País afora, manifestantes, mesmo em temporada de pandemia, saíram às ruas em atos contra o governo do presidente da República, Jair Messias Bolsonaro. Em Belo Horizonte, eles se concentraram na Praça da Liberdade, como é quase sempre o ponto de partida.
Além de faixas com os dizeres “Fora, Bolsonaro”, eles declararam apoio à CPI da COVID-19 e pediram mais rapidez na vacinação, além do retorno, aos mais necessitados, do auxílio emergencial de R$ 600.
E teve carro de som, como não poderia deixar de ser. “Temos a UFMG, que está desenvolvendo uma vacina, mas que tem que ficar pedindo esmola para completar sua pesquisa. Queremos uma vacina mineira”, gritou um integrante ao microfone.
A professora Marlúcia Corrêa portava um cartaz com o termo “Genocida”, em razão da postura do presidente da República. Na agenda oficial de Jair Bolsonaro, que é publicada, constava apenas sem compromissos oficiais. E tem o detalhe futebolístico: torcidas antifascistas de Atlético e Cruzeiro. Tinha ainda mais, mas agora basta mesmo.
Só de curiosidade, vale o registro internacional da Agence France-Presse, considerada uma das mais prestigiadas no mundo, fundada em 1835: “Dezenas de milhares de pessoas protestaram novamente em várias cidades brasileiras contra o presidente Jair Bolsonaro, especialmente por sua gestão caótica da pandemia, que deixa quase 460.000 mortos”. Desatualizada, mas é o Brasil sendo noticiado mundo afora.
De volta ao que interessa, perguntas sem respostas claras e objetivas na CPI da COVID-19 motivam a reconvocação tanto do ex-ministro general Eduardo Pazuello quanto do atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. O fato é que os depoimentos de Queiroga e Pazuello ainda não têm data marcada.
O senador Marcos Rogério (DEM-RO) não se opôs à reconvocação de Queiroga e Pazuello. Mas, para ele, a comissão está “contaminada pelo vírus do prejulgamento. O trabalho da CPI deve se concentrar na busca dos fatos, dos dados, das informações, das provas, das evidências”.
O relator Renan Calheiros (MDB-AL) não deixou barato ao dizer “para esse maluco que pare, que não continue a delinquir e a aglomerar pessoas”. O maluco citado é nada menos que o presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, para ficar bem claro.
Sendo assim, o jeito é aguardar os próximos capítulos desta novela política. A semana promete. Será possível conseguir boas notícias?
Bancada unida
“Uma grande vitória para Minas Gerais!” Foi assim que o senador Antonio Anastasia (PSD) qualificou a aprovação, na última quinta-feira, da inserção de outros 78 municípios mineiros na área da Sudene. Desde 2017, quando o projeto chegou ao Senado, Anastasia vinha lutando pela aprovação dessa matéria. O desafio nesse tempo foi convencer os senadores de outros estados, especialmente os do Nordeste, receosos em perder recursos. A luta contou com a mobilização dos colegas mineiros, Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, que pautou a matéria, e Carlos Viana, que se tornou o relator de Plenário. O projeto agora vai para sanção presidencial.
Condolências
“Uma sociedade que chora por 450 mil mortos não pode assistir a um presidente passeando de moto sem oferecer um gesto de condolências pelo luto de milhares de famílias no seu país.” Quem diz é o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele ressaltou que, mesmo não sendo possível prever como terminará a CPI da Covid, Jair Messias Bolsonaro não ficará impune. E tem ainda o @LulaOficial: “Muita gente achou que eu tava morto e enterrado... Quando eu era criança e faltava comida, minha mãe sempre dizia: ‘Hoje não tem, mas amanhã vai ter’”.
Gente na rua
O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), por meio do Núcleo de Voluntariado, entregou 2 mil cobertores para distribuição a cerca de 25 entidades da capital mineira que dão assistência a pessoas em situação de vulnerabilidade social, em especial as que vivem em situação de rua. Os itens foram arrecadados durante a campanha “O inverno não é tão frio quando existe solidariedade”. Foram doados 2 mil cobertores e sacos de dormir, além de 3 mil máscaras que foram arrecadados durante acampanha.
Melhor colorir
Manifestação se estendeu do Masp por sete quarteirões até a Rua da Consolação e destacava-se a forte presença de mulheres e jovens, além do uso máscaras entre os manifestantes. Um sucesso absoluto de público, os atos contra Jair Bolsonaro acontecem em mais de 200 cidades no Brasil e no mundo. O fato é que uma verdadeira multidão colorida, com maioria de jovens e mulheres, gritou até quase o início da noite a já conhecida “Fora, Bolsonaro” na Avenida Paulista, que dispensa apresentações.
Para encerrar
Já que falamos dele, um último registro: a Câmara Municipal do Recife emitiu nota de repúdio contra a ação policial na manifestação contra o presidente Bolsonaro realizada na manhã de ontem, no Centro do Recife. A Polícia Militar de Pernambuco (PMPE) dispersou o ato com spray de pimenta e balas de borracha ao fim da manifestação. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB Pernambuco), por meio da Comissão de Direitos Humanos e da Comissão de Defesa e Assistência às Prerrogativas Profissionais, vai levar o caso aos órgãos competentes. Ficamos assim!
Pinga-fogo
Em tempo, ainda da nota Gente na rua: foram entregues também outros 300 cobertores, doados pelo Sindicato dos Oficiais de Justiça de Minas Gerais, e 3 mil máscaras doadas pelas Associações de Proteção e Assistência aos Condenados (Apacs) de Itabirito, Sete Lagoas e Passos.
E tem o post do ex-BBB Gil do Vigor, que deveria ter vencido. Ele afirmou que “o Brasil tá lascado, mas juntos podemos mudar isso”. Em seu perfil no Twitter, o economista Gil compartilhou foto de manifestantes nas ruas, que levavam cartazes com a sua frase. Tá lascado mesmo!
E será amanhã o debate sobre a intenção do governo federal de privatizar a CeasaMinas, ainda em 2021. É tema de audiência pública da Comissão de Administração Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). A reunião será realizada no Auditório José Alencar.
O requerimento para o debate é de autoria da presidente da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia, deputada Beatriz Cerqueira (PT). O objetivo é esclarecer as consequências para a população da privatização da empresa Centrais de Abastecimento de Minas Gerais (Ceasaminas).
Se tem a variante indiana monopolizando as notícias no fim de semana, o jeito é encerrar por hoje. Afinal, quem diz é o professor da USP e ex-presidente da Anvisa, o médico sanitarista Gonzalo Vecina Neto. Basta por hoje. FIM!