COVID-19? Pandemia? Que nada. O presidente Jair Messias Bolsonaro esteve ontem em mais uma de suas andanças pelo país como se já estivesse em campanha. Ele inaugurou a ponte denominada Estaiada, que liga as cidades de Santa Filomena, no Piauí, e Alto Parnaíba, no Maranhão. Nordeste, né, o antigo reduto petista. É efeito Lula, ainda mais agora que ele oficializou e deixou claro que pretende concorrer mais uma vez à Presidência da República.
Não acredita que é isso? Então, preste atenção. “Vamos aos poucos porque a velocidade não pode ser muito grande mudando o Brasil,” Quer mais? Então, vamos lá: “Hoje mesmo vamos autorizar outra ponte, que é a ligação de Ribeiro Gonçalves (PI) com Tasso Fragoso (MA), porque a BR-330 também é importante para o agronegócio. Está autorizado o procedimento licitatório”. Ou seja, outra obra no Nordeste.
Aliás, foi por lá que o presidente Bolsonaro anunciou que já está fazendo contatos para, finalmente, filiar-se a um partido. “Fui do PP duas vezes, em 2005 e 2016. Ele não está apaixonado por mim, mas está me namorando.” Ele precisa, né, se quiser concorrer à reeleição.
Só que história de partido para o ainda comandante do país terá de convencer um partido disposto a colocá-lo na cédula eleitoral e acreditar que ele não vá se desfiliar, seja qual for a legenda, ganhando ou perdendo. Se ele está só namorando…
Vale o registro. Na última pesquisa Datafolha, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem 41%. Já o presidente Jair Bolsonaro atinge 23%. Em eventual segundo turno, os números indicam Lula (PT) com 55% e Bolsonaro (ainda sem partido) tem 32%.
Já o ministro bolsonarista do Meio Ambiente, Ricardo Salles, nem precisa de pesquisa. Ele anda bem encrencado. O Partido dos Trabalhadores (PT) pediu ontem ao Supremo Tribunal Federal (STF) o afastamento dele. E não só ele. Inclua também Eduardo Bim, o presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Por fim, tem o alerta, que deve ser tratado como oficial. Ele veio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que voltou a alertar para a importância de profissionais de saúde e cidadãos comunicarem eventuais reações adversas causadas pelo uso de medicamentos ou tratamentos, incluindo vacinas. “Os cidadãos devem ser orientados a reportar efeitos adversos a qualquer tempo. E mais importante é orientar as pessoas a notificarem também as reações menos graves”, destaca a Anvisa.
Diante disso, só resta repetir o já velho chavão. Chega por hoje.
A distorção
“Jamais defendi a distribuição ou uso indiscriminado da cloroquina na rede pública. Naquela reunião, o que se discutiu foi apenas que o medicamento fosse usado em pacientes internados em hospitais, em estado grave e sob supervisão médica, antes de eles serem intubados. Era começo da pandemia e pouco se sabia sobre os efeitos colaterais graves do medicamento.” Quem deixa claro é o médico infectologista David Uip, que coordenou o Centro de Contingência do Coronavírus de São Paulo (SP).
Ele é médico?
Que nada, ele diz ser advogado e jornalista em seu perfil quando era deputado. Foi depois que o senador Marcos Rogério (DEM-RO) publicou que a oposição revelou a sua face na CPI da pandemia. As máscaras caíram! As críticas em torno da cloroquina não passam de uma falácia para perseguir o presidente Jair Bolsonaro. Melhor trazer de volta quem entende: “Outro fato é que a cloroquina não é um remédio inócuo, ela tem efeitos adversos: cardíacos, hepáticos e visuais”. A declaração vem do médico David Uip. Percebeu a diferença, senador de Rondônia?
No comando
O Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA) é um órgão do Ministério da Defesa do Brasil que centraliza a coordenação dos comandos das Forças Armadas, ou seja, a Marinha, o Exército e a Aeronáutica. O fato é que o presidente Jair Bolsonaro nomeou o general de Exército Laerte de Souza Santos para o cargo de chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas. A nomeação foi publicada no Diário Oficial, ontem, e valerá a partir de 1º de junho. Santos era comandante logístico do Exército.
No ataque
“Um bandido que não tem um dedo falou há pouco que ia dar auxílio emergencial de R$ 600 para todo mundo. Por que não fez lá atrás com o Bolsa- Família?” Quem questionou, ontem, foi o presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, aproveitando que neste ano pré-eleitoral pretende subir o valor médio do Bolsa-Família. “Hoje em dia, a média do Bolsa-Família é R$ 190. Estamos trabalhando para que após o quarto mês dessa terceira etapa do auxílio emergencial suba o valor médio do Bolsa-Família.”
A goleada
O placar foi 302 votos favoráveis e apenas 59 contrários. A Câmara dos Deputados aprovou, ontem, uma medida provisória que reduz encargos incidentes sobre antenas ligadas ao serviço de internet por satélite. Diante disso, os valores de taxas e contribuições modificados impactam negativamente no preço dos serviços de banda larga via satélite e dificultam sua aquisição pela população. Os deputados aprovaram o parecer do deputado Paulo Magalhães (PSD-BA), que, entre outras modificações, isentou plataformas de serviços de streaming de recolher imposto.
PINGA FOGO
- Para registro sobre a nota No ataque, vale deixar mais claro que o alvo foi o ex-presidente Lula. Já o “bandido que tem um dedo” é muito deselegante. O acidente aconteceu em 1964, quando Lula tinha 18 anos e trabalhava na Metalúrgica Independência, na cidade de São Paulo.
- Em tempo: “Vou bem. Mesmo vacinado, continuo me cuidando. Evito multidões, continuo usando máscara e álcool em gel sempre que necessário”. É trecho de entrevista do ex-presidente Lula ao ser indagado se vai bem depois de contrair a COVID-19 em janeiro, quando esteve em Cuba.
- Mais uma, do presidente Bolsonaro: “Estamos tendo problema com desemprego, sim. Querem botar na minha conta também. A conta é de quem fechou tudo sem qualquer responsabilidade, sem qualquer comprovação científica. Apenas para posar que estava preocupado com a vida de vocês”.
- Sobre as notas do senador Marcos Rogério, vale mais alguns registros: David Everson Uip é médico infectologista brasileiro, foi diretor-executivo do Instituto do Coração de São Paulo da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e do Instituto de Infectologia Emílio Ribas.
- David Uip é considerado um dos maiores especialistas em doenças infecciosas, em especial a Aids, do país. Sendo assim, o melhor a fazer é encerrar, a pandemia agora atende é por COVID-19. FIM!