O deputado federal Daniel Silveira (União Brasil-RJ) chegou com um travesseiro na madrugada ao seu gabinete, no anexo IV da Câmara dos Deputados, e só saiu de lá, desde então, para se defender no plenário. O deputado Luiz Lima (PL-RJ) foi quem levou um colchão ao colega e avisou que Daniel Silveira iria se defender no plenário às 13h55 de ontem.
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“O que está acontecendo aqui é que a ordem judicial emanada pelo ministro Alexandre de Moraes coloca em xeque todo o Parlamento, todo o Poder Legislativo. As medidas cautelares relacionadas a um deputado precisam antes ser analisadas pela Casa”, disse ainda o deputado Daniel Silveira.
Ele foi à tribuna do plenário da Câmara Federal, ontem, para reivindicar que os deputados decidam sobre a ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes para que use tornozeleira eletrônica. E reafirmou que só vai cumprir a ordem se os deputados assim decidirem. “Estou dizendo que até aceito a imposição, quando os deputados decidirem se deve ou não ser aplicada.”
O ministro Luiz Fux, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), marcou para 20 de abril o julgamento da ação penal contra o deputado federal Daniel Silveira (União-RJ). A ação na mais alta corte de Justiça já estava liberada para julgamento desde janeiro pelo ministro Alexandre de Moraes, mas aguardava uma definição da presidência quanto à data.
Já que é assim no Supremo, melhor trazer uma notícia saudável de outro ministro, o da Saúde. “É verdade que eu tenho a caneta BIC que o presidente Bolsonaro me deu, mas aí eu tenho que usar essa caneta de maneira apropriada, e ele pediu prudência.”
Quem disse foi Marcelo Queiroga, que não vai decretar o fim da pandemia da COVID-19 no Brasil mesmo depois de o próprio presidente ter dito que faria. O ministro e o secretário-executivo da pasta, Rodrigo Cruz, explicaram que o ministério avalia só encerrar o Estado de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional que vem vigorando há mais de dois anos.
E fez o resumo bem claro, para não haver dúvidas: “O que compete ao Ministério da Saúde é o fim da emergência de aspecto nacional”.
Teve comício
O presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) esteve em Cajupiranga, que é um bairro em Parnamirim, que, por sua vez, é um município no Rio Grande do Norte. Ele participou da inauguração da estação de Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). Durante o seu discurso, ele voltou a falar sobre contagem dos votos nas eleições de 2022. Em tom de comício, houve oração e como sempre a motociata de praxe. Mas, quem diria? Desta vez, Bolsonaro, chegou a cavalo na solenidade, e voltou a apostar no antagonismo com o PT. As eleições serão luta do “bem contra o mal”. Não é de hoje que repete isso.
Aras vai recorrer
A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou o pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para arquivar o inquérito que investiga se o presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) cometeu crime de prevaricação na compra das vacinas Covaxin. A investigação foi aberta para verificar se Bolsonaro não tomou as medidas necessárias ao ser avisado pelo deputado Luís Miranda (DEM-DF) de que haveria negociatas na compra das vacinas. O procurador-geral da República, Augusto Aras, vai recorrer da decisão da ministra Rosa Weber.
Vacina sim!
A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou, ontem, plano novo para a pandemia da COVID-19. E traz importantes estratégias que, implantadas em 2022, permitirão que o mundo saia da fase emergencial da pandemia. No melhor cenário da OMS, as variantes futuras seriam “menos graves”, e proteção de doenças graves seria de longa duração, sem a necessidade de doses futuras de reforço. No pior cenário, o vírus se transforma em ameaça nova, altamente mortal. Daí, a gravidade da doença que ele causa vai se reduzir com o tempo e a imunidade aumentar, por conta da vacinação.
Os irmãos Batista
Causou estranheza no setor da mineração a notícia de que a J&F, a holding dos irmãos Joesley e Wesley Batista, se mostrou disposta a entrar no setor por meio de participação em um leilão milionário previsto para as próximas semanas. Tudo porque, em geral, uma das condições para participar de leilões é a reputação ilibada dos pretendentes. E Joesley tem, no seu histórico recente, as investigações da operação Lava-Jato sobre organizações criminosas que pagavam propina a agentes públicos e políticos, que culminaram com a sua prisão em 2018. Será que, mesmo com a lembrança desse fato sua holding terá êxito?
PINGA FOGO
- Bastaria, mas teve mais da nota “Teve comício”: “Cada vez mais, a população entende quem está do lado do bem e quem está do lado do mal. Não é de esquerda contra direita, é de bem contra o mal. E o bem sempre venceu. E o bem vencerá. O bem está ao lado da maioria da população brasileira”.
- Em tempo, desta vez sobre a nota que trata de Augusto Aras. A Procuradoria-Geral da República (PGR) entende que a decisão de Rosa Weber contraria o modelo do sistema acusatório no país, e entende que a negativa do arquivamento vai ser derrubada no plenário do STF.
- Mais um Em tempo, desta vez da nota “Vacina sim!”: A gravidade da doença que ele causa vai reduzir com o tempo enquanto a imunidade aumenta por conta da vacinação”, ressalta o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus.
- “Ninguém estava preparado para o ensino remoto; foi uma improvisação para tentar resolver a dramática situação da educação a distância, e muitas dessas crianças não tinham tecnologia em casa para acompanhar as aulas on-line. Isso é realmente significativo e preocupante.” A declaração é do senador Confúcio Moura (MDB-RO)
- Para finalizar, melhor trazer mais um pouco dos irmãos Batista. Em janeiro, o Cade aprovou a compra do Banco Original pelos dois irmãos. Mas foi negócio de família. FIM!