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Estado de Minas padecendo

Você sabe o que é poliamor?

Para evitar que eles cheguem a essas informações de forma distorcida, traga a conversa para dentro de casa. Pergunte, não julgue


27/06/2021 04:00 - atualizado 24/06/2021 11:53

(foto: Depositphotos)
(foto: Depositphotos)


O movimento chamado Poliamor não é novo, ele surgiu na década de 1980, nos Estados Unidos. Embora não seja novo, o termo é novidade para muita gente e anda deixando pais e avós preocupados. Esse movimento acredita que é mais saudável que as pessoas amem e sejam amadas por mais de uma pessoa ao mesmo tempo.

Esse tipo de relacionamento dá mais ênfase ao companheirismo, à amizade e não necessariamente ao sexo. Defendendo envolvimentos responsáveis com duas ou mais pessoas.

As pessoas se chocam: relacionamento com uma ou mais pessoas, como assim?. O certo é ser monogâmico? Vamos recapitular a monogamia. Eu sou uma mulher que vive um relacionamento monogâmico há quase 18 anos. E viver um relacionamento monogâmico é uma escolha que fazemos todos os dias. Funciona para mim. Mas não funciona para todos os casais.
 
Observe o relacionamento de pessoas próximas, casais mais velhos, que já têm netos, casais com filhos. Pensa no seu pai, no seu avô, no seu irmão, no seu tio. Quantos deles assumiram um relacionamento monogâmico e se desviaram no caminho?

De quantos casos extraconjugais você já ouviu falar? Quantos homens casados que frequentavam prostíbulos você conheceu? Quantas esposas foram magoadas por promessas que não foram cumpridas? Já procurou saber quem são os casais que frequentam casas de swing?

Antigamente, os casamentos duravam mais do que hoje porque, além de as mulheres dependerem financeiramente dos seus maridos, elas eram silenciadas. Elas tinham que ser fiéis e fingir que não sabiam das traições dos seus maridos. Elas tinham que fazer sexo por obrigação, e não por prazer. Não vamos usar essas famílias como modelo de relacionamento.

Se prestar atenção, você vai ver que tudo isso sempre existiu, só que todo mundo fingia que não estava vendo. A diferença é que, no poliamor, todas as partes envolvidas estão de acordo, ninguém é enganado. Amor valoriza. Amor confia.

Recebi um vídeo onde um padre, em seu sermão, menciona uma sexóloga que foi a uma determinada escola em Divinópolis, a cidade onde eu nasci, falar sobre poliamor para alunos de 10 a 14 anos. O padre julga e condena. Como eu fiz parte do grupo de jovens da Igreja Católica quando era adolescente, eu me lembro bem de que não se deve julgar para que não sejamos julgados (Matheus 7:1-5).

Educação sexual é fundamental e deve ser ensinada nas escolas, porque nem toda família consegue conversar sobre sexo com seus filhos. E essa conversa é necessária. Inclusive, para que as crianças e adolescentes saibam como se proteger do abuso sexual.

Quando a escola traz um tema para debate em sala de aula, geralmente é porque os alunos já estão falando sobre isso. Então, a escola leva um profissional para trabalhar a questão com os alunos. Se a escola do seu filho faz isso, aproveite e peça para assistir à aula também. Antes de julgar, é melhor tentar entender. Antes de se escandalizar e achar que seu filho será inocente pelo resto da vida, lembre-se de que é impossível protegê-lo de todos os males, ou do que julgamos serem males.

Adolescentes conversam entre si, adolescentes têm acesso à internet e a sites que iam deixar muitos pais apavorados. E eles acessam isso dentro de casa, debaixo do nariz de cada pai e de cada mãe que acha que internet é ambiente seguro.

Para evitar isso, devemos usar aplicativos de controle de pais nos computadores, celulares e tablets. Esses aplicativos bloqueiam sites de conteúdo adulto e aplicativos, entre outras coisas.

Para evitar que eles cheguem a essas informações de forma distorcida, traga a conversa para dentro de casa. Pergunte, não julgue. Não crie um muro no relacionamento com seus filhos. Segure-se para não arregalar os olhos nem deixar o queixo cair. E lembre-se: geralmente, a nossa imaginação deixa as coisas muito piores do que elas realmente são. Não sofra por antecedência.

A gente não deve se preocupar se nossos filhos sabem o que é poliamor; o que a gente precisa é dar a eles confiança para escolher o que querem fazer e não fazer algo que não querem porque todo mundo está fazendo. A gente precisa que eles confiem em nós para conversar, sem medo de ser censurados ou castigados. É conversando que a gente se entende.

Lembre-se de que você também já foi adolescente, que também já quis experimentar, já quis transgredir. Ajude seus filhos a terem a sexualidade bem resolvida, porque quem está bem resolvido consigo mesmo não fica fiscalizando a sexualidade alheia nem tentando provar nada para ninguém.

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