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Estado de Minas EM DIA COM A POLÍTICA

A encrenca do Conselho de Ética com o dinheiro na cueca do senador

Colegiado terá que decidir, presencialmente ou não, o que fazer com o mandato de Chico Rodrigues


20/10/2020 04:00 - atualizado 20/10/2020 07:21

Chico Rodrigues foi flagrado por policiais federais com mais de R$ 30 mil na cueca(foto: EVARISTO SÁ/AFP)
Chico Rodrigues foi flagrado por policiais federais com mais de R$ 30 mil na cueca (foto: EVARISTO SÁ/AFP)


O fato do dia vem em números e no plural, mais precisamente 121 dias, com direito a devidamente aconselhar. O verbo é uma coisa. A encrenca que passa de fato é o substantivo Conselho de Ética do Senado. Para clarear, o presidente dele é o senador Jayme Campos (DEM-MT). E é ele quem tenta salvar o colega de partido Chico Rodrigues (DEM-RR).

A sugestão que o democrata Jayme Campos é que o senador de Roraima se licencie por 121 dias. Ele esteve ontem não no plenário, mas na residência oficial do Senado, onde se encontrou com o presidente Davi Alcolumbre (DEM-AP), que preferiu, já que a sessão só tratou de sabatinas nas comissões.

“É humanamente impossível, você não pode, em hipótese alguma, votar remotamente uma matéria tão importante como a cassação ou possível cassação ou alguma pena que possa receber o senador Chico Rodrigues”, salientou Jayme Campos, ressaltando que, para o conselho se reunir, uma resolução é necessária ser derrubada para permitir reuniões presenciais do conselho. O motivo, como não poderia deixar de ser, a COVID-19.

Não dá mesmo para ser remota, para ser justo. E o próprio Chico Rodrigues tem ciência disso. “Com meus cordiais cumprimentos, solicito meu desligamento imediato do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar”.

Já em nota, seus advogados alegaram que os R$ 33 mil encontrados pela Polícia Federal (PF) na cueca do senador se destinavam ao pagamento dos funcionários de uma empresa da sua família. Meio esfarrapada, nas a alegação era de que “está sendo linchado por ter guardado seu próprio dinheiro”.

O jeito então é mudar de assunto. Que tal tratar de eleição? Calma, gente, nada a ver com as eleições municipais aqui no Brasil. É nos Estados Unidos. Começou ontem a votação na Flórida, que é um dos estados mais importantes para determinar o resultado das eleições deste ano.

É que lá o candidato a presidente que vencer em cada estado conquista o direito a todos os votos em jogo no Colégio Eleitoral. Mesmo se a vitória for por uma margem pequena. Daí a importância da Flórida. Não é à toa que integra o grupo denominado “battleground states”, leia-se campos de batalha.

Antes de encerrar, tem gente torcendo para a reeleição de Donald Trump:Uma nova etapa no relacionamento entre as duas maiores economias e democracias do hemisfério. A prioridade que o Brasil confere a essa relação é clara e sincera. Desde o início de meu governo, visitei os EUA em quatro oportunidades, e em todos estive com o presidente Trump”. Óbvio que é o presidente Jair Bolsonaro, que não tem partido mas deixa claro quem prefere.

O 13 a 1

O fato é que os integrantes da Comissão de Infraestrutura do Senado aprovaram ontem, com este placar, pela primeira vez, a diretoria da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD). Só um senador, o próprio presidente da comissão, Marcos Rogério (DEM-RO), fez alguns questionamentos. O senador Paulo Rocha (PT-PA), como não poderia deixar de ser no jeito petista, fez breve intervenção. E, como quase tudo passa por Minas Gerais na política nacional, teve também um toque mineiro. O senador Carlos Viana (PSD-MG) chegou a ponderar, mas bem rapidinho. E votou a favor.

Vai passar?

