Um deslizamento de terra em um morro no Centro de Ouro Preto destruiu dois casarões históricos na manhã de ontem. Em frente aos imóveis atingidos no sopé do morro, do outro lado da rua, funciona o Centro de Artes e Convenções da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop).
A rua foi isolada e moradores de casas próximas ainda não foram autorizados a retornar às suas residências, pois a área ao redor do talude que deslizou está instável por causa das fortes chuvas que há semanas atingem Minas Gerais.
“Se houver outro desmoronamento, há possibilidade de um hotel e um restaurante serem atingidos”, informou o Corpo de Bombeiros, em nota. Segundo a corporação, os dois casarões tinham valor histórico reconhecido, eram tombados. A Prefeitura de Ouro Preto ressaltou que o casarão histórico destruído pelo colapso já estava interditado desde 2012, isso mesmo, há uma década.
E tem mais chuva, só que desta vez é na Região Metropolitana de Belo Horizonte. E teve um forte tom político, que atingiu como alvo o governador Romeu Zema (Novo). Ele defendeu o presidente da República, Jair Messias Bolsonaro (PL), e aproveitou para alfinetar Alexandre Kalil (PSD), prefeito de Belo Horizonte, na manhã de ontem.
O prefeito de BH insistiu em que Zema e Bolsonaro são dois dos maiores aliados na política brasileira e que, por isso, o governador mineiro deveria estar “acampado em Brasília” atrás de ajuda para o estado. “Queremos cheque, TED. O governador é um grande amigo do presidente da República, talvez o melhor amigo político do presidente da República, em nível de governadores”, fez questão de alfinetar Kalil.
O pedido de ajuda para a União mostra que Zema não se preparou para ajudar as vítimas de chuvas e depende de outras instâncias para viabilizar a ajuda. “Os recursos serão de extrema importância, pois temos milhares de pessoas desabrigadas e desalojadas. O momento é muito difícil”, afirmou o governador. De acordo com o Palácio Tiradentes, a partir do repasse dos recursos federais, o plano é gastar R$ 409,5 milhões para recuperar vias urbanas, pontes e estradas vicinais e realizar a limpeza das cidades.
Para encerrar, “vai acontecer de novo, porque aqui é um governo do empresariado, das mineradoras. Não temos um comando sobre ele. Cabe à população, que está debaixo dessas encostas criminosas, barragens criminosas, orar a Deus, porque quanto ao poder, não pode”. Ainda do prefeito de BH Alexandre Kalil (PSD).
Implicância
“Randolfe Rodrigues vive de carnaval.” Quem diz, em ataque ao senador do Amapá, foi o presidente da República Federativa do Brasil, Jair Messias Bolsonaro (PL), em entrevista ao jornal Gazeta Brasil. “Agora, querem uma nova CPI? Para apurar o quê? A CPI tem que ter um fato determinado, não pode ser uma CPI para qualquer coisa que pintar na frente, tem que ter um fato determinado. E qual o fato determinado desses caras?”
Uma nova CPI
O fato é que os senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Renan Calheiros (MDB-AL), aqueles da extinta CPI da COVID-19, já discutem a criação de nova comissão parlamentar de inquérito sobre a pandemia no Senado. O tweet resume: “Não vamos assistir de braços cruzados à continuação da tragédia brasileira! Se a PGR não cumpre o seu papel, o Senado vai cumprir. Não ficaremos calados diante do aumento dos casos da COVID-19, da disseminação da Ômicron e a sabotagem da vacinação das crianças”.
Xadrez
A Câmara dos Deputados vai analisar o projeto de lei que busca incentivar o ensino do xadrez nas escolas. A proposta da senadora Nilda Gondim (MDB-PB) foi aprovada pelo Senado no fim do ano passado. O texto determina que as escolas públicas e privadas dos ensinos fundamental e médio promovam o incentivo à prática desse jogo, que exige abstração, raciocínio lógico e elaboração do pensamento. Segundo a autora, jogar xadrez pode ajudar a melhorar o desempenho acadêmico. Já que tem até criança na novela jogando, pode escrever que vai tramitar bem rapidinho.
Vai navegar?
A Associação Brasileira de Navios de Cruzeiros (Clia) informou, ontem, ter prolongado a suspensão voluntária das operações nos portos brasileiros até 4 de fevereiro. A medida foi tomada depois de a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ter recomendado, na quarta-feira, a suspensão definitiva da temporada de cruzeiros turísticos no país. Trata-se, de fato, de uma causa justa, já que estamos diante do “aumento exponencial” de casos da COVID-19 nessas embarcações, em especial para os tripulantes.
Pinga-fogo
O ex-juiz Sergio Moro (Podemos) está de olho na ala evangélica que apoia o presidente Jair Bolsonaro. Pré-candidato à Presidência, o também ex-ministro da Justiça tem tentado atrair a confiança desse eleitorado. O mais recente levantamento do Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec) indica que esse segmento está dividido entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Bolsonaro.
Moro tem se reunido com representantes desse eleitorado. O principal interlocutor do ex-juiz é Uziel Santana, ex-presidente da Associação Nacional dos Juristas Evangélicos (Anajure). Ele tem ajudado na coordenação da pré-campanha e apresentado Moro como “conservador moderado e democrático”. No mês passado, Moro se reuniu com o pastor R. R. Soares, fundador da Igreja Internacional da Graça de Deus.
A Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência da Câmara dos Deputados aprovou ontem proposta que considera portadores da síndrome de Tourette pessoas com deficiência. O texto aprovado é o substitutivo do relator, deputado Alexandre Padilha (PT-SP), ao Projeto de Lei 206/21, do deputado Franco Cartafina (PP-MG).
A síndrome de Tourette é um transtorno neuropsiquiátrico caracterizado por ‘tiques’ súbitos e repetitivos, como piscar e contrair os músculos da face, por exemplo. Em alguns casos, os tiques se manifestam através de gritos, palavrões ou gestos considerados inadequados. Para ser incluída na proposta, o portador da síndrome deve atender aos critérios estabelecidos na Lei Brasileira de Inclusão (LBI).