Eleito no domingo o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Ilan Goldfajn afirmou ontem que a instituição tem pautas em comum com o governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O novo presidente do banco multilateral disse que entre os projetos da instituição para a América Latina estão: o de financiamento de redes de proteção social, de produção de alimentos o de infraestrutura para levar os alimentos à população mais vulnerável.
“Temos pautas ambientais, pautas sobre a pobreza, desigualdade, pautas ligadas à infraestrutura. Claramente, algumas dessas pautas, senão a maioria, são aliadas com as políticas e às pautas do governo eleito”. É ainda de Ilan Goldfajn.
E tem um detalhe: em 63 anos de história, esta é a primeira vez que o Brasil, a maior economia da América Latina, vai comandar o BID. O placar da nomeação fala por si: o economista foi eleito em Washington com 80% dos votos, no primeiro turno da votação. É o suficiente não é mesmo?
O presidente do BID, que conta com 48 países integrantes, é eleito para um mandato de cinco anos. Além do Brasil, outros quatro países, Argentina, Trinidad e Tobago, México e Chile, tinham feitos candidaturas para presidir o banco.
A eleição do brasileiro significou a derrota do candidato mexicano, Gerardo Esquivel, economista de esquerda e vice-governador do banco central de sua nação. “Achamos que esta organização deve mudar porque não é realmente um banco para fomentar o desenvolvimento dos povos da América Latina e do Caribe, sobretudo das pessoas mais necessitadas”.
Melhor mudar de assunto, já que Bolsonaro se mexeu. Antes de deixar o cargo, o presidente da República Jair Messias Bolsonaro (PL) nomeou dois aliados para a Comissão de Ética Pública, que é vinculada à Presidência.
O mandato no grupo dura três anos e pode ser renovado por mais três, ou seja, os dois novos integrantes terão que lidar com o governo do presidente eleito Lula.
Os indicados foram o ministro–chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República, Célio Faria Júnior, e o assessor especial João Henrique Nascimento de Freitas. Os nomes foram confirmados, sexta–feira em edição extra do “Diário Oficial da União” (DOU).
A decisão assinada por Bolsonaro vem no momento de transição entre o governo dele e de Lula, período em que o chefe do Executivo fez só uma aparição pública desde a derrota nas urnas.
Está tudo bem
“Bom dia. Já em casa, depois de um pequeno procedimento ontem. Tudo resolvido e bem. Boa semana para todos”, postou o presidente eleito no Twitter. Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deu entrada ontem, no Hospital Sírio–Libanês, para fazer uma laringoscopia para retirar um problema da prega vocal esquerda. O procedimento mostrou ausência de neoplasia. Lula teve alta às 7h45 de ontem do Hospital Sírio–Libanês de São Paulo, depois de tirar uma leucoplasia, uma espécie de lesão branca da laringe. O presidente eleito está bem.
E nem tem pressa
A presidente do PT e uma das coordenadoras da transição, a deputada Gleisi Hoffmann (PT) afirmou, ontem, que a ansiedade para o anúncio dos nomes que deverão assumir os ministérios em 2023 é do mercado financeiro. “Eu acho que Lula não está com tanta pressa assim. O pessoal do mercado é que está mais ansioso, alguns que estão mais ansiosos. Acho que ele está com a coisa bem resolvida na cabeça”, disse a comandante petista Gleisi Hoffmann. Lula tem sido pressionado para anunciar quem vai assumir o Ministério da Fazenda, para acalmar os investidores.
Não privatizar
Integrante do grupo técnico da Previdência Social no processo de transição, o ex–ministro da Saúde José Pimentel defendeu, ontem que a Dataprev, empresa pública de tecnologia de informações da Previdência Social, não seja mais privatizada. Isso ajudaria a zerar a fila do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que conta com cerca de dois milhões de pessoas elegíveis aos benefícios previdenciários. A Dataprev nasceu apostando em tecnologia de ponta, mas a evolução precisa ser constante. E é isso que a empresa busca todos os dias!
Revista Lancet
A vacinação contra a pandemia da COVID–19 salvou a vida de 63 mil idosos de janeiro a agosto de 2021, indica estudo de pesquisadores do Observatório COVID–19. Além disso, até 178 mil hospitalizações de pessoas com idade acima de 60 anos foram evitadas com as vacinas. A análise estima que outras 47 mil vidas poderiam ter sido salvas e 104 mil hospitalizações evitadas se a imunização tivesse acontecido em um cenário com maior rapidez. A pesquisa foi publicada ontem em artigo da revista “The Lancet Regional Health Americas”.
Custa caro sim!
O Supremo Tribunal Federal (STF) realizou, ontem, audiência pública para debater a situação da população de rua no Brasil. O debate foi motivado por uma ação sobre o assunto que tramita na Corte. No primeiro dia de audiência, representantes de órgãos públicos, movimentos sociais e entidades da sociedade civil defenderam a adoção de medidas para mitigar as condições degradantes das pessoas que vivem nas ruas, como falta de abrigo e alimentação, atendimento médico e exposição à violência. Quem está na rua é vagabundo? Não. Viver na rua é caro.
pingafogo
- O presidente do Senado Federal (SF), Rodrigo Pacheco (PSD–MG), convocou um esforço concentrado para esta semana, com foco na indicação de autoridades. As sessões do plenário estão marcadas para hoje e amanhã, sempre a partir das 16h.
- Para registro: a lesão, localizada na prega vocal esquerda, foi diagnosticada durante um check–up realizado antes da viagem do presidente eleito Lula para o Egito, na semana passada. A equipe foi coordenada por Roberto Kalil (foto), médico de Lula.
- Em tempo, sobre a nota Não privatizar: integrante do grupo técnico da Previdência Social no processo de transição, o ex–ministro José Pimentel defendeu, ontem, que a “não é hora de rever a Reforma da Previdência”. Prioridade é diagnosticar e zerar a fila do INSS.
- Já que é assim, é hora de encerrar, a semana está apenas começando. Vamos a ela, né? FIM!