“Vocês viram ontem em São Paulo? Cinco presidenciáveis aglomerados?” O presidente Jair Bolsonaro afirmou que os grupos que foram às ruas no domingo em manifestação contra o governo. são só uma minoria e ''dignos de dó e pena''. A declaração ocorreu durante conversa com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada.
Já que o presidente Bolsonaro não deu nome aos presidenciáveis, vale o registro. Estiveram presentes na Avenida Paulista o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM), o ex-ministro da Fazenda Ciro Gomes (PDT), o senador Alessandro Vieira (Cidadania) e a única presença feminina importante, a senadora Simone Tebet (MDB).
''Eu não tomei vacina. Tô com 991. Eu acho que peguei de novo e nem fiquei sabendo'', disse Bolsonaro também. Especialistas apontam, no entanto, que pessoas já diagnosticadas com COVID-19 apresentam IgG positivo, o que não garante a imunidade contra a doença. Entidades apontam casos confirmados de reinfecção pelo novo coronavírus mesmo em pessoas que têm imunidade contra o vírus.
Depois de quatro décadas de amizade com o presidente da República, o ex-deputado Alberto Fraga (DEM-DF) decidiu se afastar dele. “Lá em casa, todo mundo era Bolsonaro”, disse ele, que mudou o discurso depois de perder a esposa para a COVID-19.
“A gente sabe que a vacina foi politizada. Esse foi o grande problema. Enquanto se disputava politicamente quem era o pai da criança, a população ficou sem vacina. Com isso, evidentemente, muitas pessoas morreram porque não tiveram a oportunidade de se vacinar.” É ainda declaração do ex-parlamentar. E lembrou que o presidente da República, quando percebeu que havia a necessidade da vacina, “não quis dar o braço a torcer”.
Já o ex-ministro da Justiça Miguel Reale Júnior vai entregar, nesta semana, o seu parecer de mais de 200 páginas aos senadores sobre possíveis crimes cometidos pelo presidente Jair Messias Bolsonaro no enfrentamento à pandemia da COVID-19. Fala quem pode, já que Reale Jr. é nada menos que um filósofo, jurista, político, professor universitário e também poeta brasileiro.
Pena que a última notícia nada poética é. E ela partiu do filósofo e cientista social, além de ser professor na Unicamp, Marcos Nobre: ''Vamos ter a clareza de que é uma maratona, não é corrida de 100 metros rasos. O que o Bolsonaro fez no 7 de Setembro foi ligar a contagem regressiva do golpe, que ele tem de dar até o final do ano que vem''.
O campeão
Cinco municípios brasileiros elegeram no domingo novos prefeitos, em eleições suplementares. Além de Silva Jardim e Santa Maria Madalena, no Rio de Janeiro, foram realizadas novas eleições para o Executivo municipal em Campo Grande (AL), Pedra do Anta (MG) e Gado Bravo (PB). O que interessa, no entanto, é que entre todos eles o campeão foi o mineiro de Pedra do Anta, Eduardo José Viana (PL). Ele se elegeu com 1.849 votos, ou seja, nada menos que 72,23% dos eleitores. Os mandatos dos eleitos vão até 31 de dezembro de 2024.
CPI da facada
O deputado Alexandre Frota (PSDB-SP) protocolou, ontem, pedido de abertura de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a facada sofrida pelo presidente Jair Messias Bolsonaro (sem partido) em 2018. Um dos argumentos que ele usou: ''Por que Bolsonaro aceitou tão facilmente que Adélio agiu sozinho? Espero que Arthur Lira não aja a favor do presidente, como tem feito”. O citado é Adélio Bispo de Oliveira, que foi preso em flagrante… Frota questionou ainda: “Bolsonaro tinha 8 segundos de televisão e passou a ter 24 horas. Foi na facada que ele venceu a eleição”…
E tem Minas…
…na área. ''A insistência sem base legal para cumprir obrigação que lhe é imposta e a reiteração de questionamentos não inova o pedido, não confere razão onde ela não tem guarida, não desobriga o paciente a atender às convocações feitas com base em legislação vigente. Configura-se, isso sim, ato de indevida recalcitrância do descumprimento do chamamento feito pela Comissão Parlamentar de Inquérito.” Foi direto ao ponto a ministra do Supremo Tribunal Federal Cármen Lúcia. E deixou claro “inexistir fundamento legal para se acolher o pleito”.
Tudo vetado
Professora da London School of Economics (LSE) especializada em desigualdade digital, Ellen Heslper faz questão de deixar claro que a pandemia da COVID-19 deixou evidente que acesso à internet é necessário para toda a família. ''A pandemia mostrou que nem todos têm acesso igual e que a internet não é luxo, mas fundamental'', disse. Voltando um pouco no tempo, o tema foi debatido no Brasil. Projeto aprovado na Câmara dos Deputados e no Senado previa R$ 3,5 bilhões aos estados para comprar planos de internet aos alunos de escolas públicas. Jair Bolsonaro vetou.
Para encerrar
O Supremo Tribunal Federal (STF) adiou de novo o julgamento de uma ação do Ministério Público do Rio de Janeiro (RJ) que tenta devolver à primeira instância a investigação envolvendo o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). É aquela novela das rachadinhas, que dispensa mais detalhes. Só que o ministro Kassio Nunes Marques ainda não incluiu na pauta. Está sentado em cima e não revela quando dará andamento ao processo. O julgamento estava previsto para ontem. Quem indicou o ministro? O presidente Jair Messias Bolsonaro. Quando ele vai pautar, ninguém sabe.
Pinga-fogo
Em tempo, sobre a nota Tudo vetado: a Escola de Economia e Ciência Política de Londres é uma universidade pública britânica, fundada em 1895. É reconhecida pela maior parte dos rankings internacionais como uma das melhores do mundo em sua área de atuação.
O ex-presidente da República Michel Temer acredita que uma união das forças políticas seria o ideal para o país, mas não acha que isso deva acontecer. Foi em entrevista concedida ao CB.Poder, do jornal Correio Braziliense, que é integrante dos Diários Associados.
Mudando de assunto, “realmente, me pegou de surpresa. Foi um pedido altamente inesperado, por uma série de razões. A primeira é que o edital do 5G está na Anatel desde outubro de 2019”. Quem disse foi o ministro das Comunicações, Fábio Faria (PSD-RN).
Ele tratou como inesperado, vale ressaltar, o pedido de vista do conselheiro Moisés Queiroz Moreira, sob a alegação de que o processo precisa ser melhor analisado. Fábio destacou que o prejuízo ao adiar a aprovação do 5G no país é de R$ 2,8 bilhões por mês, ou R$ 100 milhões por dia.
Ainda não há uma data para a retomada da sessão. Sendo assim, o jeito é encerrar por hoje. A semana está apenas começando e, pelo andar da carruagem, ainda vai trazer alguns sobressaltos na política nacional. FIM!