Jornal Estado de Minas

EM DIA COM A POLÍTICA

Bolsonaro faz homenagem a mulheres, mas é rejeitado em pesquisa

Conteúdo para Assinantes

Continue lendo o conteúdo para assinantes do Estado de Minas Digital no seu computador e smartphone.

Estado de Minas Digital

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e segurança do Google para fazer a assinatura.

Experimente 15 dias grátis

Em ano eleitoral o dinheiro aparece rapidinho, não é mesmo senhor presidente da República, Jair Messias Bolsonaro (PL)? E é óbvio que em baixa entre o eleitorado feminino, ele usou o dia internacional da mulher para fazer acenos, inclusive com a criação de projetos que ele mesmo havia vetado, como o que cria a distribuição de absorventes para mulheres pobres.



Melhor explicar o motivo. A última pesquisa Datafolha, publicada em dezembro, mostrou que nada menos do que 61% das mulheres entrevistadas que disseram que não votam em Bolsonaro em hipótese nenhuma. Os números não mentem: 55% consideram seu governo ruim ou péssimo. À época, Bolsonaro chegou a ironizar os resultados. “Na pesquisa, as mulheres não votam em mim, votam na esquerda”.

O que interessa de fato é que, ontem, Bolsonaro usou o Dia Internacional da Mulher, para fazer uma comemoração. Com direitos a muitos acenos, inclusive com a criação de projetos que ele mesmo havia vetado, como distribuição de absorventes para mulheres pobres.

E claro que não poderia deixar de ter a presença da primeira-dama, que subiu no palanque: Em um Palácio do Planalto forrado em cor-de-rosa, a cerimônia deu espaço para as mulheres do governo falarem – com destaque para a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, vista no grupo de campanha como trunfo para suavizar a imagem do presidente com as mulheres.



Tarefa difícil para a esposa do presidente. Os números não mentem. Nem precisa se dar o trabalho para conferir nas pesquisas. E a atual propaganda não colou. É só esperar uma nova rodada das pesquisas para ver direitinho.

Uma sessão solene do Congresso Nacional celebrou, ontem, o Dia Internacional da Mulher. Senadoras, deputadas federais e convidadas defenderam o protagonismo feminino na política, denunciaram a violência sexual no Brasil e criticaram as declarações machistas do deputado estadual Arthur do Val (Podemos-SP) contra mulheres ucranianas.

A sessão solene foi sugerida pelas senadoras Eliziane Gama (Cidadania-MA), líder da bancada feminina no Senado; Leila Barros (Cidadania-DF), procuradora especial da Mulher na Casa; e Simone Tebet (MDB-MS).

No discurso de abertura, Eliziane Gama lamentou a invasão da Ucrânia pela Rússia e condenou as declarações de Arthur do Val que nem é necessário ressaltar. Da boca dele só sai bobagem.




Ela liderou


A senadora Simone Tebet (MDB-MS), que foi a primeira líder da bancada feminina na Casa, leu a carta escrita pelo jornalista Jamil Chade e a condição feminina na guerra e na paz. Visivelmente emocionada, a parlamentar destacou o seguinte trecho: “Ao longo da história, a violência sexual é uma das armas de guerra mais recorrente para desmoralizar uma sociedade. É nossa obrigação desmontar o processo de profunda desumanização de uma guerra e da miséria. Cada um com suas armas”.

A desigualdade


A deputada Tereza Nelma (PSD-AL), procuradora da Mulher na Câmara, defendeu que, nas eleições deste ano, mulheres votem em candidatas. Ela ressaltou que os níveis de desigualdade entre homens e mulheres ainda são alarmantes em nosso país e nos levam a diferentes estatísticas de violência contra a mulher, precarização do trabalho feminino. Daí a sub-representação das mulheres na política. Já a deputada Celina Leão (PP-DF), coordenadora da bancada feminina, criticou o “machismo estruturante dentro dos parlamentos”.

Palco armado


O presidente da República, Jair Messias Bolsonaro (PL), reuniu, ontem à tarde, mais de duas dezenas de pastores evangélicos, além de deputados, senadores e ministros do governo em um ato político na residência oficial do Palácio da Alvorada. No encontro 24 pastores discursaram ao microfone. E, óbvio, fizeram elogios a Bolsonaro e ao governo e manifestaram apoio ao presidente. Para o pastor Estevam Hernandes, é necessário evitar um espinheiro no governo. “Não vamos permitir que o espinheiro governe o Brasil. Esse é o nosso desafio”, disse, sem especificar a quem se referia.





Proteção feminina


O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) inaugurou, ontem, a Ouvidoria Nacional da Mulher. A medida colocará à disposição do cidadão um espaço para recebimento de denúncias e reclamações sobre a tramitação de processos judiciais que tratam de violência contra a mulher. O contato com a ouvidoria pode ser feito de forma presencial, na sede do CNJ, em Brasília, ou por meio de formulário eletrônico. Devido às restrições provocadas pela pandemia da COVID-19, o atendimento será realizado pelo site do próprio conselho.


(foto: JUAREZ RODRIGUES/EM/D.A. PRESS)


Foi sancionado


O presidente Jair Messias Bolsonaro sancionou, ontem, o projeto de lei relatado pelo senador Alexandre Silveira (foto) (PSD-MG), substituto de Antonio Anastasia, que foi para o TCU. O projeto permite aos servidores públicos da saúde e da segurança pública contarem com o período de maio de 2020 a dezembro de 2021 para direitos ao tempo de serviço. O Ministério da Economia havia recomendado o veto da proposta, mas a insistência e os argumentos levados por Alexandre Silveira ao presidente garantiram a transformação da proposta em Lei. Tudo passa por Minas, né?


PINGAFOGO