Em declaração à imprensa, ontem, ao lado do primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, em Budapeste, o presidente da República Federativa do Brasil, Jair Messias Bolsonaro (PL), divulgou informações falsas sobre a Amazônia e insistiu que o Brasil não destrói a floresta.
O presidente tem convivido com críticas de que o Brasil não adota políticas ambientais para evitar a destruição da Amazônia, que vem batendo recordes sucessivos de desmatamento. Inclua ainda o fato de permitir e até incentivar o garimpo clandestino na floresta. Ele contou ter conversado com o presidente da Hungria e que ele focou muito mais na questão ambiental.
“Eu tive a oportunidade de falar para ele o que representa a Amazônia para o Brasil e para o mundo. E muitas vezes as informações sobre essa região chegam para fora do Brasil de forma bastante distorcida, como se nós fôssemos os grandes vilões no que se leva em conta a preservação da floresta e sua destruição, coisa que não existe”, disse Bolsonaro. Será fake news?
Melhor deixar falar quem sabe o que diz. Nos últimos dias, o Greenpeace Brasil fez um novo alerta para o desmatamento na Amazônia. E ele bateu mais um recorde em janeiro, isso mesmo, no mês passado, quando houve aumento acima de 400% na devastação, em comparação com o mesmo mês de 2021. Eu disse 400%, isso mesmo, não é erro de digitação.
Por poder de ofício, sentiu saudade do presidente Bolsonaro? Então, vamos lá. Ele avisou que ao voltar ao Brasil vai a Petrópolis, no Rio de Janeiro, para acompanhar os trabalhos de resgate e de reconstrução nas áreas que foram atingidas por enchentes e deslizamentos de terra, que dispensam mais detalhes. A declaração foi feita depois que ele se encontrou com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, em Moscou.
A decisão do presidente de liberar recursos do FGTS, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, para auxiliar os moradores de Petrópolis foi tomada depois de uma conversa por telefone com o ministro da Economia, Paulo Guedes.
Bolsonaro fez questão de deixar claro que também ligou para o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, que é do Partido Liberal (PL), para tratar das ações de recuperação do município serrano.
Por fim, uma força-tarefa atua com cerca de 200 peritos legistas e criminais de prontidão, além de papiloscopistas, técnicos de necrópsia, servidores de cartório e de diversas delegacias. Tudo para agilizar a identificação e liberação dos corpos.
Uma policial da Sala Lilás do Instituto Médico-Legal (IML) lê os nomes dos corpos que já estão liberados para os parentes. Não teve enterro coletivo. O que mais dizer?
Bela defesa
“A imprensa profissional é um dos antídotos contra esse mundo da pós-verdade e dos fatos alternativos, disfarces para mentira e as notícias fraudulentas. Nunca precisamos tanto do jornalismo profissional.” Começou assim o ministro Luís Roberto Barroso em sua despedida da presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele defendeu a atuação do tribunal e do jornalismo profissional contra as fake news. Só para lembrar, os ministros Luiz Edson Fachin e Alexandre de Moraes vão tomar posse como novos presidentes e vice do TSE na semana que vem
Fala doutor
A reiterada situação de humilhação pela qual passam brasileiros deportados é preocupação do deputado federal Dr. Mário Heringer (PDT-MG), que discursou em plenário na Câmara dos Deputados. Médico ortopedista, ele alertou: “Além da desumanidade e do tratamento desproporcional, há uma séria preocupação médica, porque essas pessoas, nessas condições, com a imobilidade atingida, poderão ter graves alterações vasculares”. E destacou que os deportados de Governador Valadares “vêm sendo trazidos dos Estados Unidos como animais”.
Só deu PT
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, elogiou o projeto de lei que cria o Estatuto da Vítima. Ele disse que a iniciativa conta com o apoio do governo. Para ele, tem havido, nos últimos anos, inversão de valores no Brasil, com mais proteção aos criminosos do que às vítimas. “Essa é uma iniciativa extremamente relevante, importante, que conta com o apoio do governo.” Só que o melhor ainda está por vir. Os autores do projeto são todos petistas. Será que o presidente da República, Jair Messias Bolsonaro (PL), concordou com eles?
Faz sentido
O nome é pomposo. Trata-se do Programa Nacional de Assistência à Modalidade dos Idosos em Áreas Urbanas (Pnami). O fato é que o Senado aprovou subsídio federal para custear a gratuidade de idosos maiores de 65 anos em transporte público. De acordo com a proposta, será dada assistência financeira pela União aos estados, Distrito Federal e municípios que tenham transporte público coletivo regular para implantar o programa. O projeto ainda segue para a Câmara dos Deputados, e é óbvio que ele será também devidamente aprovado. Os velhinhos merecem.
Novo mandato
O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi eleito, ontem, para novo mandato efetivo no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele ocupará o lugar deixado por Luís Roberto Barroso, que no fim do mês encerra sua passagem de quatro anos pela corte eleitoral. O TSE é composto por sete ministros titulares, dos quais três são provenientes do Supremo Tribunal Federal (STF). Outros três vêm do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e uma das vagas é reservada a um representante da advocacia indicado pelo STF e aprovado pelo presidente da República.
PINGA FOGO
- Em tempo, sobre a nota Bela defesa. O ministro Barroso lembrou que as tentativas de desacreditar o processo eleitoral configuram “a repetição mambembe” do que fez o ex-presidente republicano Donald Trump nos Estados Unidos, depois de ter perdido as eleições de 2020.
- Mais um Em tempo, sobre a nota Fala doutor: “É inadmissível que nós brasileiros aceitemos que brasileiros sejam deportados e transportados, algemados, pés e mãos”. A declaração é do deputado federal Mário Heringer (PDT-MG).
- E tem mais, desta vez da nota Novo mandato: ao assumir a cadeira em mais uma de suas várias passagens pela Justiça Eleitoral, Lewandowski atuará junto com os colegas Edson Fachin e Alexandre de Moraes, respectivamente, futuros presidente e vice-presidente do TSE.
- Má notícia: o dólar teve a maior alta diária em três semanas, num dia de ajuste global da moeda norte-americana. A bolsa caiu pela primeira vez depois de sete altas consecutivas, em meio ao agravamento das tensões na Ucrânia e à queda do minério de ferro no mercado externo.
- Se tem Minas Gerais, tem minério. Sendo assim, vale a torcida para que o cenário mude o quanto mais rápido possível. FIM!