Jornal Estado de Minas

Sotaque mineiro no grupo de trabalho para o Brasil voltar a crescer

(foto: Zeca Fonseca/OGlobo 17/5/04)

 
O protagonismo mineiro dá as cartas mais uma vez na política nacional. Conheça o ministro, pelo menos um pouco dele, já que é assim o registro em seu perfil na Presidência da República. Walter Souza Braga Netto é mineiro de Belo Horizonte, ingressou no Exército em 1975, na Academia Militar das Agulhas Negras.


 
Além de todos os cursos regulares da vida castrense, realizou o curso de instrutor da Escola de Educação Física do Exército e o Curso de Operações na Selva. Possui mestrado em operações militares e doutorado em aplicações, planejamento e estudos militares, este último pela Escola de Comando e Estado-Maior do Exército. Possui, ainda, outros cursos de pós-graduação lato sensu pela Fundação Getulio Vargas e pela Escola Nacional de Administração Pública.
 
Feito o registro, melhor tratar do que interessa de fato. Braga Netto será o responsável por coordenar o grupo de trabalho que vai tratar das ações de recuperação, crescimento e desenvolvimento do país, em resposta aos impactos da crise gerada pela pandemia de coronavírus. Para registro, a resolução foi devidamente publicada ontem no Diário Oficial da União (DOU).
 
E ela trata de incluir, além da Casa Civil, o grupo que será composto por representantes de mais 15 ministérios: Relações Exteriores; Defesa; Economia; Infraestrutura; Agricultura, Pecuária e Abastecimento; Minas e Energia; Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações; Meio Ambiente; Turismo; Desenvolvimento Regional; Controladoria Geral da União; Secretaria-Geral; Secretaria de Governo; Gabinete de Segurança Institucional; e Advocacia-Geral da União.


 
Só que o jeito mineiro de ser, provavelmente por determinação do chefe, não incluiu o Ministério da Saúde. Será por quê? Por que será? Resposta rápida, o ministro responde por Luiz Henrique Mandetta, cuja batata está assando faz tempo.
 
O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), já está em busca de um substituto ou quem sabe uma substituta. No Palácio do Planalto, o que se fala é que a mudança pode ser feita a qualquer momento. O jeito mineiro de ser passa longe do futuro ex-ministro.
 
O que se sabe é que, antes muito cotado, o deputado federal Osmar Terra e ex-ministro da Cidadania foi rifado por Bolsonaro, junto com a médica Nise Yamaguchi. No meio do caminho, tanto dele quanto dela, está a rejeição de boa parte da classe médica.


 
O certo é que o jeito mineiro de ser, vale repetir, Mandetta não tem mesmo. Sendo assim, é melhor encerrar e esperar. Já para o ministro Braga Netto, vale uma boa sorte nesta sua empreitada.
 
 

Palhaçada?

 
Nada disso, muito antes pelo contrário. O Projeto de Lei 977/20 determina que o profissional circense seja considerado como autônomo para fins de inclusão nas ações emergenciais de proteção ao emprego e à renda durante a pandemia do novo coronavírus. “As medidas propostas permitirão aos estabelecimentos circenses e seus profissionais o enfrentamento dessa crise”, ressalta o deputado Tiririca (PL-SP), acrescentando que os “profissionais circenses muitas vezes são desassistidos ou ignorados pelos programas instituídos pelo governo”. 
 

Pá de cal

 
O Ministro da Destruição Ambiental, Ricardo Salles, ataca outra vez. Responsável pela Proteção Ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o major Olivaldi Azevedo foi demitido ontem. O motivo, reprimir desmatamentos ilegais. A pá de cal foi a megaoperação, em três terras indígenas – Apyterewa, Araweté e Trincheira-Bacajá, no Pará, para reprimir garimpos ilegais, desmatamentos, caça ilegal de animais silvestres e impedir a chegada da COVID-19 às aldeias indígenas, o que só poderia ser feito com afastamento dos invasores.


Tem mais…

 
… Diário Oficial da União de ontem. Em cifras: R$ 3,1 milhões para a capital, Belo Horizonte.  R$ 395,4 mil vão para Pains, divididos em vias públicas e uma comunidade rural. Redes pluviais e pontes são destinados a Conceição de Ipanema. E Conselheiro Lafaiete R$ 271,9 mil para erguer um muro de contenção diante da erosão às margens do Rio Bananeiras. Foi o que liberou ontem o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR). Tudo isso, no modo de dizer, por causa das chuvas intensas nessas cidades. 


 
(foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press 15/7/10)
 
 

Cinematográfico


O enredo do filme dirigido por Walter Salles Jr. (foto) sobre a tragédia ecológica de Mariana ganhou mais um capítulo. A Justiça Federal mineira liberou R$ 120 milhões em acordo feito com as mineradoras envolvidas no desastre de Mariana (MG) – Samarco, Vale e BHP – para ser utilizados em Minas Gerais e no Espírito Santo no combate à pandemia do novo coronavírus. Com isso, Minas vai receber R$ 84 milhões e o Espírito Santo terá direito a R$ 36 milhões. É mixaria, já que o acordo envolvendo a Samarco, Vale e BHP é de nada menos que R$ 2,2 bilhões.

Guerra legislativa

 
É o que parece, pelo jeito. De um lado, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Do outro lado, o comandante do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). Maia diz que o plano de socorro do governo não sobrevive três meses. Já Alcolumbre alega que só vai pautar o auxílio aos estados depois que a Câmara pautar o crédito a micro e pequenas empresas durante a pandemia. Diante disso, já que democraticamente são do mesmo partido, quem sabe não seria melhor pegar o telefone e se entenderem? 
 
 

Pingafogo

 
 
 
O governador Romeu Zema (Novo) e o presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Flávio Roscoe (foto), entregam, hoje, a segunda fase das obras do Hospital de Campanha no Expominas, em Belo Horizonte.

A Fiemg ainda acrescenta que esta etapa foi concluída com a instalação do mobiliário e enxoval hospitalar, adequação elétrica, rede de esgoto hospitalar e início da instalação gasométrica, leia-se 
para ficar claro: oxigênio e ar comprimido.



O líder do governo na Câmara dos Deputados, Vitor Hugo (PSL-GO), não desiste, ao contrário, insiste. Agora, ele quer voltar para o que não queria, mas a prática exigiu. Tenta se reaproximar nada menos do que o Centrão.

Em entrevista, o deputado Vitor Hugo deixou claro e evidente que a mudança de rota é reflexo da conduta dos chefes do Legislativo. “Vejo que há um excesso de críticas em relação ao Executivo”. Agora, mudou o alvo. Quer distância é do presidente da Câmara, Rodrigo Maia.

Para lembrar sobre a nota Cinematográfica, R$ 120 milhões foi o prêmio que os assessores parlamentares petistas na Câmara Federal ganharam no ano passado na Mega-Sena, só que teve de ser distribuído em 49 cotas. E teve aquele detalhe, eles não deixaram nenhum deputado participar.