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Estado de Minas EM DIA COM A POLÍTICA

Explorar a religião para conseguir ganhar votos

O fato é que a CNBB divulgou nota, ontem, lamentando "intensificação da exploração da fé e da religião como caminho para angariar votos no segundo turno"


12/10/2022 04:00 - atualizado 12/10/2022 07:42

Baptista Chagas de Almeida

Bolsonaro e bispos
Jair Bolsonaro (PL) foi ao Círio de Nazaré em Belém no Pará (foto: Clauber Cleber Caetano/PR)

“Lamentamos, neste momento de campanha eleitoral, a intensificação da exploração da fé e da religião como caminho para angariar votos no segundo turno. Momentos especificamente religiosos não podem ser usados por candidatos para apresentarem suas propostas de campanha e demais assuntos relacionados às eleições”.

Desse modo, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lamenta e reprova tais ações e comportamentos. Ratificamos que a CNBB condena, o uso da religião por todo e qualquer candidato como ferramenta de sua campanha eleitoral.

O fato é que a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou nota, ontem, lamentando o que chamou de “intensificação da exploração da fé e da religião como caminho para angariar votos no segundo turno” das eleições deste ano.

A manipulação religiosa sempre desvirtua os valores do Evangelho e tira o foco dos reais problemas que necessitam ser debatidos e enfrentados em nosso Brasil. É fundamental um compromisso autêntico com a verdade e com o Evangelho.

Ontem, isso mesmo, no último dia da novena em honra a Nossa Senhora Aparecida, os 70 anos da CNBB novamente foram lembrados. Com o tema “Com Maria, a Igreja no Brasil renova seu ardor missionário”, a Novena Solene homenagea a CNBB, focando na evangelização estimulada pela Conferência ao longo desses anos, junto às igrejas particulares.

As entradas da Imagem de Nossa Senhora Aparecida e da Palavra foram contextualizadas com referência às sete décadas celebradas pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. A cerimônia, com início às 19h e também foi presidida por dom Jaime Spengler.

Já amanhã, a comissão lançará o caderno de enfrentamento ao tráfico de pessoas. E começa com um registro do Papa Francisco: “Uma destas feridas abertas mais dolorosas é o tráfico de seres humanos, uma forma moderna de escravidão, que viola a dignidade, dom de Deus em tantos dos nossos irmãos e irmãs”.

Melhor trazer logo o evento atual. Com objetivo de reforçar uma das ferramentas para o enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, a Comissão Episcopal Pastoral Especial para o Enfrentamento ao Tráfico Humano. Ela tem o apoio da Conferência Episcopal Italiana. E terá o lançamento do Caderno Nas Trilhas do Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas.


Sem casuísmo


A Constituição Federal estabelece, como cláusula pétrea, a separação e a harmonia entre os Poderes da República. Qualquer proposição de iniciativa do Legislativo ou do Executivo para alterar o número de integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF) atentará contra a independência do Judiciário – responsável único por dispor sobre a sua organização interna e as garantias de seus membros. As ameaças de alteração na estrutura do Supremo Tribunal Federal violam o Estado de Direito, que não admite a revisão casuística de suas regras, sobretudo em período eleitoral.


Repúdio da ABL


Com a aproximação do pleito de 30 de outubro, a Academia Brasileira de Letras (ABL) reafirma o seu compromisso em defesa da manutenção da democracia e seu repúdio às tentativas de enfraquecê–la por meio de intimidações aos poderes constituídos. “Opomo-nos a práticas ofensivas à liberdade de expressão, à diversidade étnica e de gênero. Manifestamos nosso irrestrito apoio à ciência, à preservação ambiental e nosso profundo respeito ao povo de todas as regiões do país, no endosso da livre e viva pluralidade cultural que nos caracteriza. ABL em defesa da democracia.”


Foi ao ataque


O ministro da Economia, Paulo Guedes , usou a reunião do Fundo Monetário Internacional (FMI), em Washington, para fazer fortes críticas à instituição e traçar um panorama focado na retração da economia global, ressaltando que o Brasil estaria “fora de sintonia”, com projeções positivas para a atividade e a inflação. “Infelizmente, a supervisão bilateral e multilateral do FMI negligenciou a natureza, magnitude e extensão do aumento da inflação que começou em 2021. O ministro Guedes disse que a orientação política do Fundo foi equivocada em vários casos”. Escola de Chicago, né?


Falta o Senado


O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou, ontem, a Medida Provisória 1.124/22, que concede independência administrativa e financeira à Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), órgão federal responsável por fiscalizar e aplicar a Lei Geral da Proteção de Dados. A MP segue ao Senado e precisa ser votada até o dia 24 de outubro para não perder a validade. “A MP representa mais um passo no fortalecimento da política de proteção de dados em nosso país”, disse o relator, deputado Jerônimo Goergen (PP–RS).


Rosângela da Silva, a Janja, esposa de Lula
(foto: Evaristo de Sá/AFP - 12/7/22 )


Para encerrar...


...a novidade é que teve uma caminhada, mas o vermelho do PT ficou longe. Lula e a esposa Rosângela da Silva, a Janja (foto), usaram camisas brancas no ato – mesma cor adotada por apoiadores como o deputado estadual André Ceciliano (PT) e o prefeito de Belford Roxo, Waguinho (União). Entre os apoiadores, fora do carro, havia ainda bandeiras e trajes vermelhos. O ex–presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou, ontem, de uma caminhada pelo bairro da Areia Branca, em Belford Roxo (RJ), na Baixada Fluminense.


Pinga Fogo


Em tempo para lembrar: a Arquidiocese de Belém, que é responsável pela organização do evento, divulgou nota deixando bem claro que disse não ter convidado “nenhuma autoridade em nível municipal, estadual ou federal” para o Círio de Nazaré. 

Depois da repercussão da chegada de Jair Bolsonaro (PL), atual presidente e candidato à reeleição, para o Círio de Nazaré no Pará, a Arquidiocese de Belém emitiu nota: “Não houve nenhum convite a qualquer autoridade seja municipal, estadual ou federal”. E que não tolera uso político do evento.

“Me estranha muito neste momento, exatamente neste momento, estar se discutindo um tema dessa natureza, a ampliação de estrutura do Poder Judiciário, em especial do Supremo Tribunal Federal”. 

Rodrigo Pacheco, presidente do Senado Federal
(foto: Evaristo de Sá/AFP %u2013 12/7/22 )


Quem diz é o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (foto) (PSD–MG). E teve mais. “As discussões relativas a toda e qualquer reforma do Judiciário devem ser feitas com muita prudência, responsabilidade, envolvendo inclusive o Poder Judiciário. 

As discussões relativas a toda e qualquer reforma do Judiciário devem ser feitas com muita prudência, responsabilidade”. “Portanto, me parece um momento inadequado para essa discussão”. Sendo assim, do jeito mineiro de Rodrigo Pacheco, é hora de decretar o já conhecido... FIM!

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