O presidente Jair Messias Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, fez discurso de campanha, ontem, durante a comemoração do bicentenário da Independência, em Brasília. No início da manhã, ele assistiu ao desfile militar, na Esplanada dos Ministérios, em homenagem à data.
Depois, quando o desfile acabou, ele discursou em um trio elétrico, em manifestação organizada por seus apoiadores, na outra faixa da Esplanada.
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Depois, o presidente Bolsonaro viajou para o Rio de Janeiro. Chegando lá, participou de motociata no Aterro do Flamengo. Manifestantes foram vestidos de verde e amarelo e levaram bandeiras do Brasil. Grupos exibiam cartazes antidemocráticos, alguns escritos em inglês, com críticas a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e pedidos para voto impresso com contagem pública.
Os presidentes do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PL-AL), e do STF, Luiz Fux, foram convidados para a cerimônia, mas não compareceram.
Em uma rede social, Rodrigo Pacheco disse que as comemorações do 7 de Setembro “precisam ser pacíficas, respeitosas e celebrar o amor à pátria, à democracia e o Estado de direito.”
Já o presidente da Câmara, Arthur Lira, declarou que “o Brasil independente é sempre o que olha pra frente”, também por meio de uma rede social.
Antes de encerrar, o presidente Jair Messias Bolsonaro também aproveitou a data para fazer ataques ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seu adversário na disputa eleitoral.
Lula lidera as pesquisas de intenções de voto. E Bolsonaro foi muito mal-educado ao se referir ao petista como “quadrilheiro de nove dedos”. É, no mínimo, uma tremenda falta de educação.
Nada a declarar
Depois de dizer que a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, é “uma mulher ativa na minha vida, não é ao meu lado, não, muitas vezes ela está é na minha frente”, Bolsonaro disse aos homens solteiros que todos deveriam se casar. “E eu tenho falado para os homens solteiros, para os solteiros que estão cansados de ser infelizes. Procure uma mulher, uma princesa, se casem com ela, para serem mais felizes ainda.” Logo na sequência, o presidente beijou a primeira-dama e, ao ouvir gritos dos que acompanhavam o discurso, puxou coro de “imbrochável, imbrochável, imbrochável”.
Só o sorriso...
A advogada Ana Cristina Valle, candidata a deputada distrital e ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro, aproveitou o desfile do 7 de Setembro, em Brasília, para pedir votos na Esplanada dos Ministérios. Candidata a deputada distrital, ela panfletou na altura do Museu Nacional da República, na extremidade oposta da Esplanada em relação ao ponto em que Bolsonaro assistiu à parada militar e discursou. Quando ela foi perguntada sobre se é ou não dona da casa onde mora, ela apenas sorriu e permaneceu em silêncio, além de continuar a sua campanha na rua.
Falas machistas
“Vergonhoso e patético! No dia da Independência do Brasil, o presidente mostra todo seu desprezo pelas mulheres e sua masculinidade tóxica e infantil. Como brasileira e mulher, me sinto envergonhada e desrespeitada. Além de pária internacional devido à falta de segurança e estabilidade política, agora o país também vira motivo de chacota pelas falas machistas do seu líder, que deveria dar exemplo. O Brasil não merece o governo que tem!” Todos esses registros partiram da candidata à Presidência da República Simone Tebet (MDB-MS).
'Brasil livre'
Ausente na solenidade de comemoração dos 200 anos da Independência e alvo dos protestos dos apoiadores do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL), o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, comemorou o bicentenário da Independência nas redes sociais. “O bicentenário de nossa Independência merece ser comemorado com muito orgulho e honra por todos os brasileiros e brasileiras, pois há 200 anos demos início à construção de um Brasil livre e a histórica marcha pela concretização de nosso Estado democrático de direito”, disse o ministro em uma postagem no Twitter.
Para encerrar
O Grito dos Excluídos promoveu, ontem, a sua 28ª edição com manifestações em 51 cidades de 25 estados. Organizado por movimentos populares e urbanos, centrais sindicais e pastorais da Igreja Católica, o evento teve como reivindicações trabalho, moradia, terra, comida e, claro, a democracia. O Grito dos Excluídos ocorre paralelamente aos desfiles do 7 de Setembro. Todos os anos, o evento reúne pessoas de populações vulneráveis, que se consideram social e historicamente excluídas. Ele é realizado desde 1995.
Pinga-fogo
Em tempo, sobre a nota “Falas machistas": “Nós só temos que lamentar que, nessa data tão festiva, o presidente saia do figurino de presidente da República para vestir a camisa de um candidato populista que flerta com o autoritarismo”. Ainda de Simone Tebet.
Mais um: “Os vagabundos corruptos travestidos de empresários, como o Véio da Havan e tantos outros, pagaram pessoas pra dar um pouco mais de volume no circo em Brasília. Irônico: comeram pão com mortadela”. Postagem de @Heberobruto.
Para deixar mais claro sobre a nota sobre o Grito dos Excluídos, veio originalmente promovido pela Igreja Católica, e reúne, além de movimentos populares, diferentes manifestações religiosas. Em Brasília, as manifestações foram adiadas para as 15h do próximo sábado.
Está prevista também que haverá uma concentração em frente ao Museu Nacional. No mesmo horário, está marcado um novo ato do Grito dos Excluídos, só que ele será embaixo do vão-livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp).
Que dia hein! Feriados assim estremecem o país. Sendo assim, o melhor a fazer é encerrar. FIM!