O presidente da República, Jair Messias Bolsonaro (PL), recebeu, ontem, no Palácio do Planalto, o vice-presidente do Telegram, Ilya Perekopsky, e o representante legal do aplicativo de mensagens no Brasil, Alan Thomaz. O encontro, informado pelo presidente nas redes sociais, não constava na agenda do Palácio do Planalto, mas teve o tweet. “Ótima conversa sobre a sagrada liberdade de expressão, democracia e cumprimento da Constituição”, postou Bolsonaro.
Ilya Perekopsky anunciou que postagens identificadas como falsas são marcadas como desinformação em aviso para os usuários. O conteúdo passa aos canais das agências de checagens de fatos no Telegram. São analisados e divulgados como fato verdadeiro. O combate de fato é contra as fake news. Isso foi bem cedinho, mas depois ele voltou a falar.
Dessa vez, foi em entrevista ao SBT News. “Nós alimentamos mais de 1 bilhão de pessoas mundo afora. Então, nós damos garantia alimentar para nós e para grande parte da população mundial. Então, nós temos como medidas partir, até mesmo, para o escambo. Logicamente, que se esta guerra acabar lá fora, tudo no meu entender volta à normalidade.”
A declaração é do presidente Jair Messias Bolsonaro (PL). Mas o que é escambo? É troca de mercadorias ou serviços sem fazer uso de moeda, um produto é trocado por outro. Para isso, as duas partes precisam estar de comum acordo.
Bastaria de Bolsonaro, mas ele estava inquieto, resolveu até dar uma passada nos Estados Unidos da América. Ele voltou a levantar dúvidas sobre a vitória do democrata Joe Biden nas eleições dos Estados Unidos.
Às vésperas de um encontro com o chefe de Estado americano, o mandatário brasileiro disse que fica com “pé atrás” com a derrota de Donald Trump nas urnas. É novela antiga, mas o presidente brasileiro sempre dá um jeitinho de dar uma reprise.
Tanto que insiste: “Olha, quem diz é o povo americano. Não vou entrar em detalhes sobre a soberania de outro país. Agora, o Trump estava muito bem. E muita coisa chegou para a gente, e a gente fica com o pé atrás”. Chega mesmo!
Como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está no estaleiro com a COVID-19, quem aproveitou bem foi outro candidato, Ciro Gomes (PDT). “Você acha que se o Lula for eleito o país vai amanhecer mais ou menos pacificado?” Quando o entrevistador começou a responder, o próprio Ciro interrompeu e completou: “Em guerra. Isso é evidente”.
Estreia em Minas
O Movimento Organizado República e Ordem (Moro) será lançado oficialmente hoje em Belo Horizonte, em evento aberto ao público marcado para as 12h, no Hotel Mercure Savassi. O movimento é uma iniciativa da sociedade civil e já se encontra organizado em quatro estados: São Paulo, Bahia, Paraíba e Minas Gerais. Belo Horizonte foi escolhida para ser a primeira capital a receber Sérgio Moro por ser um estado politicamente estratégico para o país: “Minas é a síntese do Brasil. Por isso existe a máxima de que para onde vai Minas, vai o país”.
Solenemente
O deputado Ney Leprevost (União-PR) presidiu sessão solene pelo Dia Nacional da Liberdade de Imprensa, que é comemorado em 7 de junho. E o parlamentar aproveitou para enviar ofício ao Ministério da Justiça para pedir esforços nas buscas pelo jornalista inglês Dom Phillips e o indigenista Bruno Pereira, desaparecidos desde domingo no Vale do Javari, no Amazonas. O jornalista do The Guardian e o servidor da Funai estavam recebendo ameaças de pessoas que atuam ilegalmente na região.
Novo líder
O presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) assinou a indicação do senador Carlos Portinho (PL-RJ) para ser o novo líder do governo no Senado. Quem informou foi o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Célio Faria Júnior, em postagem nas redes sociais. Vamos a ela: “É com satisfação que recebemos a indicação assinada pelo presidente Jair Bolsonaro do senador Carlos Portinho para líder do governo no Senado Federal”. Portinho era suplente do senador Arolde de Oliveira, que morreu em 2020 por complicações da pandemia da COVID-19.
Desinformação
“Estamos enfrentando circunstâncias que podem colocar em risco a nossa democracia. Estamos buscando encontrar um equilíbrio entre a arena pública que pertence à política e o campo de atuação da lei eleitoral. Tentamos manter separados esses dois campos porque não nos importamos com questões políticas, mas com a aplicação e o respeito às leis eleitorais.” Representantes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do aplicativo Telegram estiveram reunidos ontem para discutir possíveis ações com o objetivo de atacar a desinformação nas eleições de outubro.
Heroína
“Antonieta de Barros foi personagem de grande importância na história de luta contra preconceitos de cor, classe e gênero no Brasil, tendo dedicado sua vida a combater o analfabetismo de adultos carentes, na crença de que a educação era a única arma capaz de libertar os desfavorecidos da servidão.” O fato é que a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou o projeto que inscreve Antonieta de Barros no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria.
Pinga-fogo
Em tempo, sobre a nota ‘Solenemente’: Leprevost citou o prejuízo causado pela desinformação durante a pandemia da COVID-19: “Foram muitas mentiras que circularam na internet e muitas pessoas de bem, pessoas boas, pessoas íntegras acreditaram nessas mentiras”.
Mais um Em tempo: Sergio Moro sofreu revés ontem. O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo rejeitou a transferência do domicílio eleitoral dele para o estado por falta de vínculo com o estado. Com isso, ele não pode se candidatar este ano. Mas ainda cabe recurso ao TSE.
Ainda da nota ‘Desinformação’: o secretário de Tecnologia da Informação do TSE, Julio Valente, listou questões que auxiliariam a corte eleitoral no combate à disseminação de fake news. Uma delas seria o registro das origens da publicação maliciosa, o que permitiria rastrear o conteúdo falso.
Para registro: em 1948, um projeto de lei de Antonieta de Barros criou o Dia do Professor, com feriado escolar, em 15 de outubro, em Santa Catarina. A data seria oficializada no país inteiro somente em outubro de 1963.