“Alguns políticos, como Vossa Excelência, sim, infectaram a ciência.” Quem disse foi o presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), Omar Aziz (PSD-AM). E em seu repertório inclua ainda: “Imunização de rebanho, quem está me ouvindo aqui, é o seguinte: é quem se infecte com o vírus, mas se você tiver algum tipo de problema, você vai morrer e os fortes sobreviverão”.
E o senador Aziz, que é quem comanda a CPI, fez questão de acrescentar: “Isso aconteceu, é histórico isso, não é de agora não, isso é histórico. Então, eu não discuto com a ciência, eu ouço a ciência”. Tinha mais, mas bastam esses poucos trechos.
Afinal, o depoente do dia na CPI da COVID-19, o deputado federal Osmar Terra (MDB-RS), negou tudo sobre o gabinete paralelo instalado no Palácio do Planalto. “Fui ministro, gosto do presidente, tenho simpatia por ele. Quando, de vez em quando, o presidente me pergunta alguma coisa, e eu acho que tenho que falar, eu falo.”
À CPI, Terra disse que, quando falava de imunidade de rebanho, na verdade queria se referir ao modo como “terminam todas as pandemias”. Faz de conta que eu acredito, só que piorou: “Não existe nenhuma proposta aqui de deixar a população se contaminar livremente, nunca se fez isso”.
Melhor o médico formado na Universidade Federal do Rio de Janeiro Osmar Terra continuar: “Imunidade de rebanho é uma consequência. A imunidade de rebanho é como terminam todas as pandemias, é o resultado final quando chega a um percentual da população por vacina. Neste caso será importante a vacina para conter o contágio que o vírus causa”.
Antes disso, Omar Aziz suspendeu a reunião por 30 minutos para almoço. Simone Tebet (MDB-MS) pediu que, na volta, o presidente exigisse o cumprimento do tempo de fala dos oradores. E foi o que aconteceu.
Na volta, Osmar Terra disse que países como Coreia e Japão não fizeram isolamento e tiveram menos casos de COVID-19, mas concordou com o vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), de que isso pode estar associado à maior testagem da população.
O ex-ministro da Cidadania Osmar Terra afirmou que estados e municípios nunca receberam tantos recursos para a saúde e que houve erro na estratégia de vários deles. E, como não poderia deixar de ser, sugeriu à CPI: “Tem que ver o que aconteceu com o dinheiro”.
Honra ao mérito
O diretor de Subseções da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção/MG, Raimundo Neto, irá receber, amanhã, às 18h, por indicação da presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte, vereadora Nely Aquino, a honraria máxima do município: o título de honra ao mérito. A homenagem atendeu ao pedido de inúmeros advogados da capital em razão dos serviços prestados à advocacia e à sociedade.
A Intersolar
Tito Torres assumiu o posto destacando a importância da busca de mais redes de conexão para o desenvolvimento do setor. Já o deputado Gil Pereira (PSD) foi reconduzido como presidente da comissão. Os dois parlamentares atuaram juntos pela causa. Em 2016, estiveram em Munique, na Alemanha, participando da Intersolar Europe, o maior evento de energia renovável do mundo para conhecer as principais boas práticas do setor.
Energia limpa
“Minas Gerais, com o seu clima e a alta incidência solar, tem grande potencial para atrair investimentos e alavancar a produção de energias limpas e renováveis no Brasil.” É o que defende o deputado Tito Torres (PSDB), que foi eleito ontem, isso mesmo, terça-feira, como vice-presidente da Comissão Extraordinária das Energias Renováveis e dos Recursos Hídricos da Assembleia Legislativa de Minas Ferais (ALMG).
Vai esquentar!
“Vamos esfriar os ânimos, botar panos quentes e amanhã, na reunião de líderes, nós tratamos sobre esse tema.” Até que começou bem o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Até aí, tudo bem. Só que Lira afirmou que pode criar um grupo de trabalho sobre a mineração em terras indígenas. “Esta Casa precisa ter coragem para analisar o tema de exploração de terras indígenas e não podemos ficar de olhos fechados.” Ou seja, liberar a mineração na Amazônia. O mundo vai chiar.
Efeito moral
Índio não quer gás e muito menos bombas. Só que os policiais legislativos, aqueles que tratam da segurança no Poder Legislativo, usaram bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo para dispensar a manifestação de indígenas feitas, ontem, em frente ao Anexo 2 da Câmara dos Deputados. De acordo com relatos dos participantes, o protesto era pacífico e a polícia não parou, mesmo com manifestantes feridos. E quem acudiu, já que tudo na política passa por Minas, foi o deputado Reginaldo Lopes (PT-MG).
Pinga-fogo
A líder da Rede Sustentabilidade, deputada Joênia Wapichana (Rede-RR), deu os números: 14 indígenas foram feridos nos confrontos. Ela defendeu que o projeto que autoriza a mineração em terras indígenas seja precedido de consulta prévia às populações, como prevê acordo internacional.
Foi um susto! E estava lá, devidamente registrado lá na Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa). Só que teve final feliz. A fatura foi retificada pela média de consumo do imóvel e uma nova conta, com o valor de R$ 500,38, foi emitida.
Relator do processo contra o parlamentar Daniel Silveira (PSL-RJ) no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados recomendou, ontem, suspender o mandato dele por quatro meses. Só que teve vista coletiva. O relator é Alexandre Leite (DEM–SP) Ou seja, a novela continua.
Em tempo, tem o tweet: @ReginaldoLopes cenas de guerra em um dos acessos à Câmara. Os povos indígenas foram reprimidos com bombas! Tive que tirar pessoalmente os cones da passagem para uma ambulância, que eu mesmo chamei, pudesse passar e atender os feridos. Absurdo!
Mais um em tempo, ainda sobre os índios: durante o confronto, um policial militar foi atingido no pé e um policial legislativo na perna por flechas disparadas pelos indígenas. Nenhum dos dois corre risco de morte. Melhor assim, né? Basta por hoje. FIM!