Não sei quando foi que comecei a me interessar por política, mas me lembro bem do Diretas já e da morte de Tancredo Neves. Eu tinha 10 anos naquela época e me lembro de um professor dizendo: lembrem-se desse momento, é um momento histórico para o nosso país. Era o fim da ditadura militar. Começávamos ali a aprender o que é democracia. Mas ainda não existia espaço para as mulheres.
Chegamos em 2020 com a participação feminina crescendo, mas ainda longe de uma equidade. O que deixa evidente a desigualdade de gênero. Mas a esperança é a última que morre. As eleições nos EUA com Kamala Harris sendo eleita vice-presidente é uma conquista simbólica para todas nós! Em seu discurso ela disse:
“Eu posso ser a primeira mulher neste cargo, mas não serei a última. Porque cada garotinha que está assistindo esta noite vê que este é um país de possibilidades. E às crianças do nosso país, independentemente do seu sexo, o nosso país enviou-lhes uma mensagem clara: sonhem com ambição, liderem com convicção e se vejam de uma forma que os outros podem não te ver, simplesmente porque nunca viram isso antes. E nós aplaudiremos cada passo de seu caminho.”
Que assim seja também no Brasil!
Hoje, eu e minhas companheiras Padês queremos dar muitos motivos para você votar em mulheres nessas eleições:
– Somos metade da população e precisamos estar representadas na mesma proporção. – Juliana Moura
– Enquanto a grande maioria dos cargos eletivos estiverem ocupados por homens, a nossa luta por igualdade de direitos entre gêneros será desigual. – Beta Carazolli
– As causas do feminino só serão vistas quando houver representatividade. – Rogéria Rocha
– Precisamos de mais representatividade. Somos maioria na população e temos poucas mulheres na política para lutar pelos nossos direitos. – Marcela Pozzi Cardoso
– Mulheres precisam ter mais voz. Estamos mal representadas em volume e qualidade parlamentar. – Denise Queiroz Ribeiro
– As mulheres têm melhor noção das reais necessidades da sociedade. Para além da cartilha de emprego, renda e economia. – Cecília Caetano
– Quero renovação e representatividade. – Camila de Guimarães Dias
No meio dessa pandemia, como bem disse minha amiga Gláucia Piazzi: “Mãe não está on, nem off, mãe está em curto!”. E sabe como a gente resolve essa sobrecarga materna? Colocando mulheres para legislar por nós, para fiscalizar por nós. Porque só uma mulher consegue entender nossas dores. Só uma mulher passa pelo que todas nós passamos.
Sabe como você evita que estupradores fiquem impunes?
Sabe como você evita que um Robinho da vida ache que o problema é movimento feminista e não o estupro?
Sabe como você vai ter gente lutando para que gestantes tenham um parto humanizado?
Sabe como você vai ter alguém lutando pela inclusão do seu filho na escola?
Sabe como você pode ajudar a diminuir o número de feminicídios no país?
Elegendo uma mulher!
Pense nisso na hora de votar. Somos 53% da população, não podemos ocupar só 15% dos cargos políticos!
Temos muitas candidatas, grande parte delas está muito preparada para assumir o cargo. A maioria delas está disposta a lutar pelas nossas causas. Isso não significa que nós não gostamos dos homens, que não temos candidatos bons e preparados.
No entanto, o equilíbrio é fundamental e para que ele aconteça um dia nós precisamos começar esse movimento agora. Precisamos eleger mais mulheres em todas as eleições até que ocupemos metade dos cargos o quanto antes. Eleja uma mulher!
No entanto, o equilíbrio é fundamental e para que ele aconteça um dia nós precisamos começar esse movimento agora. Precisamos eleger mais mulheres em todas as eleições até que ocupemos metade dos cargos o quanto antes. Eleja uma mulher!
#oamoréoquenosune