“Eu pretendo, depois, com mais calma, explicar toda a agenda de eficiência, assim que a agenda dele permitir”. É trecho de relatos que partiram do presidente do Banco do Brasil (BB), André Brandão, tentando contornar a crise política criada por causa das agências fechadas pelo país afora.
Só que ele ressaltou que o banco segue como o que já havia sido planejado. Para que fique claro, quem tem de permitir a agenda é nada menos que o presidente da República Federativa do Brasil, Jair Messias Bolsonaro.
Mas André Brandão não se convenceu, muito antes pelo contrário. “Anunciamos um pouco antes porque tem um processo de trabalho, preparação, para que clientes regionais sentem com prefeitos, governadores. Tudo isso está acontecendo e hoje – leia-se ontem – começa a primeira etapa em algumas localidades”.
A agenda presidencial do dia indicava apenas Ernesto Araújo, Ministro de Estado das Relações Exteriores, de 9H às 10H. E ficou nisso de manhã. Já à tarde, o presidente recebeu o chefe da Casa Civil, general Braga Netto, e o ministro–chefe da Secretaria–Geral da Presidência da República, Pedro Cesar Sousa, aquele está em interinidade. Sendo assim...
O jeito é dar uma passada no Congresso. Ihh! O Planalto não vai gostar. É que os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP–AL), transmitiram ao governo do presidente Jair Bolsonaro a expectativa de parlamentares de um auxílio emergencial pelos próximos três ou quatro meses e reforçaram a necessidade de ampliar a vacinação contra a COVID–19. Uai, precisa de transmissão?
Precisou não. O encarregado de tentar achar uma saída foi o ministro da Economia, Paulo Guedes, que condicionou à aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Pacto Federativo. É aquele que foi estabelecido pela Constituição de 1988 e tem sido modificado várias vezes.
No cenário atual, vale apenas o registro que, entre as medidas, permite a redução de jornada e, óbvio, também de salário dos servidores públicos. Olha aí a escola de Chicago aí de volta, né ministro Paulo Guedes? E ele estava com apetite, já que almoçou com Pacheco e Lira.
O cardápio, como tudo passa por Minas Gerais na política nacional, vale ressaltar um último registro: “Nossa expectativa é de que possamos ter nos meses de março, abril, maio e, eventualmente, no quarto mês, de junho, o auxílio emergencial. Essa é a nossa expectativa, é nosso desejo”. A declaração é do senador Rodrigo Pacheco (DEM–MG).
Mais Minas
Só que desta vez vem do Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro Kássio Nunes Marques pediu informações aos prefeitos de alguns municípios. Entre eles, como tudo passa por Minas, começou com João Monlevade (MG). Só que teve ainda Macapá (AP), Serrinha (BA), Bebedouro (SP), Cajamar (SP), Rio Brilhante (MS) e Armação dos Búzios (RJ). Inclua ainda os governadores do Piauí e de Roraima. O fato é que o ministro Nunes Marques deu prazo de cinco dias para esclarecer os decretos municipais e estaduais que, durante as medidas de enfrentamento da pandemia da COVID–19, determinaram a suspensão irrestrita das atividades religiosas locais.
Da tribuna
Grato, digníssimo presidente, nobres colegas, é uma honra estar nesta sessão. “Esconder dólar nas cuecas está, a cada dia, mais difícil agora com o Banco Central (BC) autônomo. Vi alguns deputados preocupados falando até o absurdo de dolarização da economia do país”. E continuou: “logo eles que eram tão afeitos no mensalão e no petrolão. É falácia da esquerda, grande mentira”. Quem diz é Alcibio Mesquita Bibo Nunes (PSL–RS), ressaltando ficar “mais surpreso ainda quando vejo parlamentares da esquerda dizendo que o Banco Central impedirá a distribuição de riquezas”.
Rapidez absurda
A defesa do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump rejeitou as alegações dos democratas de que o mandatário incitou a invasão no Capitólio, e as qualificou como “absurdas”, afirmando que suas exortações aos apoiadores para "lutar" eram retórica política padrão. A refutação abriu caminho para uma votação no Senado já hoje sobre a decisão de condenar ou absolver Trump. Usando menos de três das 16 horas a que tinham direito, os advogados do republicano deram espaço para o julgamento de impeachment ser o mais rápido da história do país.
Na prorrogação
Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press – 9/819.
E quem perdeu o jogo foi o governador tucano de São Paulo, João Doria. O fato é que a Executiva Nacional do PSDB decidiu ontem que o ex–deputado Bruno Araújo (foto) (AL) foi mantido, pelo menos por enquanto, no comando do partido. Desta vez, o partido nem subiu no muro. A desculpa foi por causa das restrições impostas pela pandemia da COVID–19, que inviabilizam encontros presenciais e, muito menos, a realização de uma convenção nacional para decidir a sucessão. Quem deve ter gostado da decisão é o deputado federal Aécio Neves (PSDB–MG).
Racismo, não!
“Nenhuma lei no mundo vai acabar com o racismo. O que nós vamos fazer é tentar salvar vidas, permitir inclusive a responsabilização por aqueles que tiram a vida das pessoas”. Quem diz é relator da Comissão de Juristas Negros, Sílvio de Almeida. E fez questão de lembrar que ela foi criada a partir da comissão externa que investigou o assassinato de João Alberto Freitas, aquele espancado em um supermercado de Porto Alegre em novembro do ano passado. E ele destacou o tempo curto, já que o prazo para as atividades da comissão termina em 21 de maio.
PINGA FOGO
- Em tempo, sobre a nota envolvendo o racismo: “Eu acredito que já poderíamos ter hoje – é uma coisa simples – criar um canal de comunicação em que a gente receba provocações, sugestões, cartas, reclamações...” É trecho da defensora pública Lívia Casseres.
- Calendário Chinês: começa o ano do boi. Por causa da pandemia do novo coronavírus, governo da China apelou às famílias para que celebrem de forma virtual. Mas as tradicionais lanternas foram acesas. Já no espaço, teve vídeos da sonda espacial Tianwen–1 na órbita de Marte.
- A propósito da prorrogação tucana, vale o registro de que João Doria (foto) teve duas derrotas, já que ele pretendia também expulsar o deputado Aécio Neves. Que perdoem os paulistas, mas a política nacional sempre tem de passar por Minas Gerais, Comprar briga com mineiro é fria.
- “Não adianta dar pancada em mim. Quer emagrecer 5kg? Te emagreço agora, corto teu braço! É o que os caras querem que a gente faça. Não tenho apego aquela pipoca daquela cadeira presidencial. É uma desgraça aquele negócio, mas é uma missão. Enquanto Deus permitir, vou estar lá”.
- Quem disse foi o presidente Jair Messias Bolsonaro. Melhor então encerrar por hoje. O fim de semana chegou, quem sabe o comandante do país descansa um pouquinho, né?