“A proposta reduz o ônus do setor produtivo, que atualmente arca com a dispensa de um contingente considerável de trabalhadores por alguns dias, e reforça a excelência e a eficiência do processo eleitoral, com a maior participação de servidores públicos reconhecidamente competentes nas mesas receptoras ou juntas eleitorais”. Quem garante é a deputada Dra. Soraya Manato (PSL-ES) autora do Projeto de Lei 4913/20 que dá prioridade aos servidores públicos para serem mesários nas eleições deste ano. O serviço prestado não é remunerado, contudo o mesário receberá auxílio-alimentação.

O econômico

“O episódio é com um parlamentar, não é com o governo. Ele certamente vai dar essas explicações dele ao Judiciário”, registrou o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho. E só. Nada mais acrescentou. Afinal, Marinho foi destituído do posto de conselheiro do Serviço Social do Comércio (Sesc) e com direito a publicação em data retroativa. E claro que Marinho não gostou. Afinal, a participação em reuniões no Sesc garante uma gratificação mensal aos conselheiros. Para o ministro, engordava um pouco os seus vencimentos que não são lá tão altos assim, ainda mais para os parâmetros de Brasília.

Pavimentação

O governador Romeu Zema (Novo) em visita a São Sebastião do Paraíso, no Sudoeste de Minas, alegou que esse talvez seja o mais próximo da ideia de “paraíso” em se tratando de pavimentação na cidade. A prefeitura recebeu verba do deputado Antonio Carlos Arantes (PSDB) para construir a rodovia que liga o município ao distrito da Guardinha e apostou na proposta de própria execução da obra, o que reduz R$ 500 mil por quilômetro, ou mais da metade do custo sem perder a qualidade dos executados pelo Estado. “Esse não foi um tiro no escuro. Há mais de dez anos prego a deia de eficiência municipal e fico satisfeito ao vê-la incorporada pelo governador. O mineiro merece”.

Trilha sonora

Um bolsonarista de plantão ontem de manhã na porta do Palácio da Alvorada, residência oficial dos presidentes da República, trouxe de volta a polêmica da vacina ser ou não obrigatória contra o novo coronavírus. Só que não há, ainda, uma vacina eficaz contra a COVID-19 que tenha sido uma eficácia devidamente comprovada. O fato é que o presidente Jair Messias Bolsonaro (sem partido) foi otimista. Aproveitou, longe da imprensa, a chance com seus apoiadores para afirmar, sem detalhes, que “parece que teremos brevemente uma comprovação científica”. Roberto Leal: Ai bate o pé, bate o pé, bate o pé, ai, bate o pé. Ai, bate o pé. Faça assim como eu. É a trilha sonora do dia.

PINGA FOGO

  • A propósito do Conselho Fiscal do Sesc, ele é o órgão responsável pelo controle interno da instituição. Entre as atribuições, tem o dever de acompanhar e fiscalizar a execução orçamentária da entidade. A participação em reuniões garante uma gratificação mensal aos conselheiros.

  • Em tempo, sobre a nota 13 a 1: senadores da Comissão de Infraestrutura aprovaram por 13 votos sim e 1 não o nome de Juliano Alcântara Noman para diretor-presidente da Agência Nacional de Aviação Civil. A indicação (MSF 69/2020) segue para votação em plenário.

  • Mais um, desta vez sobre a nota Vai passar: a lei atual prevê dois dias de folga para cada dia trabalhado nas eleições. O dia de treinamento também dá direito a dois dias de folga, já que o mesário também fica à disposição da Justiça Eleitoral.

  • “Cadeia imediatamente, não tenho outra palavra para falar. Ainda cabe recurso, mas o vazamento dos áudios, gente. Querem mais o quê? Cadeia”. Começou assim a ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves.

  • Pastora evangélica que é, não poderia ser diferente a ministra Damares. Acrescentando que “está muito claro que ele deve ser preso”. Sendo assim, melhor encerrar por hoje. Afinal, teve jogo de futebol ontem e foi em plena segunda-feira.


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