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EM DIA COM A POLÍTICA

Jair Bolsonaro apanha de novo após declarações a embaixadores estrangeiros

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“A desinformação deve ser veemente combatida, pois cria narrativas paralelas que tentam formar opiniões com base em manipulação, emoção, utilizando, inclusive, artifícios tecnológicos que podem dar uma precisão nunca outrora vista em relação ao perfil das pessoas a serem enganadas.





O direito à liberdade de expressão abarca também o processo de formação e divulgação das opiniões. A mudança de ideia é uma liberdade das pessoas e como a desinformação trabalha com base nas emoções, ela pode despertar sentimentos de superioridade, raiva ou medo”.

Tudo isso vem de mais de 40 procuradores que atuam na área dos direitos humanos e fundamentais do Ministério Público Federal. Eles enviaram ao procurador-geral da República, Augusto Aras, um pedido para que o presidente Jair Messias Bolsonaro seja investigado por causa dos ataques, sem provas, ao sistema eleitoral do país. É aí que vem o perigo. Aras foi indicado pelo Bolsonaro.

Mesmo assim, o documento enviado a Augusto Aras afirma que, no pronunciamento de segunda-feira, Bolsonaro “atacou explicitamente o sistema eleitoral brasileiro”.

Ele deitou inverdades contra a estrutura do Poder Judiciário Eleitoral e a democracia brasileira, em clara “campanha de desinformação, o que semeia a desconfiança em instituições públicas democráticas, bem como na imprensa livre”, dizem ainda os representantes do MPF.





“A Faculdade de Direito da UFMG vem a público expressar seu apoio e confiança no sistema eleitoral brasileiro e nos órgãos judiciários que o supervisionam, o Tribunal Superior Eleitoral, os Tribunais Regionais Eleitorais e as Juntas Eleitorais”.

O processo eletrônico, implantado em 1996, é respeitado internacionalmente, não tendo sido objeto de fraudes desde então. Os ataques desferidos contra nosso sistema eleitoral são infundados e baseados em ampla campanha de desinformação em desacordo com a Constituição de 1988 e a legislação eleitoral”.

E tem mais: “O processo constituinte de 1987-1988 permitiu uma transição democrática em que não se podem tolerar projetos autoritários ou aventuras que procurem desestabilizar a democracia constitucional brasileira”. O alerta é do professor Hermes Guerrero Diretor da Faculdade de Direito da UFMG.




E ele finaliza: “O resultado eleitoral deve ser respeitado, assim como qualquer tentativa de ruptura institucional deve ser prontamente rechaçada pelas instituições constitucionais brasileiras.

Forças da ONU

“Vexame internacional jamais visto. É o presidente da República denegrindo o próprio país. O Brasil não merece nem pode aceitar tal insanidade”, declarou o ex-ministro-chefe da Secretaria de Governo, general Carlos Alberto dos Santos Cruz (Podemos). É aquele que comandou as forças da ONU no Haiti e no Congo. “Vergonha para o Brasil – é um absurdo o presidente da República reunir os embaixadores para falar mal do próprio país”, disse também.

Temor eleitoral

O jornal norte-americano The New York Times comparou o discurso de Jair Messias Bolsonaro no encontro com a estratégia adotada pelo ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump antes das eleições de 2020 do país, que ele perdeu. Mais uma vez, o líder de extrema-direita não apresentou nenhuma evidência de suas alegações, o que gerou críticas de membros da autoridade eleitoral e analistas que temem que ele esteja preparando as bases para rejeitar os resultados das eleições. Desta vez é o Washington Post que também relatou dúvidas que autoridades eleitorais.

Vai uma cerveja?

Resposta rápida: Teresópolis (RJ) passou a ser reconhecida como a Capital Nacional do Lúpulo. A homenagem está na lei que teve a sanção publicada, ontem, no Diário Oficial da União. O projeto que deu origem à lei, foi aprovado no Senado Federal em junho. O lúpulo é um dos principais ingredientes usados na fabricação de cerveja. O cultivo do lúpulo nacional de qualidade atende à demanda das cervejarias no Brasil, que muitas vezes importam o ingrediente de países como a Alemanha, os Estados Unidos, e ainda a República Tcheca e a Austrália.





Putim e aiatolá

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, se reuniu com o líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, no Irã, marcando a primeira viagem do líder russo para além dos países da antiga União Soviética desde o início da invasão de Moscou à Ucrânia, em 24 de fevereiro. Em Teerã, Putin também realizou o seu primeiro encontro presencial desde a invasão com um líder da Organização do Tratado doi Atlântico Norte (Otan), o turco Tayyip Erdogan, para discutir um acordo que pode retomar as exportações ucranianas de grãos no Mar Negro e também o conflito no norte da Síria.

Três décadas

“Sou magistrado há 30 anos. Presidi minha primeira eleição em 1992, na comarca de Rosário. Voto manual, quase uma semana de apuração: sufoco, impugnações, reclamações, até o resultado final. Portanto, quando vejo os ataques à urna eletrônica de alguém que construiu a sua carreira política praticamente toda com esse sistema, só posso entender como tentativa de construir uma narrativa para romper com o estado democrático ou justificar uma futura derrota eleitoral”. Quem diz é Gervásio Santos Júnior, juiz eleitoral que atua em eleições desde 1992.

Pinga-fogo

Em tempo: Gervásio Santos Júnior, juiz eleitoral que atua em eleições desde 1992 no Maranhão, afirmou que presidiu eleições tanto no atual sistema eletrônico quanto com cédulas em papel. A urna foi implantada a partir de 1996. Para ele, “não há comparação em termos de segurança”.





O ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho (União Brasil) anunciou, ontem, que não vai mais concorrer ao governo estadual nas eleições deste ano. Na mesma reunião foi confirmada a candidatura de Clarissa Garotinho ao Senado Federal pelo União Brasil.

A decisão de desistir veio no mesmo dia em que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski indeferiu pedido de extensão das provas da Operação Chequinho. Garotinho se baseou em sentença que anulou as provas da operação para outro réu. Adiantou não.

PT e PDT pedem que TSE retire do ar vídeo de encontro de Bolsonaro com embaixadores. Os partidos afirmam que o presidente da República Jair Messias Bolsonaro incorreu em propaganda eleitoral antecipada e pedem multa contra ele e seu partido, o PL.

Já que é assim, nada mais é preciso registrar, já que não tem garotinho em minúsculas levado. FIM!