O patriarcado é um sistema social em que as mulheres são subordinadas aos homens. Trata-se da relação de poder entre homens e mulheres, sendo eles os detentores desse poder. Dessa forma, os homens predominam em funções de liderança, na política, no mercado de trabalho, no controle das propriedades e, na família, mantém a autoridade sobre mulheres e crianças.
Nossa sociedade é patriarcal, e as consequências do patriarcado para nós, mulheres, podem ser vistas diariamente nas manchetes dos jornais. “Mulher morta pelo namorado com 81 facadas na frente do filho de 8 anos”; “Anestesista estupra mulher que havia acabado de parir”; “Estudantes de medicina simulam masturbação coletiva em jogo de vôlei feminino”; “Diante da falta de vagas em creches da cidade, prefeito sugere castrar as mulheres”; “Parlamentares são ameaçadas de estupro corretivo”; “Avô é preso por abusar de neta de 2 anos”; “Mulher é estuprada após ser deixada inconsciente na calçada por um motorista de aplicativo”; “Alunos de medicina tiram foto com as calças abaixadas e fazendo gestos simulando uma vagina”; Policia procura suspeito de estuprar e engravidar a própria filha de 12 anos”...
Todos esses casos têm relação com o patriarcado, e com o falocentrismo, que é um pensamento que defende a superioridade masculina no qual o falo representa o valor significativo fundamental. Isso significa que, para a maioria dos homens, sua identidade gira em torno de seu pênis. Como se o pênis definisse o valor de um indivíduo, ou seja, a ideia de que o homem vale mais do que a mulher por ter um pênis.
Uma forma de demonstrar essa suposta superioridade masculina a partir do falo é usá-lo para subjugar mulheres, seja com uma simulação de masturbação coletiva, seja com ameaça de estupro corretivo, ou com o estupro de uma mulher inconsciente, ou mesmo com o abuso sexual de uma criança. São inúmeras as formas de ofender a dignidade sexual das mulheres.
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A todo momento, vemos as consequências de vivermos em uma sociedade patriarcal em que a violência de gênero é naturalizada. Medo de estupro. Medo de feminicídio. Medo de entrar num carro de aplicativo sozinha. Medo de ficar num ambiente fechado com muitos homens. Medo da objetificação dos nossos corpos, da importunação sexual, do assédio.
Quando mulheres falam em destruir o patriarcado, significa que elas querem destruir esse sistema no qual elas são submetidas aos homens. É destruir um sistema em que os homens simulam masturbação coletiva num jogo de vôlei feminino na certeza da impunidade. Destruir o patriarcado não é destruir os homens. É destruir a masculinidade tóxica, a misoginia. Destruir os artifícios que são usados para nos diminuir, nos intimidar, nos agredir.