Mundial da Saúde (OMS), Mike Ryan (o nome é Michael, mas vale o diminutivo), alertou ontem que as máscaras não são uma alternativa à quarentena no combate à COVID-19, doença causada pelo novo coronavírus.



Ele mesmo deixa claro:  “Existem coisas que precisam ser feitas. Você não pode substituir a quarentena por nada. Você precisa substituir a quarentena por uma comunidade profundamente educada, comprometida, engajada e empoderada. Nós precisaremos mudar nosso comportamento pelo futuro previsível”.

Já que Mike Ryan fez previsões, vale um registro econômico, com mais notícias desagradáveis. A curva do gráfico sobre o crescimento do país continua descendo de acordo com o Banco Central. A previsão era de uma queda de 1,18% e passou para uma contração maior: de 1,96%. Mesmo assim, continua abaixo da previsão do Banco Mundial (Bird), que estima um tombo de 5%.

Melhor então dar outros números. Para o presidente Jair Bolsonaro refletir: ficar em quarentena até a hora que os profissionais da área da saúde indicarem. Essa é a postura de metade (52%) da população brasileira em meio ao avanço da COVID-19 pelo país.



Para outros 29%, a quarentena só deve acabar quando diminuírem os casos de contaminação pelo vírus. E apenas 4% da população acredita que a quarentena não deveria ter sido colocada, enquanto 2% dizem seguir orientações dos economistas. Para registro, tudo isso vem da pesquisa do Instituto QualiBest divulgada ontem.
 

“Silegis”

Enquanto o poder público ainda se adapta às restrições impostas pela pandemia do coronavírus, inicia-se mais uma semana de pauta cheia na Assembleia Legislativa (ALMG). Pelo Twitter, o presidente do Legislativo estadual, deputado Agostinho Patrus (PV), anunciou que, entre outros projetos dos parlamentares, serão reconhecidos decretos municipais de calamidade pública ao longo da semana. As votações remotas prometem ser ainda mais céleres e seguras, já que será usada a ferramenta interna conhecida como “Silegis”.

A sabatina

Em reunião especial, marcada para amanhã, a secretária de Estado de Educação, Julia Sant'Anna, irá pessoalmente à sede do Legislativo mineiro esclarecer questões pertinentes à atuação da pasta, o que inclui a situação dos servidores, a realização de aulas remotas e os meios para garantir acesso à internet aos alunos carentes. Julia é a terceira integrante do primeiro escalão do governo Zema a ser sabatinada na Assembleia desde o início da pandemia.


 
 
(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
 

Acolhedora

O Pátria Voluntária é coordenado pela Casa Civil da Presidência da República e seu conselho é presidido pela primeira-dama, Michelle Bolsonaro (foto). “Para vencermos precisamos permanecer no caminho do acolhimento, do voluntariado e do amor”, disse ela, ao discursar em uma cerimônia ontem, em Brasília. “O Brasil Acolhedor é mais uma grande demonstração de solidariedade, humanidade, carinho, respeito e amor ao próximo”, ressaltou o ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, que também participou da cerimônia, no Palácio do Planalto.
 

Crise do café

Presidente do PDT mineiro, o deputado Mário Heringer preocupa-se com uma  das principais atividades econômicas do estado: a cafeicultura. Ele alerta sobre a crise que se torna mais aguda diante da retração geral com a pandemia da COVID-19. “Além de perder recursos com o mercado consumidor encolhido, os cafeicultores têm ainda que arcar com despesas não previstas, como a aquisição de equipamentos de proteção individual para os trabalhadores, esterilização dos ônibus que fazem o transporte, separação entre as poltronas e distância nos cafezais”, ressalta Heringer.

Voltar no tempo

O liberalismo collorido, isso mesmo, aquele do impeachment e hoje senador da República, Fernando Collor, à pauta econômica. “Todo dia lemos que dívidas públicas são prorrogadas, confiscos estão sendo executados, e, pasmem, aumento de impostos já caminham pelo Congresso. Pior, até estatizações já são autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal.” Tudo isso vem de Antônio Cabrera Mano Filho, veterinário e político brasileiro. Antônio foi ministro da Agricultura no governo Fernando Collor, entre 3 de abril de 1990 e 2 de outubro de 1992.


 

PINGA FOGO

 
Na chegada ao Ministério da Defesa, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não falou com a imprensa. Na saída da reunião, também não enfrentou os repórteres. Ele estava acompanhado do ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno.

Quem o presidente acompanhou foi o ministro da Defesa, general Fernando Azevedo, na reunião diária por videoconferência com os dez comandos conjuntos e o Comando Aeroespacial, que atuam na Operação COVID-19, das Forças Armadas.
 
E quem ouviu foi o ministro de Ciência, Tecnologia e Comunicações, Marcos Pontes (foto). Bolsonaro pediu a ele “prudência” no monitoramento sobre o deslocamento das pessoas durante a pandemia do coronavírus.

Em tempo, sobre as notas Silegis e A sabatina: antes de Júlia Sant'Anna , os titulares da Saúde e do Desenvolvimento Social, Carlos Eduardo Amaral e Elizabeth Jucá, respectivamente, também estiveram na Assembleia Legislativa.

Mais um, só que da crise do café: ainda do deputado Mário Heringer e presidente estadual do PDT. Como o estado é grande produtor de café, toda a ajuda necessária deve ser feita para manter o cafezinho mineiro, que tanta agrada aos brasileiros