“A persistência de impasses, o uso da regra do consenso como instrumento de veto e o apego a visões arcaicas com viés defensivo terão o único efeito de consolidar o sentimento de ceticismo e dúvida quanto ao verdadeiro potencial dinamizador do Mercosul”, avisou logo o presidente Jair Messias Bolsonaro. Acrescentou que “não podemos deixar que o Mercosul continue a ser visto como sinônimo de ineficiência, desperdício de oportunidades e restrições comerciais”.
“O semestre que encerramos deixou de corresponder às expectativas e à necessidade de modernização do Mercosul. Deveríamos ter apresentado resultados concretos nos dois temas que mais mobilizam nossos esforços recentes: a revisão da tarifa externa comum e a flexibilidade para negociações comerciais com parceiros externos”, destacou o presidente Bolsonaro mais uma vez.
Só que teve mais: “O que nós queremos, e conseguiremos, é uma economia mais arejada e integrada ao mundo, tornar as empresas mais competitivas, os trabalhadores mais produtivos, e deixar os consumidores mais satisfeitos. Não podemos patinar”.
É, pode ser, mas… “As eleições no ano que vem serão limpas. Ou fazemos eleições limpas no Brasil ou não teremos eleições.” A declaração foi feita ontem pelo presidente Jair Bolsonaro aos apoiadores que sempre fazem vigília no Palácio da Alvorada, a residência oficial de presidentes no cargo.
E teve ainda futebol, e quem deu o chute foi Bolsonaro para “dizer, em especial ao presidente da Argentina, que a única rivalidade entre nós vai acontecer agora no próximo sábado, no Maracanã”. Quem diz é Alberto Fernández, sobre o jogo que vai decidir a Copa América contra a Seleção Brasileira, amanhã, às 21h.
Melhor então tratar da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) já que tem a pandemia da COVID-19. Ao explicar ao presidente Omar Aziz (PSD-AM) o funcionamento do sistema de distribuição de imunizantes, a ex-coordenadora do Programa Nacional de Imunização (PNI), Francieli Fantinato, fez um apelo a toda população brasileira para que não deixe de tomar a segunda dose da vacina. De acordo com ela, cada lote distribuído aos estados e municípios era acompanhado de um informe técnico indicando os percentuais para primeira e segunda aplicações.
Por fim, o Senado aprovou a indicação do diplomata Tovar da Silva Nunes como delegado do Brasil em Genebra. A cidade suíça é a segunda maior sede mundial da Organização das Nações Unidas (ONU) e abriga órgãos importantes. O placar fala por si. Tovar foi aprovado por 42 votos a 3.
Jeito mineiro
“Nesta manhã, tive uma conversa com o ministro da Defesa, general Braga Netto. Ressaltamos a importância do diálogo e do respeito mútuo entre as instituições, base do Estado democrático de direito, que não permite retrocessos. Deixei claro o nosso reconhecimento aos valores das Forças Armadas, inclusive éticos e morais, e afirmei, também, que a independência e as prerrogativas de parlamentares são os principais valores do Legislativo. O episódio, fruto de um mal-entendido sobre a fala do colega senador Omar Aziz, presidente da CPI, já foi suficientemente esclarecido. Assunto encerrado.” Tudo isso vem do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG).
É fera nisso
O ex-ministro da Fazenda e atual secretário de Fazenda de São Paulo, Henrique Meirelles, defendeu, ontem, programas específicos para o setor de serviços e a atração de investidores estrangeiros como estratégias para a retomada econômica do país, depois da pandemia do novo coronavírus, a COVID-19. Ele destacou que “o setor de serviços é o maior empregador da economia”, ao participar de evento no Centro de Estudos e Debates Estratégicos (Cedes) da Câmara dos Deputados.
Estreia tardia
O líder do governo bolsonarista na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR), foi à tribuna do plenário, ontem, para rebater as denúncias feitas na Comissão Parlamentar de Inquérito da COVID que investiga as ações e omissões do governo federal durante a pandemia de COVID-19. É a primeira vez que Barros fala no plenário sobre essas denúncias. E ele foi fiel ao chefe: “Há um grande debate na CPI da Pandemia sobre a conduta do governo. Quero dizer que o combate à corrupção está no DNA do atual governo”.
No limite
Não dá para colocar em dúvida a vacinação como meio efetivo para o controle da pandemia. Ter uma politização do assunto por meio do líder da nação, que traz elementos que muitas vezes colocam em dúvida... Como coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde, Francieli Fantinato destacou ser necessário ter apoio favorável à vacinação. “Quando o líder da Nação não faz isso, minha pessoal opinião é que isso pode trazer prejuízos.” Francieli lembrou ter pedido demissão do cargo depois que “a politização chegou no limite”.
A merendeira
Os ministros da Saúde, Marcelo Queiroga, e da Educação, Milton Ribeiro, defenderam o retorno dos estudantes às salas de aula. “Temos apoio do Unicef, da Unesco, da OMS e da OCDE para isso”, ressaltou Marcelo Queiroga. “Somos um dos últimos países com as escolas fechadas. A perda é acadêmica, emocional e pode até ser considerada nutricional para muitas crianças”, ressaltou Queiroga. Agora é a coluna que alerta. A tal “nutricional” das crianças que citou é a velha e conhecida merenda. Já que a expectativa é de que a portaria com o protocolo de retorno às aulas será publicada semana que vem, troca a nutricional e diga merenda.
PINGA FOGO
- Em tempo, ainda sobre o senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da COVID-19: ele anunciou, ontem, ter decidido retirar o nome da ex-coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI) Francieli Fantinato da lista de investigados pela comissão.
- A decisão foi tomada durante depoimento de Francieli à comissão e a pedido do vice-presidente do colegiado, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Ela tinha acionado o Supremo Tribunal Federal (STF) e o ministro Luís Roberto Barroso permitiu que ela não produzisse provas contra si.
- Mais um em tempo, desta vez de Henrique Meirelles: o Cedes é um órgão técnico consultivo da Câmara dos Deputados dedicado à análise, discussão e prospecção de temas de caráter inovador ou com potencial de transformar as realidades econômica, política e social do país.
- Para deixar claro sobre o Cedes: o colegiado é composto por 23 parlamentares e conta com o apoio da Consultoria Legislativa. O público pode acompanhar os eventos por meio de plataformas digitais e também do E–Democracia.
- E por fim, a expectativa é de que a portaria com o protocolo de retorno às aulas seja publicada no início da semana que vem. Já basta, né?