Em nota conjunta endereçada ao presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, os deputados da já bastante conhecida Bancada da Bala se uniram a onze entidades representativas de profissionais da segurança pública para criticar a nomeação.
O líder do PSL na Câmara dos Deputados, Vitor Hugo (GO), insistiu e defendeu, ontem, em reunião de líderes partidários, a votação no plenário de um projeto de lei que, se aprovado, daria o poder de acionar, durante a pandemia, o dispositivo da chamada “mobilização nacional” ao presidente Jair Bolsonaro.
Em uma rede social, o deputado Fábio Trad (PSD-MS) ressaltou que a mobilização nacional “não foi criada para disciplinar crise sanitária, mas situação de guerra”. De acordo com ele, o projeto só “pode ser manipulado para a inadmissível tentativa de concentração absoluta de poderes por parte do Executivo, excluindo governadores e prefeitos do combate à pandemia”.
“A aprovação do projeto da mobilização nacional permitiria que Bolsonaro assumisse imediatamente o comando de todos os servidores civis e militares, e até convocar quem não é servidor. Isso significa assumir o comando das polícias civis e militares. Não tem outra palavra: Golpe!”. Dessa vez, é o deputado Kim Kataguiri (DEM-SP).
O toque feminino vai ainda mais direto: “Entristece-me muito viver em um país – até então democrático, ter sido eleita pelos ares da democracia – que está em um momento em que mais 314 mil pessoas já morreram, já tombaram em função da saúde pública brasileira”. Quem diz é a deputada Professora Rosa Neide (PT-MT).
E resumiu a parlamentar petista repetindo: “Entristece-me ouvir, em um estado em que o governador está fazendo como todos os governadores do país, que estão se desdobrando, empenhados em combater a mortandade do nosso país, alguém incitando as polícias dos estados a se rebelarem contra seus governadores”.
De volta ao líder do PSL, o bolsonarista Vitor Hugo, em reunião com os demais líderes partidários, não houve acordo para a inclusão da proposta na pauta da sessão da Câmara dos Deputados desta terça. Isso mesmo, melhor esperar o que vai acontecer hoje.
Só que, antes de encerrar de fato, é necessário um pequeno registro ao blog da Andréia Sadi, que partiu do general Antônio Hamilton Martins Mourão (PRTB): “Zero. Pode botar quem quiser, não tem ruptura institucional. As Forças Armadas vão se pautar pela legalidade, sempre”.
Sendo assim, aproveitando a sensatez do vice-presidente Mourão, o melhor a fazer é torcer para que outros políticos sigam o modo dele de ser.
É oficial
Ministério da Defesa. Centro de Comunicação Social da Defesa. Nota oficial: Brasília, DF. Em 30 de março de 2021, o Ministério da Defesa (MD) informa que os comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica serão substituídos. A decisão foi comunicada em reunião realizada nesta terça-feira (ontem), com a presença do ministro da Defesa nomeado, Walter Souza Braga Netto, do ex-ministro, Fernando Azevedo, e dos comandantes das forças”.
Vale repetir
“Agradeço ao presidente da República, a quem dediquei total lealdade ao longo desses mais de dois anos, a oportunidade de ter servido ao país como ministro de Estado da Defesa. Nesse período, preservei as Forças Armadas como instituições de Estado. O meu reconhecimento e gratidão aos comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, e suas respectivas forças, que nunca mediram esforços para atender às necessidades e emergências da população brasileira. Saio na certeza da missão cumprida.” Fernando Azevedo e Silva.
Repercussão
Bloomberg (Estados Unidos), BBC News, CNN (Estados Unidos), Le Monde (França), El País (Espanha), Al Jazeera (Oriente Médio), Clarín (Argentina), Público (Portugal), La Nación (Argentina). Tinha mais, mas basta. O fato é que o presidente da República do Brasil, Jair Messias Bolsonaro, foi notícia mundo afora. Basta apenas um registro: o presidente brasileiro “teve de desistir de um dos seus aliados mais próximos, o chanceler Ernesto Araújo”. Se é o ex-ministro das Relações Exteriores, é suficiente.
O exemplo
Vem de São José dos Campos, em São Paulo, a boa notícia. O prefeito da cidade, Felício Ramuth, encomendou um hospital que foi construído em apenas 35 dias. Não se trata de hospital de campanha, e sim permanente, que ocupa 1,6 mil metros quadrados, ao custo de R$ 13 milhões. O ex-deputado Felipe Attiê, que deu a informação, disse que falta vontade política e competência aos dirigentes públicos eleitos para fazer o mesmo em favor da população. “É o que sempre penso. Falta visão de gestão, para quem não faz e se cerca de pessoas sem capacidade”, fez questão de ressaltar.
Nada saudável
E é oficial, já que partiu do diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus. Aos fatos por ele relatados: dados foram omitidos de investigadores que viajaram à China para pesquisar a origem da epidemia de coronavírus, a mortal COVID-19. E claro, teve reação. Estados Unidos, a União Europeia e outros países ocidentais imediatamente pediram à China que conceda “acesso total” aos dados para especialistas independentes investigarem. “Acredito que estudos colaborativos futuros incluirão um compartilhamento de dados mais adequado e abrangente”.
Pinga-fogo
“Temos plena e absoluta confiança nisso, nesse amadurecimento civilizatório do Brasil, de preservação absoluta do Estado Democrático de Direito, do qual fazem parte as Forças Armadas”
Rodrigo Pacheco (DEM-MG), presidente do Senado
“Minha solidariedade aos ex-comandantes das Forças Armadas e ao ex-Ministro da Defesa Fernando Azevedo e Silva. As Forças Armadas são instituições de Estado, não de governo”
João Doria (PSDB), governador de São Paulo
“Bolsonaro está cada vez mais parecido com Chávez e Maduro. Logo mais começam a expropriar. E muita gente, na elite principalmente, acha que é uma opção contra o PT. Um autoritário sempre será autoritário”
Rodrigo Maia (DEM-RJ), deputado federal
E por fim: “isso é um gesto muito poderoso, muito grave”
Ciro Gomes (PDT, ex-governador do Ceará, que foi também ministro do então presidente Itamar Franco
Sendo assim, com esse registro mineiro, só resta encerrar por hoje. Que dia, hein!