Em ano eleitoral o dinheiro aparece rapidinho, não é mesmo senhor presidente da República, Jair Messias Bolsonaro (PL)? E é óbvio que em baixa entre o eleitorado feminino, ele usou o dia internacional da mulher para fazer acenos, inclusive com a criação de projetos que ele mesmo havia vetado, como o que cria a distribuição de absorventes para mulheres pobres.
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Bolsonaro: 'Mulheres estão praticamente integradas à sociedade'Bolsonaro assina decreto para distribuição gratuita de absorventesEvento com Bolsonaro sobre 'inclusão da mulheres' só convida homensO que interessa de fato é que, ontem, Bolsonaro usou o Dia Internacional da Mulher, para fazer uma comemoração. Com direitos a muitos acenos, inclusive com a criação de projetos que ele mesmo havia vetado, como distribuição de absorventes para mulheres pobres.
E claro que não poderia deixar de ter a presença da primeira-dama, que subiu no palanque: Em um Palácio do Planalto forrado em cor-de-rosa, a cerimônia deu espaço para as mulheres do governo falarem – com destaque para a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, vista no grupo de campanha como trunfo para suavizar a imagem do presidente com as mulheres.
Tarefa difícil para a esposa do presidente. Os números não mentem. Nem precisa se dar o trabalho para conferir nas pesquisas. E a atual propaganda não colou. É só esperar uma nova rodada das pesquisas para ver direitinho.
Uma sessão solene do Congresso Nacional celebrou, ontem, o Dia Internacional da Mulher. Senadoras, deputadas federais e convidadas defenderam o protagonismo feminino na política, denunciaram a violência sexual no Brasil e criticaram as declarações machistas do deputado estadual Arthur do Val (Podemos-SP) contra mulheres ucranianas.
A sessão solene foi sugerida pelas senadoras Eliziane Gama (Cidadania-MA), líder da bancada feminina no Senado; Leila Barros (Cidadania-DF), procuradora especial da Mulher na Casa; e Simone Tebet (MDB-MS).
No discurso de abertura, Eliziane Gama lamentou a invasão da Ucrânia pela Rússia e condenou as declarações de Arthur do Val que nem é necessário ressaltar. Da boca dele só sai bobagem.
Ela liderou
A senadora Simone Tebet (MDB-MS), que foi a primeira líder da bancada feminina na Casa, leu a carta escrita pelo jornalista Jamil Chade e a condição feminina na guerra e na paz. Visivelmente emocionada, a parlamentar destacou o seguinte trecho: “Ao longo da história, a violência sexual é uma das armas de guerra mais recorrente para desmoralizar uma sociedade. É nossa obrigação desmontar o processo de profunda desumanização de uma guerra e da miséria. Cada um com suas armas”.
A desigualdade
A deputada Tereza Nelma (PSD-AL), procuradora da Mulher na Câmara, defendeu que, nas eleições deste ano, mulheres votem em candidatas. Ela ressaltou que os níveis de desigualdade entre homens e mulheres ainda são alarmantes em nosso país e nos levam a diferentes estatísticas de violência contra a mulher, precarização do trabalho feminino. Daí a sub-representação das mulheres na política. Já a deputada Celina Leão (PP-DF), coordenadora da bancada feminina, criticou o “machismo estruturante dentro dos parlamentos”.
Palco armado
O presidente da República, Jair Messias Bolsonaro (PL), reuniu, ontem à tarde, mais de duas dezenas de pastores evangélicos, além de deputados, senadores e ministros do governo em um ato político na residência oficial do Palácio da Alvorada. No encontro 24 pastores discursaram ao microfone. E, óbvio, fizeram elogios a Bolsonaro e ao governo e manifestaram apoio ao presidente. Para o pastor Estevam Hernandes, é necessário evitar um espinheiro no governo. “Não vamos permitir que o espinheiro governe o Brasil. Esse é o nosso desafio”, disse, sem especificar a quem se referia.
Proteção feminina
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) inaugurou, ontem, a Ouvidoria Nacional da Mulher. A medida colocará à disposição do cidadão um espaço para recebimento de denúncias e reclamações sobre a tramitação de processos judiciais que tratam de violência contra a mulher. O contato com a ouvidoria pode ser feito de forma presencial, na sede do CNJ, em Brasília, ou por meio de formulário eletrônico. Devido às restrições provocadas pela pandemia da COVID-19, o atendimento será realizado pelo site do próprio conselho.
Foi sancionado
O presidente Jair Messias Bolsonaro sancionou, ontem, o projeto de lei relatado pelo senador Alexandre Silveira (foto) (PSD-MG), substituto de Antonio Anastasia, que foi para o TCU. O projeto permite aos servidores públicos da saúde e da segurança pública contarem com o período de maio de 2020 a dezembro de 2021 para direitos ao tempo de serviço. O Ministério da Economia havia recomendado o veto da proposta, mas a insistência e os argumentos levados por Alexandre Silveira ao presidente garantiram a transformação da proposta em Lei. Tudo passa por Minas, né?
PINGAFOGO
- O jornal The New York Times, que dispensa apresentação, anunciou ontem a saída temporária de seus correspondentes da Rússia por segurança. Foi logo depois da entrada em vigor de uma lei que condena até 15 anos de prisão por qualquer informação enganosa sobre a invasão da Ucrânia.
- No entanto, o jornalão norte-americano avisou que vai “manter a nossa poderosa cobertura ao vivo e pretendemos continuar relatando rigorosamente a ofensiva da Rússia na Ucrânia (foto) e as tentativas de sufocar o jornalismo independente”
- Em tempo sobre a nota Palco armado: enquanto o pastor César Augusto, da Igreja Apostólica Fonte da Vida, falava sobre a facada que ela trata como atentado na campanha eleitoral de 2018, tudo transmitido por rede social, o presidente e a primeira-dama Michelle Bolsonaro choraram.
- Em tempo, sobre a nota Proteção feminina: “É importante que as mulheres tenham local onde possam chegar, perguntar, se informar, pedir esclarecimentos e serem auxiliadas nessa caminhada. É medida que permite maior acesso à Justiça”, diz a ouvidora nacional da mulher, Tânia Reckziegel,
- Sendo assim, o que mais dizer, embora a semana ainda pode trazer muito trabalho. Vamos a ele então. FIM!