colaborativas que visam o protagonismo feminino” Sempre que vejo pessoas morando na rua, ou vivendo em moradias insalubres, especialmente mulheres e crianças, meu coração fica pequenino. O Brasil é um dos países do mundo com maior desigualdade social, reproduzida diariamente a partir de mecanismos de exclusão que resultam na escassez de acesso a todo tipo de serviço por grande parte da população. Muitas pessoas constroem sua moradia sem acesso a assessoria ou formação técnica, resultando em lares com recursos já escassos, desperdiçados. Além disso, problemas estruturais nas casas, umidade excessiva, falta de iluminação e ventilação ou mesmo ausência de banheiro são recorrentes.
A mulher que vive nesse contexto é ainda mais prejudicada, pois é ela quem ainda passa mais tempo dentro da casa se cuidando ou da família, mas, na hora de decidir como a casa será construída, ela não participa. Uma cozinha sem ventilação suficiente para quem passa muito tempo lá dentro ou um quarto com umidade que adoece os filhos, até detalhes construtivos como uma escada muito estreita para a passagem carregando uma trouxa de roupas impacta suas vidas.
Déficit Habitacional de 6,3 milhões de moradias. Inadequação de domicílios urbanos: 1,8 milhão (inadequação fundiária), 191 mil (sem banheiro), 9,6 milhões (carência de infraestrutura), 1 milhão (adensamentos excessivo), 830 mil (cobertura inadequada).
Me formei em arquitetura em dezembro de 1999, trabalhei na área até 2015. Foi no meu antigo escritório que conheci a Mariana Borel, que foi minha estagiária no início da década passada. Foi a Mari quem me apresentou, há alguns anos, o projeto Arquitetura na Periferia, do qual ela faz parte. Arquitetura na Periferia é um projeto que teve início em 2013 durante a pesquisa de mestrado da arquiteta Carina Guedes, na Escola de Arquitetura da UFMG. Entre 2015 e 2017, o trabalho teve continuidade dentro da ASF-Brasil (Arquitetas Sem Fronteiras), uma associação sem fins lucrativos, localizada em Belo Horizonte/MG. Em 2018, com o crescimento do projeto, o Arquitetura na Periferia se formalizou com a criação do Instituto de Assessoria à Mulheres e Inovação, o IAMÍ. Hoje essa equipe de mulheres busca desenvolver novos projetos que visam a equidade de gênero e o combate às desigualdades sociais.
Elas acreditam no poder transformador do conhecimento e das trocas, por meio de ações colaborativas que visam o protagonismo feminino, atuando de forma independente desde 2014, a partir da captação de recursos e consolidação de parcerias que possibilitam evoluir e ampliar a atuação.
A melhoria da moradia para mulheres da periferia ocorre por um processo em que elas são apresentadas às práticas e técnicas de projeto e planejamento de obras e recebem um microfinanciamento para que conduzam com autonomia e sem desperdícios as reformas de de suas casas. Ao invés de oferecer um produto, o objetivo é favorecer a autonomia das participantes, ampliando sua capacidade de análise, discussão, prospecção, planejamento e cooperação, o que por fim leva a um aumento da autoestima e confiança.
São emocionantes os depoimentos de cada uma das mulheres que puderam aprender com essa equipe 100% feminina. Ver a alegria e o orgulho no rosto de cada uma delas nos faz acreditar que é possível melhorar o mundo e a vida das pessoas com iniciativas que começam pequenas e podem ficar enormes.
“A primeira coisa que eu achei que mudou foi a autoestima”, disse Simone, participante de um dos grupos da Ocupação Eliana Silva. Ela fala sobre o que aprendeu no projeto Arquitetura na Periferia. "Depois que eu fiz meu banheiro, me ajudou a ter iniciativa para fazer outras coisas."
Possibilitar ganhos de autonomia e independência para mulheres como a Simone é o propósito. Para que mais possam ser impactadas em 2023, o projeto precisa do seu apoio! Com apenas R$ 2 por dia, você nos ajuda a viabilizar as ações no próximo ano.
Como embaixadora da campanha #EuApoio2023 da Arquitetura na Periferia, convido vocês a conhecerem o projeto e a doar. Em um mês de campanha avançamos em nossa meta!
São mais 37 apoiadores, mas o desafio é gigante. E precisamos muito do seu apoio!
Para doar o link é: http://doe.arquiteturanaperiferia.org.br
O Instagram delas é @arquiteturanaperiferia
Vamos juntos?